DROGAS SIMPATOMIMÉTICAS E SEU EFEITO TERMOGÊNICO

Fala rapaziada!

Este artigo será bem curto, pois se trata de um texto introdutório ao estudo dos termogênicos derivados das drogas simpatomiméticas.


O foco da série será, como sempre, o público em geral, sendo assim, nada de detalhismos científicos, com explanações soníferas: vamos privilegiar a simplicidade das informações.

Aviso de antemão que não se tratam de medicamentos “light”, sendo bastante perigosos, causando diversos efeitos colaterais e podendo, inclusive, levar os mais irresponsáveis à morte.

Escrevo esta série com intuito informativo, haja vista que, mais do que nunca, o fisiculturismo anda de mãos dadas com as drogas. Acho importante que meu leitor conheça todas as facetas do esporte, podendo desenvolver um senso crítico por conta própria, não por intervenção da mídia sensacionalista ou por influência dos amigos e “amigos”.

Pretendo dar subsídios, através de séries “undergrounds”, para que as pessoas comecem a refletir sobre o cenário, enriqueçam seu conhecimento de mundo e saibam no que estão se metendo, podendo ponderar os prós e contras em relação ao uso de qualquer recurso ergogênico.

Sinceramente, se você pretende seguir uma corrente “drug free”, fico bastante satisfeito, porém, se escolher outro caminho, sem problemas, mas faça isso por você mesmo, não pelos outros! E tente ser um “irresponsável com responsabilidade”, fechado? Para que no futuro, quando já for tarde, você não fique se lamentando pelos cantos...

Peço a todos para que não sejam apenas leitores passivos do site, que vêm aqui sugar um pouco de conhecimento sem dar nada em troca: cliquem em curtir (aí do seu lado direito no cabeçalho do texto), não custa nada... Se você gostou da leitura, compartilhe, assim ajudará a divulgar o site. Obrigado e boa leitura!


1. DROGAS ADRENÉRGICAS OU AMINAS SIMPATOMIMÉTICAS

São drogas bastante famosas por conta de seu efeito termogênico (queima de gordura). Afetam os receptores estimulados pela noradrenalina e pela adrenalina, sendo, por isso, também chamadas de agonistas adrenérgicos.

Em casos normais, estes neurotransmissores têm sua liberação estimulada pelo nosso sistema nervoso simpático, que é o sistema responsável pelas situações de reação em “luta ou fuga”. Sendo assim, estas drogas irão imitar estes efeitos (miméticas), deixando-nos “ligadões”.

Você certamente já sentiu medo, tensão ou desespero, por exemplo, num assalto, numa briga, num contato com um animal feroz ou num esporte radical. Tudo isto é o que popularmente se conhece por “soltar adrenalina”, ou seja, é o seu sistema nervoso simpático liberando substâncias (neurotransmissores) para te deixar em alerta, para que você sobreviva, seja fugindo, seja partindo para a porrada.

Vejamos as principais drogas que serão estudadas através de séries com rótulos independentes, mas que, na verdade, pertencerão a este artigo (clique nos links para acessar):

- EFEDRINA Vs. CLENBUTEROL
- ALBUTEROL (SALBUTAMOL) (aerolin)
- SIBUTRAMINA
-FENTERMINA




2. CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS

I-) AGONISTAS: elas podem ativar os receptores de forma,

A- DIRETA: atuando diretamente no receptor, como a noradrenalina. Podemos distingui-los em dois tipos:

(i) Seletivos: ligam-se a apenas um receptores específico. Exemplo: clenbuterol (beta-2).
(ii) Não-seletivo: ligam-se a qualquer receptor (alfas e/ou betas).

B- INDIRETA: trabalham de diversas formas, a saber: podem inibir a recaptação de noradrenalina, de modo que ela permaneça mais tempo produzindo efeitos nos receptores; podem estimular a liberação de maiores níveis de noradrenalina; podem inibir a liberação de enzimas que degradam a noradrenalina.


II-) ANTAGONISTAS: bloqueiam a conexão de neurotransmissores nos receptores adrenérgicos.


3. TIPOS DE RECEPTORES

Identificamos duas classes de receptores divididas em subcategorias (veremos apenas as principais):

RECEPTORES ALFA (α):

- ALFA-1: presentes nos vasos sanguíneos da pele (causando vasoconstrição), nas mucosas, olhos (dilatam a pupila) e vísceras. São utilizados no tratamento de hipotensão e como descongestionantes nasais.

- ALFA-2: presentes no tecido adiposo e no SNC. Atuam nos receptores inibitórios que regulam a pressão, diminuindo-a.

RECEPTORES BETA (β):

- BETA-1: famoso por pertencer ao coração. As drogas deste tipo servem para estimulá-lo, aumentando a frequência cardíaca e a força das contrações (no caso das pessoas com alguma disfunção).

- BETA-2: presentes nos vasos sanguíneos da musculatura esquelética (dilatam-nos para melhorar a oferta de sangue), nos bronquíolos (causam broncodilatação, potencializando a respiração nos casos de asma), fígado, bexiga e útero.
Eles acabam diminuindo a pressão nos vasos, mas, consequentemente, causam uma taquicardia reversa, obrigando o coração a bater mais rápido para compensar tal queda.

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4. PRINCIPAIS EFEITOS DESTAS DROGAS

Existem sete grandes grupos de efeitos causados por estas drogas. Todos eles estarão presentes, na maior parte das vezes, variando em relação ao grau, de medicamento para medicamento. Vejamos:

1) Ação excitatória periférica sobre certos tipos de músculo liso, como os vasos sanguíneos que irrigam a pele, os rins e as mucosas, bem como sobre células glandulares, como as glândulas salivares e sudoríparas.

 2) Ação inibidora periférica sobre outros tipos de músculo liso, como os da parede intestinal, da árvore brônquica e dos vasos sanguíneos que suprem a musculatura esquelética.

3) Ação excitatória cardíaca, responsável pelo aumento da frequência cardíaca e da força da contração.

4) Ações metabólicas, como aumento da taxa de glicogenólise no fígado e músculos e liberação de ácidos graxos livres no tecido adiposo.

5) Ações endócrinas, como modulação da secreção de insulina, renina e hormônios hipofisários.

6) Ações sobre o SNC, como estimulação respiratória e, no caso de algumas drogas, aumento do estado de vigília e atividade psicomotora e redução do apetite.

7) Ações pré-sinápticas, que resultam em inibição ou facilitação da liberação de neurotransmissores , como noradrenalina e acetilcolina.

(FONTE: Goodman and Gillman’s The Pharmacological Basis of Therapeutics 9th edition).


5. PRINCIPAIS EFEITOS COLATERAIS

Temos alguns sintomas bastante característicos do estímulo do sistema nervoso simpático, são eles: boca seca, pupilas dilatadas, sudorese gelada, tremores, taquicardia, insônia. São consequências normais e esperadas, afinal, você estará ligando o botão “ALERTA” do seu organismo, o modo “hard”, para situações de emergência (luta ou fuga).

Outros possíveis efeitos são: danos hepáticos e renais, tontura, vertigem, desmaios, dores de cabeça (muitíssimo comum), visão obscurecida, convulsões, diarreia e dor de estômago.

Tome cuidado com a caganeira pois, se prolongada, poderá te desidratar e fazer com que se percam muitos micronutrientes. Em relação ao estômago, converse com o médico, já que é um efeito bastante comum, especialmente com o uso distante das refeições ou em jejum.

Continuando, temos o nervosismo e a ansiedade. Seriam sintomas até que tranquilos, mas o problema está nos usuários que já tenham uma pré-disposição... Existem pessoas que ficaram muito agressivas, paranoicas, com alucinações, depressivos, com mudança considerável de temperamento, etc.

Vale ainda mencionar a questão da dependência química e da psicológica. Seu corpo fica tão acostumado com esse efeito “superman” que não quer mais largar. A dependência vai depender das doses utilizadas e do período: quanto maiores e mais longo, pior será largar.

Se até aqui você estava achando tudo até que light, temos ainda os danos cardiovasculares: palpitações, taquicardias, arritmias, infarto agudo do miocárdio, miocardite, microlesões arteriais (por conta do aumento constante da pressão), derrames e, nos piores casos, morte!


Ficamos por aqui. Em breve, daremos continuidade a esta série através do rótulo “efedrina e o ECA”. Até lá!

FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP


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