E aí, gente?
Suave? Tá bom, já sei que você quer logo continuar a leitura, deve inclusive ter
me xingado ao final do último artigo.
Peço a todos que não sejam apenas leitores passivos do site, que vêm aqui sugar um pouco de conhecimento sem dar nada em troca: cliquem em curtir (aí do seu lado direito no cabeçalho do texto), não custa nada... Se você gostou da leitura, compartilhe, assim ajudará a divulgar o site. Obrigado.
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5. SOBRE O EFEITO ANTIOXIDANTE
Como já foi
dito, temos dentre os principais componentes químicos da Camellia sinensis as
catequinas, teaflavinas e os flavonoides. São ótimos antioxidantes, que
sequestram radicais livres no organismo e inibem a lipoperoxidação (SCHMITZ et al.,
2005). Infelizmente eles também são quelantes de metais, reduzindo sua
absorção, como veremos mais adiante ao final da série.
Bom, mas
vamos explicar alguns conceitos apresentados no parágrafo anterior antes de
prosseguirmos:
- Antioxidantes:
substâncias capazes de inibir a formação de radicais livres em nosso organismo,
podendo ser enzimáticos ou não. Exemplos: compostos fenólicos, vitaminas E e C (HALLIWEL, 2001 apud ASOLINI et
al., 2006).
- Radicais
Livres: Segundo
artigo acadêmico: átomo ou molécula que possui um elétron livre em sua camada
externa. Para se manter estável, ele vai tentar se recombinar captando algum
elétron de outro átomo ou molécula. Geralmente tem curta duração de vida. (BIANCHINI;
ANTUNES, 1999).
Para que você entenda melhor, fatores como genética,
metabolismo e dieta podem produzir espécies reativas de oxigênio, os radicais
livres, que irão resultar em mudanças na estrutura do DNA. Estas alterações
podem gerar um processo anormal de proliferação celular, fato que poderá
desencadear o desenvolvimento de um câncer.
- Lipoperoxidação: auto-oxidação de lipídios
poliinsaturados. Resultante do ataque dos radicais livres aos fosfolipídios.
Causa diversos efeitos tóxicos às células, além de efeitos como
carcinogenicidade. O processo é associado ao aparecimento de câncer, doenças
cardíacas e envelhecimento (SCHMITZ et al., 2005).
Continuando,
os antioxidantes servem para combater doenças relacionadas ao stress oxidativo,
tais como doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, cancerígenas, diabetes
mellitus, infecções virais e bacterianas, inflamações e obesidade (DROGE, 2002/
HAN et al., 2004).
Vai, Célula, vai, quebra ele, porra, quebra ele!!!! |
Foi
estudado e comprovado que o chá verde pode exercer efeito protetor contra oxidação
de LDL (colesterol relacionado a doenças cardíacas: WEISBURGUER; CHUNG, 2002),
elevados níveis de colesterol plasmático, inflamações no epitélio vascular e
vasoconstrição (HOLLMAN, 1999 apud VALENZUELA, 2004). Isso quer dizer que a
bebida pode nos proteger contra doenças cardíacas. Um consumo de sete xícaras
ao dia, somado à prática regular de exercícios físicos e boa alimentação,
mostrou-se eficaz nessa proteção cardiovascular (HERNANDEZ-
FIGUEIROA;RODRIGUEZ-RODRIGUEZ; SANCHEZ-MUNIZ, 2004).
Uma pesquisa
japonesa mostrou que o consumo regular de ao menos cinco xícaras ao dia é o
suficiente para reduzir os riscos de câncer de mama (JANKUM et al., 1997). A
ADA (American
Dietetic Association) recomenda a ingestão de 4-6 xícaras ao dia de chá
verde ou preto como prevenção contra muitos tipos de câncer e/ou atividade
inflamatória.
Para
encerrarmos mais esta parte do artigo, gostaria de citar algumas informações
sobre a EGCG num contexto sobre musculação: acredita-se que ela tenha efeito
antioxidante 100 vezes maior do que a vitamina C! É muita potência, galera! Além
disso, ela pode aumentar substancialmente o transporte de oxigênio durante os
exercícios, melhorando nossa performance esportiva. Isso sem mencionar que tal
poder antioxidante é muito bem-vindo para combater o overtreinamento e
favorecer maior estado anabólico no organismo.
6. SOBRE O EFEITO TERMOGÊNICO:
CAFÉINA E CATEQUINAS
Agora a parte que a galera mais queria ler:
como o chá ajuda a queimar gordura e a emagrecer? Mas isso veremos no próximo
artigo, valeu, valeu, acho que por hoje já está mais do que bom, né pessoal?!
Brincadeira! Sei que tem muita gente ansiosa pra ler sobre o assunto. Então,
antes que a coitada da minha mãe seja xingada novamente:
Primeiramente devo dizer que os efeitos termogênicos ocorrem
pela interação entre os polifenóis, com destaque aqui para a EGCG, a cafeína
e a teanina (um tipo de aminoácido), sendo estas duas últimas as
responsáveis por potencializar o efeito das catequinas (DULLOO et al., 1999).
Em atletas, além de o efeito termogênico ser potencializado, temos também a
melhora no condicionamento físico, pelo retardo da fadiga muscular (DULLOO et
al., 1999).
Outra substância presente no chá verde, a teofilina, também possui
propriedades termogênicas: induz atividade psicoativa, tem efeito
vasodilatador, diurético, e causa relaxamento da musculatura lisa dos brônquios,
estimulando a respiração.
Entre os benefícios do consumo da cafeína, temos que esta
droga estimulante produz excitação (uiii) e euforia (uhuull), reduz a sensação
de fadiga, otimiza a função mental, comportamental e a atividade motora, além
de ter efeito diurético. Ela será encontrada em menores quantidades no chá
verde, se comparado ao café: o primeiro tem apenas 6% de cafeína; enquanto o
segundo, 25%, ou seja, 4 vezes mais que nosso chazinho (VALENZUELA, 2004). Essa
concentração menor pode ser uma vantagem para pessoas sensíveis à cafeína,
sendo que desconfortos estomacais são menores em usuários de chá verde do que
nos de café.
Segundo pesquisa, o consumo habitual de cafeína reduz a
quantidade de leptina no organismo, facilitando a perda de peso (Westerterp-Plantenga,
Lejeune e Kovacs, 2005). A leptina é uma proteína secretada pelos adipócitos,
que, agindo no sistema nervoso central, regula a ingestão de alimentos e o
gasto energético, sendo por isso considerada o hormônio da obesidade. Para você ter uma ideia, indivíduos obesos apresentam cerca de cinco vezes mais leptina
do que uma pessoa magra (ROMERO; ZANESCO, 2006). O EGCG também auxilia no
processo, aderindo-se aos receptores da leptina, fato que aumenta a sensação de
saciedade, auxiliando na perda de peso.
Acredita-se que as catequinas regulem várias enzimas que
participam ativamente do processo de anabolismo e catabolismo lipídico, como a acetil-Coa
carboxilase, a ácido graxo sintetase, a lipase pancreática e a gástrica (interferindo negativamente no processo de
emulsificação dos lipídios e dificultando a absorção intestinal dos mesmos), indicando que ocorre estimulação endócrina e da função metabólica das células de gordura (HUNG et
al., 2005; ZHONG; FURNE; LEVITT, 2006). Em outras palavras, a EGCG ainda reduz
a absorção lipídica, do colesterol e dos triglicerídeos sanguíneos, otimizando
o emagrecimento.
Para que você tenha uma ideia, o consumo regular de chá verde
é capaz de aumentar em 4% nosso gasto calórico (Dulloo et al., 1999). Veja o
esquema abaixo que mostra os mecanismos de atuação das catequinas na redução e
manutenção do peso corporal.
↓
Ingestão alimentar
↓
Emulsificação lipídica
↓
Digestão e absorção de lipídios
↓
Transporte lipídico (↓LDL e VLDL, ↑HDL)
↓
Absorção de carboidratos
↓
Insulina, IGF
↓
Hormônios esteróides
↓
Deposição de gordura no fígado
↑
Colecistoquinina
↑
Termogênese
↑
Oxidação lipídica no fígado e músculo
↑
Captação de glicose no músculo (GLUT4)
↑
Excreção fecal de lipídios
A seguir,
vamos nos focar em algumas pesquisas científicas que comprovam a eficácia
termogênica do chá verde. Sei que vai ser um pouquinho chato ler sobre isso,
mas faça um esforço, ok? Resumi tanto, mas tanto, que ninguém vai poder falar que ficou grande!
I- CHOO,
2003: estudo demonstrou que ratos em dieta hiperlipídica conseguiram prevenir o
ganho de peso consumindo chá verde, mesmo sem se restringir o consumo calórico
total. Concluiu-se que isso ocorreu devido à diminuição da digestibilidade dos
lipídios, além, é claro, dos efeitos termogênicos da bebida.
II- DULLO et
al.: estudo foi o primeiro a demonstrar o efeito termogênico do chá verde. 10
homens foram colocados em uma câmara respiratória por 24 horas. Um grupo
receberia doses de 50mg de cafeína mais 90mg de EGCG; outro grupo receberia
50mg de cafeína; o restante receberia um placebo. Os resultados apontaram
aumento de 4% do gasto energético no grupo que recebeu a cafeína e a EGCG
conjuntamente, além de um decréscimo no quociente respiratório, fato que
reflete uma maior oxidação de lipídios. Em relação aos outros dois grupos,
nenhum efeito significativo foi notado.
III- Nesse
estudo, juntaram uma rapaziada acima do peso, que foi dividida em dois grupos:
um iria consumir 118,5md/d de catequinas; outro, 483mg/d. O experimento iria
durar 12 semanas e tinha por intuito comparar as melhores doses para se obter
um efeito termogênico legal. Outro estudo semelhante foi feito no Japão: 12
semanas 240 pessoas em 2 grupos que consumiam: 96 e 583mg/d de catequinas. Os
resultados foram os mesmos em ambos os experimentos: os grupos que consumiam
doses elevadas de catequinas diariamente mostraram perdas de peso muito mais
elevadas, com destaque para perda de gordura abdominal e visceral, que é aquela
pança maldita famosa nos cervejeiros. O que chama a atenção nestes experimentos
é chegarmos a uma dose ideal de consumo de chá verde diário, sem prejudicar o
organismo e sem jogar dinheiro fora, uma vez que nosso corpo tem um limite de
recepção de substâncias, é como um copo: você vai enchê-lo até determinada
capacidade, caso continue, ele irá transbordar e você irá desperdiçar bebida.
IV- Esse
estudo é muito TOP: analisou o consumo crônico de chá verde (435ml por dia por
mais de 10 anos!). Resultado: menores níveis de gordura total e visceral. Os
indivíduos que utilizaram a bebida por uma década apresentaram 19,6% menos
gordura corporal se comparados a alguém que não usou a bebida.
V- MAKI et
al., 2009: por 12 semanas, adultos obesos foram submetidos a exercícios físicos
de baixa intensidade (caminhada de 180 minutos por semana). Houve uma redução estatisticamente
significativa com relação à gordura abdominal subcutânea com o consumo de
625mg/d.
VI- VENABLES
et al. (Esse aqui é pros marombeiros): mostrou o consumo elevado de chá verde
em relação à tolerância à glicose e oxidação de gorduras durante exercícios
físicos moderados. Concluiu-se que a bebida aumentou em 17% a oxidação de
gorduras nos treinos! Legal que o chá acelera o metabolismo sem aumento dos
batimentos cardíacos, tornando seu uso mais seguro e menos desconfortável.
No próximo e
último artigo da série, vamos bater um papo sobre os efeitos colaterais do uso
abusivo do chá verde e fazer uma conclusão sobre o assunto. Até lá!
(Essa série contém 3 partes. Continue a leitura acessando: parte 1, parte 2 e parte3).
(Essa série contém 3 partes. Continue a leitura acessando: parte 1, parte 2 e parte3).
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
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