NOTA DO AUTOR: o intuito da série não é influenciar o leitor a usar suplementos! QUE FIQUE BEM CLARO! Privilegio sempre a livre escolha.
Objetivos dos artigos: caso você tome suplementos, quero que entenda o porquê de está-los consumindo e como eles funcionam em seu organismo; se nunca ouviu falar sobre o tema, ampliará seu conhecimento de mundo ao ler a série; se está na dúvida entre comprar ou não tal coisa, depois da leitura conhecerá os prós e os contras; e, para o caso de você ser radicalmente contra a utilização de qualquer suplementação, conhecerá novos argumentos para reforçar ou mudar suas opiniões.
FERNANDO PAIOTTI.
Fala rapaziada! Tudo na paz?
Hoje dou início a mais um projeto
do site, sendo este o primeiro da nossa Seção Suplementação. Julgo ser um tema
de grande relevância para a musculação, já que é um suplemento muito famoso e que
promete vários benefícios. Começaremos nosso estudo com aquela marotagem
descontraída de sempre: boa leitura!
1. INTRODUÇÃO: CONHECENDO A GLUTAMINA.
Enfrentei dois grandes problemas
ao iniciar este projeto: por um lado, os artigos acadêmicos os quais
encontrava, indicavam sempre a mesma coisa: “acesso bloqueado”; por outro, os
artigos liberados que consegui ter acesso, citavam as fontes bibliográficas muito
porcamente.
O jeito foi deixar a série de
lado por um tempo e, aos poucos, ir juntando um material considerável para
escrevê-la. Meu objetivo, mais uma vez, era criar uma coletânea de artigos que
fosse bem escrita e que passasse informações de qualidade para a galera. Sendo
assim, acho que hoje nos encontramos em condições de iniciar o projeto.
Vocês verão que a glutamina será
uma desculpa para discutirmos diversos outros temas ao mesmo tempo. O bate-papo
vai acontecer da seguinte maneira: vamos estudando o assunto e fazendo algumas
pausas para explicar um conceito aqui e outro ali. Você sabe que é filosofia do
site realmente ensinar, e não fingir que ensina, usando termos científicos,
expressões bonitas, textos pomposos para enganar a todos, inclusive a mim
mesmo. O estudo aqui é coisa séria!
Para começar, a glutamina era
considerada um aminoácido “não essencial”. Hoje em dia, no entanto, é chamada
de aminoácido “semi essencial” pela grande maioria dos cientistas. Aminoácidos
não essenciais são aqueles que o corpo humano é capaz de sintetizar sozinho, ou
seja, não teríamos que consumi-lo na alimentação, uma vez que nosso próprio
corpo é capaz de fabricá-lo, utilizando outros alimentos como matéria-prima. Os
aminos essenciais, por sua vez, são obtidos apenas através da dieta, já que o
corpo humano não é capaz de produzi-los. Por fim, temos os semi essenciais, que
são aqueles que de fato são produzidos pelo organismo, mas em quantidade
insuficiente (Rowbottom, 1996; Bill Phillips, 1997).
Como disse, a glutamina é um
amino semi essencial: nosso corpo pode produzi-la, mas em alguns casos, como
eventos traumáticos, pós-cirúrgicos, queimaduras graves, doenças, infecções,
quadros de ansiedade, fome e treinos intensos e constantes, a produção interna
não dá conta de suprir as reais necessidades do organismo, podendo diminuir a
oferta em até 50%!
Como que o nosso corpo fabrica a
gluta? Através de duas enzimas, ele faz a sua síntese utilizando o ácido
glutâmico (não essencial), a valina e a isoleucina (essenciais). Esses dois
últimos aminos são famosos pois, junto a um terceiro chamado leucina
(essencial), formam o BCAA, suplemento muito utilizado pelos marombeiros, mas
isso será assunto de uma série futura, hoje o papo é glutamina.
Para que você tenha uma noção da
sua importância para a nossa vida e para a musculação, ela é o aminoácido mais
abundante em nosso organismo, representando cerca de 20% do total de aminos
livres no plasma sanguíneo (concentração de 0.6 mmol/L) e 60% dos livres no tecido
muscular esquelético! (RIBEIRO et al., 2004). A maioria dos nossos órgãos e
tecidos tem tanto a enzima de síntese quanto de degradação, porém, normalmente
uma acaba se sobressaindo, observe abaixo:
- Estão mais para consumidores:
intestino, rins, pâncreas, baço, sistema imunológico;
- Estão mais para produtores: coração,
pulmões, cérebro, tecido adiposo e muscular, sendo que este último responde
sozinho por cerca de 70% da produção corporal total, o que dá quase 9grs de
gluta para a corrente sanguínea todos os dias.
- O fígado já é um caso à parte,
produzindo e consumindo o aminoácido em questão quase na mesma proporção, ou
seja, no equivalente a uma soma zero. Esses fatores serão influenciados por
determinadas condições fisiológicas, como PH sanguíneo, glicemia e concentração
de amônia plasmática.
Quem
mais sofre nessa brincadeira toda são os marombeiros: a demanda muscular de
glutamina em um atleta é muito maior do que nosso organismo é capaz de
produzir. Após um treino intenso e puxado, nossos músculos podem perder mais de
30% de sua gluta livre para a corrente sanguínea. Isso poderá influenciar no
crescimento muscular e na recuperação pós-treino, aumentando as chances de
catabolismo excessivo e de overtraining. Por isso que muitos recomendam sua suplementação.
Além
disso, temos o importante papel da gluta no fortalecimento do sistema
imunológico (PACIFICO et al.,
2005), na síntese de glicogênio e GH, na proliferação de células
intestinais.
No
próximo artigo, passaremos a estudar detalhadamente tudo o que foi citado nessa
pequena introdução, além de outras coisas mais, como a importância para os
outros órgãos, as dosagens da suplementação e os efeitos colaterais.
(Essa
série contém 5 partes. Continue a leitura acessando: parte 1, parte 2, parte 3, parte 4 e parte 5).
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
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