OVOS, ALBUMINA E MUITAS POLÊMICAS – PARTE 3

Fala rapaziada! Dando continuidade ao capítulo donde paramos, darei mais algumas dicas sobre ovos e depois falaremos do tão temido colesterol... Boa leitura!
C. COMPRA E ARMAZENAMENTO DOS OVOS.
COMPRA: Primeiramente, vamos falar sobre a compra: escolha somente ovos com casca limpa, intacta e sem manchas vermelhas/rosadas, guardados em caixas em perfeitas condições.
QUALIDADE: Para testar a qualidade e idade do produto, coloque o ovo num recipiente com água: se pousar horizontalmente, é novo; se pousar com a ponta para baixo, é velho; se boiar, está estragado. Além disso, ovo fresco, durante a preparação, se espalha pouco, ocupando um pequeno diâmetro da panela, com a gema ao centro e a calaza bastante saliente; o velho ocupa uma área maior com a gema localizando-se na zona periférica.
ARMAZENAGEM: os ovos devem ser guardados com a parte pontuda para baixo, pois assim duram mais. À temperatura ambiente, resistem entre 2-3 semanas, mas recomendo que sejam guardados em geladeira, assim poderão durar mais (4-6 semanas). Nunca os guarde perto de alimentos com aroma forte, pois absorvem cheiros, ou nas prateleiras das portas, uma vez que quando esta é aberta, a temperatura interna se altera mais facilmente, podendo estragar os ovos e/ou facilitar a procriação da salmonela, caso esta esteja presente no alimento. Para que você saiba, a salmonela consegue se multiplicar em temperaturas que variam entre 5 e 45ºC.
Vai um "ovinho" aí?! (esse é de avestruz)
O pior de tudo é que a própria empresa que fabrica a geladeira lhe induz ao erro colocando aquele suporte especial para ovos na porta... Uma verdadeira palhaçada.
LIMPEZA: Preciso lavar os ovos? Só os lave quando for utilizar e, para tanto, utilize apenas água e esponja, até remover toda a sujeira visível. Quando for apenas armazenar, não lave, caso contrário, você retirará a película natural que o ovo contém para protegê-lo contra rachaduras.


3. SOBRE O COLESTEROL E SUAS POLÊMICAS

Para que fique claro, o colesterol é importante para a vida, pois é utilizado na produção de hormônios, por exemplo. Ao contrário do que se imaginava, nosso próprio fígado o fabrica (50-70% do consumo diário), utilizando a gordura saturada como matéria-prima. O restante fica por conta da alimentação.

O problema surge quando o colesterol está presente em excesso no organismo, pois se acredita que ele possa se acumular no interior das artérias, diminuindo o fluxo sanguíneo e deteriorando os vasos. Conseqüência disto seriam a alteração da pressão, os infartos e as doenças cardíacas.

Como vimos no capítulo anterior, um ovo contém por volta de 200mg de colesterol. A Associação Americana do Coração recomenda que o consumo diário deste, não passe de 300mg... e aí, como ficamos nessa história? Ovo faz mal à saúde? O ovo vai entupir minhas veias e me matar?!

De acordo com o INCOR, apenas 1/3 do colesterol do ovo é absorvido pelo organismo. Tal fato se deve à ação da lecitina, que impede que o intestino capte esse “temido vilão”, impedindo-o de ir para a corrente sanguínea. Como citei no capítulo 1, acho tudo isso muito curioso, é como se a própria natureza criasse um antídoto natural para nos proteger, por isso sempre digo que os alimentos (não industrializados, é claro) são um conjunto harmônico, um todo com uma razão de ser.

Além disso, segundo pesquisa japonesa, o consumo de ovos aumenta o HDL no corpo, que é o chamado colesterol bom. O aumento do LDL também pode ocorrer, mas isso só seria um problema para as pessoas sedentárias e com péssimos hábitos alimentares. Tenha em mente que o real perigo do colesterol relaciona-se ao consumo de alimentação industrializada e do tipo fast food, ambas ricas fontes de gorduras saturadas e trans. Exatamente por isso que fiz questão de começar a série debatendo sobre esse tema, uma vez que, para mim, eleger o ovo (assim como as carnes) como o maior culpado dos problemas cardíacos da população, é uma tremenda hipocrisia...

O problema está nos imbecis dos cientistas que nos anos 60 saíram alarmando a população de que o ovo era um alimento perigoso, aumentava o colesterol e fazia mal ao coração. Com a ajuda da mídia e de seu sensacionalismo, a lavagem cerebral foi muito bem feita e até hoje todos temem o ovo. Acontece que aqueles caras foram precipitados, assim como os burros que exorcizaram a manteiga e lançaram a margarina como seu bem sucedâneo, inventando, assim, a gordura trans, conforme explicado no episódio 3da série de "DENÚNCIAS sobre alimentação industrializada", aqui do site.


Os riscos, na verdade pertencem a uma conjuntura de fatores, como hábitos alimentares, metabolismo, genética e sedentarismo, e não apenas ao consumo de um alimento em si. Seja inteligente e não caia mais nesses papinhos. A seguir, veremos alguns estudos mais recentes e mais competentes:

- A Associação Médica Americana, em 1999, publicou um estudo que durou 14 anos e analisou a incidência de doenças cardiovasculares num grupo de 117.933 pessoas que comiam ovo diariamente. Não houve qualquer impacto significativo sobre o risco de doenças coronarianas e derrames.

- Pessoas que consomem poucas quantidades de colesterol na alimentação, não necessariamente terão baixos níveis dele no sangue, uma vez que, como já explicado, o corpo mesmo poderá produzi-lo, causando um excesso.

- A British Nutrition Foundation afirma que o consumo de 1 ovo por dia, tem efeito quase que insignificante no colesterol sanguíneo. Já o cardiologista Marcos Knobel, coordenador do Selo de Aprovação da Sociedade Brasileira de Cardiologia, afirma que esse consumo poderia ser de dois ovos, sem problemas.

- Pesquisador Bruce Griffin (Surrey University), analisou um grupo de pessoas em sobrepeso por 12 semanas. Foi feita uma restrição calórica na dieta e adicionou-se o consumo de dois ovos ao dia. Ao final da pesquisa, o grupo mostrou redução de peso e dos níveis de colesterol. O objetivo da pesquisa era mostrar que o foco da discussão estava no vilão errado, uma vez que o problema estava no elevado consumo de gorduras saturadas, decorrentes de uma péssima dieta, e não do consumo de ovos.

- Universidade de Louisiana, EUA: foi feito um estudo comparando dois grupos: um que mandava dois ovos no café da manhã, e outro que consumia carboidratos. A quantidade de calorias diárias ingeridas pelos dois foi a mesma, assim como as quantidades de gorduras e colesterol. Ao final de dois meses de estudo, o grupo que ficou com os ovos obteve um resultado 65% melhor no quesito emagrecimento do que outro. Além disso, observou-se que o ovo dá sensação de saciedade por muito mais tempo, sendo que as pessoas que o comeram no desjejum, consumiram 30% menos calorias no almoço do que o grupo que ingeriu apenas carboidratos.     
   
Para encerrar mais este capítulo, gostaria de fazer algumas ressalvas: diabéticos e pessoas que têm histórico de problemas cardiovasculares devem ter maior cuidado na alimentação e respeitar antigas recomendações de não comer mais do que 3-4 ovos por semana. Crianças podem consumir ovos a partir de 6 meses de vida, consulte um pediatra para conversar a respeito. 

Observação: quando falamos em ovo, neste capítulo 3, leia-se “gema”, já que as claras não contêm colesterol e você poderá comer quantas quiser por dia, sem se preocupar com as tais gorduras, ok?


ATENÇÃO: Essa série contém 6 partes. Continue a leitura acessando: 
- parte1: ovos – as maiores vítimas da hipocrisia alimentar humana;
parte 2: tudo sobre ovos: composição, nutrientes, tipos, compra e armazenamento; 
- parte3: sobre o colesterol e suas polêmicas;
- parte4: sobre o polêmico consumo de ovos crus;
- parte5: ovos pasteurizados e albumina;
parte 6: suplementação com albumina.


FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP


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Comentários

  1. Segundo o dr Lair Ribeiro o ovo é um do alimentos mais completos na natureza. Muito bom Fernando .

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