Fala rapaziada!!
Hoje o papo vai ser muito polêmico e vai dar o que falar! Com vocês, o
consumo de ovos crus! Boa leitura.
Peço a todos que não sejam apenas leitores passivos do site, que vêm aqui sugar um pouco de conhecimento sem dar nada em troca: cliquem em curtir (aí do seu lado direito no cabeçalho do texto), não custa nada... Se você gostou da leitura, compartilhe, assim ajudará a divulgar o site. Obrigado.
4.
SOBRE O POLÊMICO CONSUMO DE OVOS CRUS
Neste capítulo, estudaremos as principais formas de se consumir ovos,
falaremos sobre o polêmico consumo deles crus e de uma possível alternativa que
seriam as claras pasteurizadas.
A.
FRITO/COZIDO/MEXIDO: observe a comparação calórica de cada um: frito – 196cal/ 457mg de
colesterol; cozido – 155cal/424mg ; mexido – 167cal/352mg (valores referentes a
quantidades de 100gr do alimento. Dados fornecidos pelo Banco de Dados
Nutricionais do Departamento da Agricultura dos EUA).
O ovo cozido é a melhor pedida, pois é o menos calórico e mais fácil e
prático de fazer, especialmente para quem tem pressa. Ele dura alguns dias
pronto na geladeira, então você poderá fazê-los na véspera. A partir do momento
em que a água estiver fervendo, coloque o ovo e deixe entre 4-6 minutos. Para
fazer ovo poché, adicione vinagre na água, assim a clara aglutina e não se
espalha.
Não cozinhe em excesso, caso contrário, o ovo ficará com mau cheiro e
com a gema esverdeada. Isso se deve ao enxofre da clara e não traz nenhum risco
para a saúde, o problema, na verdade, é mais sensorial, podendo broxar seu
apetite.
B. CRUS: agora sim! A hora
das polêmicas. Que fique bem claro, antes de qualquer coisa, que eu não como
ovos crus e não incentivo tal prática, na verdade sou contra. No entanto,
gostaria de criar um ambiente de debate e expor os principais argumentos dos
grupos contra e a favor.
Além disso, darei várias dicas a quem quiser se aventurar nesse consumo
cru, para quem sabe diminuir as chances de você contrair uma intoxicação. Por
fim, gostaria de propor uma alternativa às pessoas que não aguentam mais comer
ovos cozidos. Não, não estou falando da suplementação com albumina, já que esta
será tema do próximo capítulo. Falo, na verdade, da ingestão de claras
pasteurizadas. Vamos começar:
I- GRUPO CONTRA O CONSUMO DE OVOS CRUS – ARGUMENTOS:
Como disse, faço parte desse grupo. Por quê? Porque eventuais bactérias
presentes no alimento, destaque aqui para a famosa Salmonela, podem sobreviver
a temperaturas de até 50°C e causar um belíssimo estrago no seu organismo:
febre, cólica abdominal, vômito e diarréia. Conheço três pessoas que já se
ferraram nessa brincadeira e todas ficaram ao menos três dias internadas no
hospital, sob observação e cuidados médicos. Nos EUA, 2/3 dos casos anuais de
salmonela são derivados do consumo de ovos crus ou mal preparados.
Qual é o objetivo do elevado consumo de ovos pelos marombeiros? Aumentar
a ingestão de proteínas e, consequentemente, ganhar massa muscular, certo?
Imagine, então, a devastação que seria para o seu organismo e para o seu
desenvolvimento muscular, ficar tomando soro por três dias, internado num
hospital, sem treinar... Resumindo: caso se contamine, você atingirá um
“objetivo” totalmente oposto ao almejado. Pense bem antes de tomar alguma
decisão dentro desse contexto.
O resultado poderá ser muito pior caso o doente seja idoso, criança,
gestante ou imunodeficiente, pois aqui, a salmonelose poderá apresentar formas
mais graves.
Você pode estar se perguntando: tem como saber se um ovo está infectado?
Com 100% de certeza não. Ensinarei alguns métodos ao final da exposição, mas
sem uma análise laboratorial, os riscos sempre existirão.
Alega-se também que, a avidina, presente na clara do ovo crua, inibe a
absorção da vitamina biotina pelo organismo, podendo gerar alguma deficiência.
Caso o ovo seja cozido, frito, etc., esse componente da clara perde tal efeito
prejudicial. O maior cuidado aqui diz respeito às gestantes, pois a falta de
vitaminas na gravidez poderá ser muito prejudicial ao feto.
II- GRUPO A FAVOR DO CONSUMO DE OVOS CRUS – ARGUMENTOS:
Alegam
que a incidência de salmonela nos ovos de galinhas criadas soltas (caipira e
orgânica) é muito pequena. Um estudo do Departamento da Agricultura
norte-americana mostrou que dos 69 bilhões de ovos produzidos anualmente,
apenas 2,3 milhões estavam contaminados com salmonela. Em outras palavras,
somente 0,003%, ou 1 em cada 30 mil. Tais dados, então, mostram que o problema
é raro. Ok, mas agora eu pergunto: você confia na fiscalização das granjas do
Brasil? Ou melhor, confia 100% em alguma coisa vendida no Brasil?
Mas
vamos supor que você ainda está decidido a se arriscar. Como poderá tentar
minimizar os riscos de contrair salmonelose? Primeiramente, deverá procurar
algum sinal de infecção ou fratura/rachadura no ovo, assim como analisar a sua
frescura. “Sai fora cara, fresco é tu,
vacilão!”. Não é dessa frescura que estou falando, brother! Não estou
falando de fazer aeróbico em jejum (procure essa famosa série aqui no site ou acesse o link)
de mãos dadas com seu parceiro de treino ou de beber seu shake de whey protein
com o dedo mindinho levantado... Estou falando de fazer aqueles testes que
ensinei no capítulo 2 desta série, lembra? De colocar o ovo num copo com água e
ver como ele se posiciona?
Além
das dicas que ensinei, observe também se o ovo libera alguma bolha no copo.
Caso isso aconteça, saiba que não significa que o ovo soltou um peido dentro
d’água, mas sim que existe alguma rachadura no ovo e você não poderá comê-lo.
Outra coisa: para fazer esses testes, o alimento deve estar em temperatura
ambiente. Deixe sair o gelo durante um tempo se ele estiver na geladeira.
Ao
abrir o ovo, cheire-o para ver se está bom. Observe também a consistência: se
estiver em forma de gel, coma gema firme, ok; se estiver com um aspecto muito
líquido, não use.
Rocky Balboa mandando uns ovos crus |
Em
outras palavras, neste capítulo, a regra é não só clara, como também gema: “Em
caso de dúvida quanto à qualidade do ovo testado, NUNCA o coma na forma cru!”. Uma ressalva importante é que a
transição para o alimento sem preparo deve ser feita aos poucos, ½ ovo por dia,
durante uns dias, depois um inteiro, e por aí vai, para que seu organismo não
estranhe e você passe mal.
Os
defensores ainda argumentam que a infecção por salmonela, em indivíduos
saudáveis, não é tão grave e pode ser facilmente tratada com probióticos de
alta qualidade. Discordo. As pessoas que conheço que tiveram intoxicação eram
todos indivíduos saudáveis, com ótimos hábitos alimentares e que praticavam
exercícios físicos...
Continuando,
considero interessante o ponto onde se argumenta que ao preparar o ovo, você pode
destruir seu valor nutricional e as enzimas do interior da gema. Um exemplo
seria em relação do ômega-3: de fato, em altas temperaturas, ele estraga, então
seria melhor consumi-lo cru. Sou obrigado a concordar com o grupo.
No
entanto, o que mais me intriga, e aqui confesso não ter tomado uma posição
ainda, é que ambas as turmas têm argumentos no sentido de melhor aproveitamento
da proteína: já li que não se consegue digerir a clara muito bem no estado cru,
e que a absorção é de apenas 51%, contra 91% da forma cozida. Em contrapartida,
também já li estudos explicando que se estraga a clara cozinhando-a... Aí fica
difícil, não é verdade? Em todo caso, prefiro não arriscar, e continuar comer
os cozidos.
Por
fim, gostaria de citar mais duas informações: a primeira é que não se anula a
ação da avidina, glicoproteína da clara que impede o organismo de absorção a
biotina da gema, com o consumo na forma crua. Ok, concordo, mas a gema é tão
rica nessa vitamina, que caso você coma o alimento por completo, e não
parcialmente, um problema anulará o outro.
A
segunda é para as pessoas que têm alergia ao ovo: converse com seu médico e
tente descobrir se você é alérgico ao ovo ou à forma como ele é preparado. Li
casos de pessoas que não podem comê-lo cozido, mas que quando provam cru, nada
acontece. E vice-versa. Talvez esse seja seu caso. Ah, atenção: alergia é
diferente de intolerância, ok? A primeira, causa manifestações respiratórias,
urticárias, vômitos e inchaços; a segunda, dificuldade de digestão.
Infelizmente o texto ficou muito grande e vou parar por aqui. No próximo artigo falaremos sobre as claras pasteurizadas, que seria uma forma segura de se consumir ovos crus, e depois falaremos sobre a suplementação da albumina em pó.
ATENÇÃO: Essa série contém 6 partes. Continue a leitura acessando:
- parte1: ovos – as maiores vítimas da hipocrisia alimentar humana;
- parte 2: tudo sobre ovos: composição, nutrientes, tipos, compra e armazenamento;
- parte3: sobre o colesterol e suas polêmicas;
- parte4: sobre o polêmico consumo de ovos crus;
- parte5: ovos pasteurizados e albumina;
- parte 6: suplementação com albumina.
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
Para conhecer meus serviços de consultoria online, currículo, fotos de alguns alunos e muito mais, clique AQUI ou envie email para: fernando.paiotti@gmail.com
Comentários
Postar um comentário