TUDO SOBRE A DIETA DO GUERREIRO – THE WARRIOR DIET – PARTE 1

Fala rapaziada! 

Saudades de publicar um texto! Hoje voltaremos à ativa e, antes de qualquer coisa, FELIZ 2014 a todos! Que seja um ano repleto de realizações, conquistas e superações! Especialmente dentro da musculação: cenário que nos uniu.

Antes de começarmos a falar sobre a DG, não deixem de curtir a página do site no facebook, clicando AQUI. 

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Bora discutir sobre a DG?!

É com imenso prazer que começo essa série sobre um tema tão polêmico: a Dieta do Guerreiro (DG), ou The Warrior Diet (WD), que é seu nome original.

Ela foi criada e desenvolvida por Ori Hofmekler, um entusiasta e pesquisador sobre nutrição e exercícios físicos, que foi editor chefe da revista “Mind and Muscle Power Magazine”, e que lançou, em 2002, o livro “The Warrior Diet”, cujas metodologias passaremos a estudar a partir de agora.

Bom, logo de cara já me deparo com um problema: por onde começar a exposição? São tantas informações interdependentes, que fica até difícil achar um ponto de partida. Eu poderia começar definindo a dieta, mas tenho medo de que isso assuste o leitor, ou de que ele já saia me xingando ou ofendendo meus familiares, incrédulo, postura a qual tomei em 2005, quando conheci a dieta, confesso.

Acho que podemos começar com algumas historinhas sobre esse lance de guerreiro, fato que dá nome à dieta e tentar, ao final desse primeiro artigo, apresentar alguns conceitos e justificativas que fornecerão certo embasamento a esse estilo de vida.

O tal guerreiro do nome da dieta faz menção ao combatente das civilizações da antiguidade, a destacar as mais famosas: grega e romana. Esses caras eram um exemplo de potência física humana: um soldado do império romano era capaz de caminhar mais de 40 km por dia, com 30kgs de equipamentos. Eram muito fortes, ágeis, preparados para todo tipo de situação, estando sempre em alerta. Passavam por treinamentos brutais, dolorosos e pesavam em média apenas 65kgs! Isso sem mencionarmos os gladiadores, uma vez que estes equivaliam a três soldados comuns.

Você já parou para pensar (pelo menos a mim isso sempre incomodou) o porquê de as estátuas de guerreiros e de deuses, sempre mostrarem um corpo bem atlético, com muito músculo, todo definido? Os caras nem puxavam ferro, tinham uma rotina desgastante pra caramba, catabólica demais, viviam no overtraining, não suplementavam, não usavam drogas, e mesmo assim eram fortes, grandes e rasgados... como?

A genética poderia influenciar, mas acho que é mais do que isso, o segredo estava na alimentação. Eles comiam basicamente uma vez ao dia, consumindo alimentos frescos e nutritivos, e permaneciam em jejum durante diversas horas, mantendo os instintos do guerreiro afiados, no talo, sob vigília constante e intenso treinamento. Pela noite, descansavam e recebiam a recompensa por um dia exaustivo de trabalho: a comida.

No auge das expansões do Império Romano, era assim que os soldados, sem exceção, se alimentavam. O autor do livro arrisca, de forma forçosa, em minha opinião, que um dos fatores que trouxe a destruição do império foi a mudança de hábitos alimentares, especialmente dos generais e políticos, que passaram a se alimentar algumas vezes por dia, utilizando grãos em sua maioria. Os instintos do guerreiro foram morrendo, sendo substituídos pela gordura abdominal e pela domesticação do ser humano. Isso pode até ter influenciado em alguma parte de “estratégia”, digamos assim, mas sabemos que a crise no sistema de produção escravista e as frequentes invasões bárbaras foram os reais motivos.

O que percebemos no homem moderno é que esses instintos ainda existem nos seus genes, porém, encontram-se adormecidos, já que a alimentação é um lixo: come-se várias vezes por dia, ingerindo muita gordura, muitos carbos refinados, doces e junk & fast food. Além de tudo, não se praticam exercícios físicos. Moral da história é que teremos um ser humano domesticado e sem instintos.

Falando sobre o jejum agora, longos períodos dele mantêm o organismo sob constante estado de alerta, aumentam nossa produtividade, a eficiência do metabolismo da proteína e a sensibilidade pela insulina, sendo que esta não irá variar absurdamente, e seu corpo não irá estocar tantas calorias dos carbos na forma de gordura quando você se alimentar.

Além disso, guardei o melhor para o final: as produções de hormônios anabólicos, como o GH e a testosterona aumentam e MUITO durante o jejum, principalmente o hormônio do crescimento! O cortisol vai subir, de fato, mas existem várias maneiras de controlá-lo, evitando a queima/catabolismo de massa muscular.

Em relação à dieta do guerreiro, então, ficou fácil descobrir do que ela se trata, já que dei pistas sobre em que ela irá se basear: num ciclo diário de alimentação, dividido em duas fases conhecidas como undereating e overeating, que seriam um ciclo de desconstrução e de construção, respectivamente.

No primeiro, você gasta, destrói e transforma matéria em energia. Quando você come várias vezes por dia, há um excesso de construção, de materialismo, fato que vai gerar bons ganhos em gordura corporal. A fase do over, por sua vez, é a da materialização, criação.

Outro problema que ocorre quando você se alimenta constantemente é que não se dá o tempo adequado para o corpo se desintoxicar e produzir enzimas adequadamente, além de gerar satisfação, saciedade e, acima de tudo, liberdade. Além disso, acaba-se com o estado de alerta, deixando-nos mais sonolentos e menos ativos.

Essa dieta não se trata pura e simplesmente de ficar em jejum e depois comer, fique tranquilo. Não necessariamente será feito um jejum 100%, como mostrarei mais adiante, mesmo porque, o autor nem recomenda que você fique nesse estado radical e incentiva o consumo de determinados alimentos para otimizar a eficácia do método.

O jejum, ou melhor, o quase jejum, não deve durar mais de 16/18 horas segundo Hofmekler afirma em seu livro, pois mais do que isso seria prejudicial, já que haveria um gasto exagerado de energias e o catabolismo poderia se agravar, podendo prejudicar a nossa saúde, deixando-nos doentes.

Entretanto, no site dele, ele mostra uma tabela de exemplo de dieta com 20 horas de under... Não sei o porquê, mas no Brasil popularizou-se apenas esse ensinamento e praticamente não se fala em 16/18 horas. Talvez por simplesmente reproduzirem informações no estilo “copia-e-cola”, sem pesquisar e muito menos ler os livros e artigos do autor. Fica aqui um alerta para que você tome cuidado ao escolher fontes de pesquisa para aprender sobre algo...

Foto do site do autor sobre a dieta.

A DG não é uma dieta de 3 semanas, ou plano para o verão, como o próprio autor avisa. É mais do que isso, é um estilo de vida, um lifestyle, assim como a musculação, que não deve ser vista apenas como um esporte, a não ser, é claro, que você não seja um “atleta” sério, atrás de ganhos de verdade, porque aí você poderá chamar até de hobby ou lazer, se quiser. No meu caso, a musculação é uma religião (na série Desabafosde um marombeiro lesionado e recém-operado – capítulo 5, eu explico o motivo).

Com o passar dos dias você vai se acostumar com a fome e ela não mais lhe incomodará. Aos poucos você vai virar de fato um guerreiro do mundo moderno. Abaixo listarei algumas ideias interessantes acerca desta “dieta”, para que você tenha um pequeno gostinho, quiçá um aperitivo, do que está por vir.

I- PRINCÍPIOS DAS FASES DA DIETA DO GUERREIRO:

- No Undereating: indivíduo em alerta, com energia, ativo, produtivo, com vontade de viver, queimando gordura adoidado.

- No Overeating: indivíduo tranquilo, calmo, recompensado, refazendo as energias e construindo a musculatura.

II- OBJETIVOS DA DIETA DO GUERREIRO:

1) Acionar o gatilho para despertar o guerreiro que existe em você;

2) Queimar gordura;

3) Construir músculos;

4) Acelerar o metabolismo;

5) Potencializar os neurotransmissores;

6) Desintoxicar o organismo;

7) Desacelerar os efeitos colaterais da ação do envelhecimento;

8) Proporcionar uma sensação de liberdade;

9) Gerar satisfação em todos os sentidos;

10) Viver instintivamente.

Meu primeiro contato com o tema foi em 2005 e me deixou totalmente inconformado. Acredito que na época eu ainda não havia atingido a maturidade adequada para lidar com o método e tinha uma cabeça mais fechada, afinal, eu praticava musculação há quase dois anos apenas, e estava tendo ótimos resultados com a doutrina de comer de 3 em 3 horas, e já conhecia bem os efeitos que o catabolismo poderia gerar depois do treino.

Em outras palavras, eu já havia passado por uma lavagem cerebral e não estava pronto para um aprendizado tão sofisticado. Fato, este, que é a realidade de muitos até hoje: pessoas que se dizem/acham grandes pesquisadoras e conhecedoras do universo da musculação, apedrejam sem dó essas novidades avassaladoras, digamos assim, pois têm medo de conhecer coisas novas e de se arriscar. É fato que muitas das novidades não passam de lixo, mas pelo menos se dê ao trabalho de ler e pesquisar sobre o assunto antes de sair metendo o pau, de preferência na íntegra, e não por reproduções e resuminhos, muitas vezes incompletos e incorretos, que fazem por aí.  

Já estou há quatro meses pesquisando, com muita dedicação, tudo sobre essa dieta, inclusive li o livro e alguns artigos do autor, conversei com duas pessoas que tentaram esse estilo de vida e tiveram ótimos resultados. Tudo isso com dois objetivos: escrever uma série de alto nível, o que é a regra NÚMERO 1 DO SITE, e aprender o máximo que eu puder, pois eu mesmo vou entrar nessa brincadeira e arriscar essa dieta daqui um tempo! Saibam, então, que a coisa vai ser séria.

Estou decidido a experimentá-la pela primeira vez. O problema é que fui operado recentemente e, infelizmente, passarei por uma nova cirurgia daqui cinco dias, e ficarei em processo de recuperação, por quase três meses.

Feito isso, terei que recuperar mais de 10kgs e tomei como meta ganhar mais 4, ou seja, tenho que aumentar meu peso em 14kgs. Ao final dessas etapas, quando estiver satisfeito, vou iniciar essa dieta e detalhar o meu processo pessoal aqui no site, na série “Eu e a dieta do guerreiro”. Enquanto isso, inicio essa coletânea de 12 partes para explicar tudinho a respeito desse polêmico e incompreendido estilo de vida do guerreiro.

Nas próximas edições, trataremos sobre as fases da dieta, os alimentos que podem ser consumidos, como comê-los adequadamente, vamos estudar hormônios, metabolismo, como maximizar a queima de gordura, como não perder massa muscular, melhores métodos de treino, dieta do guerreiro Vs. Outras dietas, melhores suplementações dentro desse contexto e, por fim, mostrarei as principais dúvidas e mitos acerca do tema.

ATENÇÃO: Essa série contém 12 partes. Continue a leitura acessando: 

- PARTE 1: INTRODUÇÃO

- PARTE 2: UNDEREATING I

- PARTE 3: UNDEREATING II

- PARTE 4: UNDEREATING III

- PARTE 5: UNDEREATING IV

- PARTE 6: OVEREATING I

- PARTE 7: OVEREATING II

- PARTE 8: OVEREATING III

- PARTE 9: DG Vs. Outras dietas/ DG e o treinamento com pesos

- PARTE 10: Perguntas e respostas

- PARTE 11: Efeitos colaterais da Dieta do Guerreiro

- PARTE 12: Relato de casos

FERNANDO PAIOTTI

Personal Trainer e Consultor Online

CREF 151531-G/SP

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