ATENÇÃO: Este artigo é parte integrante da série “M.A.I.D.T. - MÉTODOS PARA AUMENTAR A INTENSIDADE DOS SEUS TREINOS”. Clique no link para conhecer o projeto e seus capítulos.
CAPÍTULO 5: DROP-SETS
CAPÍTULO 5: DROP-SETS
OBSERVAÇÃO: antes de iniciar a leitura deste
capítulo, recomendo a todos que (re)leiam a série “entendendo as fibras musculares” aqui do site. Isto será bastante importante para absorver a
maior parte do conteúdo que escreverei a seguir.
A autoria
dessa técnica é dada a Henry Atkins, editor da revista “Body Culture”, que nos
anos 40 a batizou de “multi-poundage”. Ao longo das décadas, essa metodologia
recebeu muitos nomes, alguns, na verdade são modalidades específicas dela, como
strip-sets, down the rack, séries descendentes, triple-drop, breakdowns e DROP-SETS!
Vamos começar
com um pequeno bate-papo. Você sabia que durante a execução de um exercício, o
seu corpo utiliza algo como 50 a 70% das fibras musculares totais? Esse número
varia de pessoa para pessoa, mas não chega a 100%. Isso se deve a questões de
sobrevivência pois, caso surja uma ameaça, o corpo deve ter algum “plano B”
para se proteger.
“Ok, então quer dizer que por mais que eu me
esforce no exercício, infelizmente não vou chegar a dar 100%?” Isso, é mais
ou menos por aí.
“Dá pra reverter isso, Fernandão?”. Vamos
tentar e, para tanto, teremos de usar técnicas de alta intensidade, como as
drop-sets, por exemplo.
Elas
consistem em se realizar algumas repetições até a falha muscular, ou perto
dela, de modo que você não consiga fazer mais nenhum movimento em boa forma.
Nesse momento, alguém ABAIXA O PESO O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL, e você continua
fazendo mais algumas repetições, até que fique travado novamente e ocorra uma
nova retirada de pesos. E por aí vai...
O que
acontece nesse método é que naquela sua PRIMEIRA falha, você atingiu o seu
limite para aquele peso em especial, e não para o exercício como um todo, ou
seja, você não falhou 100%. Além disso, como expliquei mais acima, você não
chegou nem perto de recrutar todas as suas fibras musculares, já que muitas
foram poupadas.
Se você
reduzir o peso e, praticamente sem intervalo, continuar fazendo mais alguns
movimentos, novas fibras entrarão na brincadeira, para serem destruídas,
melhorando ainda mais a qualidade do seu treino. É muito importante que você
seja rápido na troca de pesos para garantir que não se dê repouso algum para o
grupo muscular que está sendo requisitado, de tal maneira que as fibras que
estavam na reserva, esquentando o banco, tenham de entrar para jogar.
De todas as
técnicas que apresentarei ao longo dessa série de mais de 30 capítulos, de
longe, as drops são as minhas favoritas. Elas produzem ótimos resultados tanto
para ganhos de força, quanto para hipertrofia. Além disso, algumas pesquisas
(Takarada et al. 2000; Wilson, 2005; Lin et al. 2001) demonstraram que ela
aumenta naturalmente a produção de testosterona e GH, por conta dos produtos
metabólicos gerados durante a prática desta atividade de alta intensidade.
MODALIDADES
DE DROP-SETS.
Nem que eu
quisesse, conseguiria listar todas, de tanta coisa que existe. Se você tiver
uma mente criativa, você mesmo pode inventar um tipo de série descendente.
Vamos tentar abordar as principais e mais interessantes:
1- DROP TRADICIONAL: na clássica, baixamos o peso apenas
duas vezes, ou seja, você fará três séries seguidas. As reduções citadas seriam
de 15-20% do peso total.
2- DOWN THE RACK: Eu já apresentei esse estilo, da
autoria de Vince Gironda, mais de uma vez naquelas séries de “manuais de treino
monstruosos”. Essa técnica consiste em ir ao rack (suporte) da academia onde
ficam guardados todos os halteres, pegar um par pesado e começar o exercício.
Quando você não aguentar mais nenhuma repetição, você guarda o peso e pega
outro, mais leve, e continua, e por aí vai, até limpar o rack da academia.
Esse método
pode se tornar um verdadeiro inferno de se fazer quando a academia está lotada,
logo, deve ser bem planejado.
Seria possível
também fazer essa modalidade nas máquinas que têm pesos na forma de
placas/tijolos, tentando utilizar todos até zerar o aparelho.
3- SUPER-DROP-SET: combina a super-set, apresentada
anteriormente, com a drop-set. Faça 3 séries (com dois drops) para um grupo
muscular e, sem descanso, vá para o outro grupo, onde você também fará mais
algumas séries descendentes. Vale mencionar que você tem a possibilidade de
fazer a mesma coisa em uma bi-set, por exemplo.
Uma variação
seria ir de um exercício para o outro, sem nunca descansar, diminuindo o peso a
cada série.
4- REST-PAUSE-DROP-SET: falando em combinar métodos, a drop
também admite uma união com o rest-pause, método que veremos mais adiante. A
diferença aqui é que você dará pequenos intervalos, algo como 10-15 segundos,
entre uma drop e outra.
5- STRIPSETS: estilo famoso por conta do nosso
querido Terminator, o Arnold. É a drop feita na barra com anilhas. Nada demais.
Procure encher a barra com discos pequenos, como 5kgs, para facilitar a
agilidade e eficiência das retiradas de peso.
6- UP THE STACK: esse método significa subir o pino
do aparelho. Nada mais é do que fazer drop-sets numa máquina com
placas/tijolos. A vantagem é que a troca de pesos fica muito mais rápida.
7- DROP-SET FIXA: nela você escolherá um número fixo,
por exemplo 6, e fará várias reduções de peso, mantendo sempre esse número de
repetições. Uma boa pedida é juntar esse método com a técnica down the rack.
8- DROP-SET FALSA (AO CONTRÁRIO): na verdade essa técnica é a
antagonista da drop e consiste em se aumentar o peso de set para set. Exemplo: você
faz 10 séries com 10kgs na rosca direta; depois 6, com 15kgs; por último, 4,
com 20kgs.
9- DROP-SET-PIRÂMIDE: essa é a junção da drop-set normal
com a falsa. Uma boa pedida seria fazermos 5 séries: entre a 1,2 e 3, você
aumentará o peso; entre a 3,4 e 5, você diminuirá. Simples assim.
10- MÉTODO HALVING: consiste em reduzir o peso em 50% de
uma drop para o outro. Esse método usa 6 reps no primeiro set e 20, depois da
drop.
11- DROPS COM MUDANÇA DE PEGADA: a diferença aqui é que entre uma
drop e outra você vai mudar a pegada. Exemplo: rosca alternada (drop) – rosca
martelo (drop) – rosca inversa.
12- POWER DROP-SETS: utilizada em exercícios que começam
já com muito peso, permitindo que você faça poucas repetições. Entre uma drop e
outra, diminua apenas 10-15%, e continue sendo obrigado a fazer reps baixas.
Essa técnica é boa para ganhos de força.
13- MÉTODO 1-10: essa modalidade é feita da seguinte
maneira: escolha um exercício e carregue-o de peso, de forma que você aguente
fazer apenas uma repetição. Guarde. Diminua o peso e faça duas. Guarde e abaixe
a carga novamente. Aí faça mais três reps e por aí vai, até que na última você
faça 10 movimentos. Depois disto, é só sentar e chorar, arrependido...
QUAL A MELHOR MANEIRA DE UTILIZÁ-LAS?
Você poderá utilizar essas técnicas com qualquer grupo
muscular. Recomendo que a mande ao final do treino para dar aquela arregaçada
final, garantindo que qualquer fibra muscular sobrevivente seja completamente
destruída, gerando um pump de treino ainda maior.
A melhor maneira é com um parceiro de treino, para reduzir
ao máximo o tempo que você poderá perder mudando as cargas. No caso dos
halteres, procure deixar todos por perto.
Mantenha a quantidade de repetições entre 6 e 12, para
garantir o máximo de hipertrofia.
QUAL A IMPORTÂNCIA DESSA TÉCNICA?
- Serve para
quebrar um platô, acordando seus músculos;
-
Experimentar novas metodologias;
- Gastar mais
calorias e melhorar a sua resistência, mesmo que treinando com pesos, ou seja,
sem aeróbicos.
- Garantir
maior desgaste/recrutamento muscular, aumentando suas chances de hipertrofia.
- Recruta
maior número de fibras musculares;
- Causar um
pump, ajudando a alargar a fáscia muscular;
- Estressar a
musculatura sem utilizar cargas pesadas demais, diminuindo as chances de
lesões.
HÁ ALGUM RISCO/ CONTRA-INDICAÇÃO PARA
O MÉTODO?
O uso abusivo
das drop-sets, e não só delas, mas de qualquer técnica que mostrarei nessa
série, poderá sobrecarregar o organismo, uma vez que eles servem
justamente para aumentar a intensidade dos seus treinos. Em outras palavras,
aumentam-se os riscos de overtraining, fazendo com que um platô de estagnação,
transforme-se numa avalanche de perdas em massa/força/performance.
Não use por
mais de três semanas seguidas pois nosso corpo tende a se estagnar/acomodar com
o uso das drops. Pare por 1-2 semanas e só depois volte a usar. Aproveite esse
tempo para testar novos métodos de outros capítulos.
Dê
preferência para fazer as drops apenas no último exercício, para não
comprometer o rendimento do seu treino, já que elas são muito desgastantes.
Entre uma série descendente completa e outra, dê algo como 2 minutos de descanso.
EXEMPLO
DE TREINO: APLICANDO NA PRÁTICA
ROTINA 15: Bíceps à La “Down
the rack”, uma iguaria. (da série “manual de treino para bíceps monstruosos").
- Rosca direta: 5x3
- Rosca Scott: 3x12
- Rosca alternada ou martelo utilizando drop-sets à
la “down the rack”: limpe o rack (suporte de halteres) apenas uma vez, com um
mínimo de 5 drops e tchau. Você não vai conseguir nem beber água depois
dessa...
No próximo
capítulo da série, falaremos sobre o rest-pause. Até lá!
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
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