ATENÇÃO: Este artigo é parte integrante da série “M.A.I.D.T. - MÉTODOS PARA AUMENTAR A INTENSIDADE DOS SEUS TREINOS”. Clique no link para conhecer o projeto e seus capítulos.
CAPÍTULO 7: SÉRIES AGRUPADAS OU CLUSTERS
CAPÍTULO 7: SÉRIES AGRUPADAS OU CLUSTERS
Existem
vários métodos de séries agrupadas ou clusters sets, no entanto, vou apresentar
apenas um: a técnica do powerlifter Carl Miller, que foi popularizada por
Charles Poliquin em seu livro “Modern Trends in Strenght Training”.
Quem leu o
último artigo da série, deve se lembrar de que falamos sobre o excelente rest-pause.
Pois bem, um cluster nada mais é do que uma forma especial de se utilizar a
técnica do capítulo anterior, porém com um enfoque mais agressivo no ganho de
força.
Determinados
treinadores utilizam variações de clusters que, para mim, estão totalmente
erradas, pois voltaram a ser um rest-pause comum ou, pior ainda, uma série como
outra qualquer (feito as que utilizamos no mais simples dos treinos de
musculação). Por isto, preferi focar-me no método divulgado por Poliquin.
Para tanto,
você deverá montar um aparelho com um total de carga equivalente a 90% da sua
RM (repetição máxima). Feito isso, execute um único movimento, apoie o peso no
suporte ou largue-o no chão e descanse de 10 a 15 segundos. Após este
intervalinho, faça mais uma repetição e dê um novo repouso, com o mesmo tempo
do anterior. Repita o processo descrito por mais três vezes (totalizando 5
repetições) e agora dê um intervalo muito maior, de 3 a 5 minutos.
Pronto,
terminamos a primeira série agrupada e podemos começar a segunda. Você poderá
fazer um total de até 5 clusters, dependendo dos seus objetivos, recuperação
entre os treinos, energia, etc.
A grande
sacada aqui é que você conseguirá movimentar elevadas cargas por mais vezes. A
título de exemplificação, imagine que num treino de força comum, você montou o
supino com 120kgs e conseguiu fazer 5 séries de até três movimentos (totalizando
15 repetições, ou menos, num único treino).
Numa série
agrupada, no entanto, você conseguirá fazer 5x5, por conta das pausas
estratégicas, movimentando, assim, cargas bastante pesadas por muito mais vezes
(25 reps, por exemplo).
Pelo grande
poder e enorme força que gera, a técnica é muito utilizada por powerlifters e levantadores
olímpicos, sendo também muito interessante para as pessoas que gostariam de aumentar
as cargas em determinados aparelhos na musculação.
QUAL A MELHOR MANEIRA DE UTILIZÁ-LAS?
Você poderá
utilizar essa técnica com qualquer grupo muscular, de preferência perto do
início do treino, para aproveitar a maior quantidade de energia deste momento. Não
se esqueça de fazer um excelente aquecimento antes de começar a brincadeira, caso
contrário, é lesão na área!
Tente a
cluster set sempre na presença de alguém para te ajudar, pois o risco de você
travar/desabar quando atingir a exaustão é grande.
Recomendo
vivamente que você dê preferência para testar essa metodologia nos exercícios
básicos, como supino reto, agachamento, levantamento terra e rosca direta, pois
os resultados serão muito mais satisfatórios, em termos de ganhos, do que com
exercícios isoladores.
QUAL A IMPORTÂNCIA DESSA TÉCNICA?
- Serve para
quebrar um platô, acordando seus músculos;
-
Experimentar novas metodologias;
- Promover
elevadíssimos ganhos de força com mais segurança, já que não vamos trabalhar
com as cargas a 100% ou mais;
- Movimentar
cargas pesadas por mais vezes;
- Gastar
maior quantidade de fibras musculares do tipo-IIB;
- Acostumar o
organismo a se recuperar entre estímulos intensos;
- Ganhar
confiança e experiência no levantamento de peso.
HÁ ALGUM RISCO/ CONTRA-INDICAÇÃO PARA
O MÉTODO?
O uso abusivo
dessa técnica, e não só dela, mas de qualquer outra que mostrarei nessa série,
poderá sobrecarregar o organismo, uma vez que servem justamente para elevar a
intensidade dos seus treinos. Em outras palavras, os riscos de overtraining e
de lesões são aumentados, fazendo com que um platô de estagnação, transforme-se
numa avalanche de perdas em massa/força/performance.
Acredito que
essa metodologia é uma das mais desgastantes apresentadas até agora. Além
disso, você poderá aumentar consideravelmente os riscos de lesão forçando os
músculos e tendões dessa maneira.
Recomendo que
a utilizem poucas vezes na semana, não mais de uma vez para o mesmo grupo muscular. Além disso, privilegie um bom repouso para evitar lesões.
Escolha
alguns exercícios da sua rotina e vá ciclando a técnica entre eles ao longo de
algumas semanas.
EXEMPLO
DE TREINO: APLICANDO NA PRÁTICA
Treino de peito:
exemplo muito simples de treino focado no aumento de cargas no supino reto.
1-Supino reto: 1x12, 1x10-8, 1x8-6 (“aquecimento”).
2-Supino reto: 5x5 (no estilo cluster sets).
3-Supino inclinado: 3x15-20 (para irrigar bastante a
região com sangue).
4-Paralelas: 4x? (de preferência com cargas presas ao
corpo).
Ficamos por aqui. No próximo capítulo da série falaremos
sobre o método “I GO, YOU GO”. Até lá!
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
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