O QUE É BULKING E CUTTING? APRENDA A GANHAR MASSA E A PERDER GORDURA COM EFICIÊNCIA – PARTE 5

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Fala rapaziada! Quem acompanhou o último artigo deve se lembrar de que estávamos falando sobre as maiores cagadas/burradas a se fazer no cutting. Dando continuação, temos:

III) A terceira cagada gera uma polêmica desgraçada, especialmente porque é o que a grande maioria dos instrutores (os que só conhecem a teoria, sem nada de prática) ensina para os alunos e a merda vai sendo repassada: como estragar o cutting com um treinamento mal planejado.

Vamos lá. O Jaiminho chega para o instrutor frango dele e fala: “professor, me monta uma ficha pra riscar/trincar? Quero ficar com tanquinho. Sabe como é né?! A micareta tá chegando!”. Beleza, aí o cara entrega o seguinte treino para ele (a título de exemplificação, vamos usar o bíceps e o tríceps apenas):

Treino J: Tríceps
1- Tríceps Pulley (também chamado de extensão em pé no cabo): 3x15
2- Tríceps Pulley unilateral com pegada invertida: 3x15
3- Kickback (coice): 3x15

TREINO K: Bíceps
1- Rosca concentrada: 3x12
2- Rosca scott: 3x12
3- Rosca no cabo (pode ser a dupla, em cruz, na polia): 3x12

Prontinho, vejam só que verdadeira BOSTA de treino: utiliza 100% de exercícios isoladores (ou seja, não há nenhum básico na lista), apenas com altíssimas repetições. O pior de tudo é que, muito provavelmente, um instrutor que utilize esta metodologia cometerá também o erro do item I deste capítulo e mandará você cortar radicalmente os carbos da dieta. Aí sim, meu querido leitor, a merda estará completa e o pior cenário possível foi criado: absurda perda de massa muscular.

O primeiro erro do cara, nesse treino citado, foi aceitar treinar nessa academia sob as orientações deste instrutor. O segundo, utilizar a simplista e ingênua crença de que altas quantidades de repetições fazem perder gordura e definem a musculatura... Já fiz essa crítica na série “entendendo as fibras musculares”, peço que você leia o artigo por lá o quanto antes (clique no link).

Altas repetições não definem porcaria nenhuma! Isso vai gerar uma baita polêmica e muitos vão desmentir, mas quem não acredita, que continue treinando assim, perdendo tempo e músculos no cutting, além, é claro, de dinheiro.

Para piorar a situação, além de a metodologia não ajudar, ela atrapalha, haja vista que altas séries estimulam, basicamente, as fibras tipo-I apenas, deixando de lado as tipo-II, que são as principais responsáveis por ganhos em força e hipertrofia. Aí, o coitado que se aventurou, perdeu força em todos os grupos musculares e murchou legal, mas manteve a gordura corporal, que fique claro.



“Caramba, Fernandão, por que recomendam fazer essa porcaria, então?”

Acredito que por dois motivos: as fibras tipo-I conseguem oxidar gordura para obterem energia e trabalharem. Sendo assim, alguém pensou que, teoricamente, ao estimulá-las em demasia, perder-se-ia bastante gordura. Outro fator seria a ideia de que fazer muitas repetições proporciona um gasto calórico mais elevado do que fazer poucas.

Infelizmente, tudo isso ficou bonito na teoria, mas não rolou na prática, portanto, nada de treininho de “3x12-15” para definição. Se parássemos por aqui, já teríamos algo bem ruim acontecendo, mas o instrutor do Jaiminho conseguiu piorar a situação ao excluir todos os exercícios básicos do programa, montando um treinamento só com isoladores.

Para quem não entendeu o problema, leia esse artigo da série “entendendo as terminologias 3: agonistas, antagonistas e sinergistas”, pois lá dei alguns subsídios para que você comece a compreender a gravidade da situação.

Os exercícios básicos são de extrema importância pois conseguem promover, muitas vezes simultaneamente, ótimos ganhos em força e em massa magra. Isso ocorre por conta do elevado número de fibras recrutadas, tanto do músculo agonista, quanto dos sinergistas, permitindo que cargas cada vez mais pesadas sejam levantadas, favorecendo a hipertrofia.

Com a substituição por exercícios isoladores teremos uma redução do número de fibras e de músculos sendo trabalhados, por conta da retirada dos sinergistas, resultando em perdas de força e de hipertrofia. Saiba que os isoladores têm sim sua importância nos treinos, é claro, mas a crítica deste artigo está no fato de que eles só devem ser usados para corrigir determinadas falhas musculares (por exemplo, a da porção da cabeça lateral dos tríceps) ou para valorizarem determinados pontos, e não para monopolizarem os treinos, expulsando os exercícios básicos, que é o que normalmente acontece.

Uma regra bem besta que podemos utilizar seria sempre manter, proporcionalmente, mais exercícios básicos do que isoladores nas suas rotinas de treino de cutting. Se não quiser usar nenhum, não tem problema. Na dúvida, pegue o treino que você usava no bulking e faça apenas as adaptações necessárias, mantendo, inclusive, o número de séries e de repetições. Para os mais experientes, reduza o tempo dos intervalos e faça o uso de algumas técnicas de alta intensidade. Não sabe o que é isso? Leia o primeiro artigo da maior e mais completa série brasileira sobre o assunto: “métodos para aumentar a intensidade dos seus treinos (MAIDT)”.

Antes de encerrar este item, pense no seguinte: “quem define é a dieta, não o treino”, ok?

Acredito que ficou tudo muito claro sobre os principais erros do cutting. Imagine um cenário onde o infeliz consuma quase zero carbo por dia, faça treinos com muitas repetições, com apenas exercícios isoladores e exagere nos cardiovasculares e teremos a melhor fórmula para o fracasso.

No próximo artigo da série falaremos sobre as principais dicas e dúvidas sobre o cutting, assim como os melhores suplementos a serem consumidos nessa fase. Até lá!


FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP


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