Fala
rapaziada! Vamos dar início a mais uma série aqui no “Ensinando Musculação”!
Assunto da vez: tudo sobre a tão aguardada e já conhecida CREATINA! Boa leitura a todos!
Peço a todos que não sejam apenas leitores passivos do site, que vêm aqui sugar um pouco de conhecimento sem dar nada em troca: cliquem em curtir (aí do seu lado direito no cabeçalho do texto), não custa nada... Se você gostou da leitura, compartilhe, assim ajudará a divulgar o site. Obrigado.
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1. INTRODUÇÃO: HISTÓRIA, NÚMEROS E
ATP.
A creatina é
uma palavra de raiz grega, que deriva de kreas,
que significa carne e foi descoberta em 1832, pelo cientista francês Michael
Eugene Chevreul. No entanto, ela começou a ser estudada de forma mais
aprofundada, assim como suplementada, há cerca de 90 anos, atingindo o verdadeiro
ápice da popularidade e liderando a lista dos suplementos mais vendidos há
pouco mais de 20.
Ela é
composta por três aminoácidos (arginina, glicina e metionina) e pode ser
sintetizada no fígado, rins e pâncreas (a título de curiosidade, nosso corpo é
capaz de fabricar algo entre 1 e 2 gramas por dia). 95% da creatina em nosso
organismo fica armazenada nas fibras musculares Tipo-II, as principais
responsáveis pelos ganhos de força e hipertrofia, sendo os outros 5%
distribuídos entre órgãos como cérebro e coração.
Falando em
números, um indivíduo tem, normalmente, 1,7g de creatina por kg corporal, sendo
que a capacidade total de armazenamento, no entanto, é de 2,3g/kg, ou seja,
você ainda tem 0,6g/kg para preencher. De forma natural, isto fica inviável,
haja vista que 1kg de carne contém apenas 5g de creatina. Em outras palavras, o
jeito vai ser suplementar, caro leitor.
Não dá pra
falar em creatina sem falar sobre ATP.
Quase ninguém explica essa sigla e, quando o fazem, é puramente com termos
técnicos, normalmente incompreensíveis para os leigos. Moral da história: foi
como se não tivessem explicado nada...
Vou tentar
expor o tema de forma bem leve e fácil, para ensinar e agradar a gregos e
troianos, combinado?
Nossas
células podem fazer fermentação e respiração para liberar energia. Esta, porém,
não é usada assim de pronto, sendo antes armazenada numa substância chamada ATP. Uma vantagem disto é que este novo componente
citado é solúvel em água, sendo facilmente “distribuído” para qualquer região
da célula que precise de energia.
O Trifosfato de Adenosina (ATP) é
um nucleotídeo, formado por adenina, ribose e três grupos fosfóricos. Para que
você entenda melhor a estrutura da coisa, observe a imagem abaixo:
Os dois
últimos fosfatos (observe as letras “P” do esquema) estão unidos por ligações
de GRANDE energia. Na hipótese de a célula, com pressa, precisar de
combustível, uma dessas ligações pode ser quebrada, com o intuito de liberar essa
“força” que está armazenada. Nessas ocasiões, o tal do ATP vira um ADP, difosfato
de adenosina.
Esse FDP,
digo... Esse ADP, no entanto, pode se ligar novamente a um fósforo e voltar a
ser um ATP: é aqui que entra em cena nossa querida creatina, que vai participar
e auxiliar nesse processo.
De forma
resumida e simplificada, então, o ATP é uma bateria que a célula tem para
armazenar energia. Aí ela vai e acessa o meu site para pegar dicas de musculação,
entra no facebook, em site de putaria, liga para as outras células pra marcar a
balada, até que: putz... gastou 2/3 da bateria já... Sem problemas, é só ligar
na tomada e recarregar (ADP + P =ATP). Tranquilo?
2. IMPORTÂNCIA DA CREATINA
Bom, aí o
camarada resolveu suplementar com creatina. Ele nem sabe para que ela serve,
mas como o amigo do amigo do primo dele toma e diz que “o bagulho é loko!” e o “bombadinho-micaretero-pegador
da facul” também toma (na verdade ele usa durateston e stanozolol falso), ele
decidiu experimentar.
O que
acontece quando ele ingere a creatina? (Vou pular diversas etapas do processo,
pois gostaria de explicá-las em outros capítulos, e vou me restringir à
regeneração de ATP, hidratação celular e retardo de fadiga neste, combinado?)
Como disse
anteriormente, 95% da creatina vai parar na musculatura. Quando ela é
capturada, acaba sendo fosforilada, resultando numa substância chamada fosfato de
creatina ou simplesmente PCr.
Quando o
nosso amigo do primeiro parágrafo for treinar, ele gastará vários ATPs.
Normalmente o músculo vai fazendo a rapa durante a série, até que atinja seu
limite e alcance a fadiga. Mas é aí que entram em cena a enzima creatina
quinase (CK) e o fosfato de creatina: a primeira, quebra a ligação do fosfato
da segunda, liberando-o para ser aproveitado no processo de regeneração do ADP,
fato que resultará em um novo ATP. Este, por sua vez, estará pronto para ser
gasto em mais algumas repetições, prorrogando a fadiga muscular.
Pegaram a
ideia? É bem simples, mas normalmente a galera tem preguiça de explicar ou
apenas enrola. Para que fique claro, a suplementação da creatina está aí para
auxiliar no processo, acelerando-o, para o treino render mais, digamos assim.
Entenda que isso ocorre mesmo em quem não toma o suplemento, porém de maneira
mais lenta e limitada, impedindo-o de fazer aquelas repetições extras.
Mas não foi
apenas por ajudar a regenerar ATP que a creatina virou a rainha dos
suplementos. Ela tem outro interessante
efeito que é o de puxar água para dentro da célula muscular, fazendo-a inchar.
De forma simples e resumida, isso aumenta a pressão celular e faz com que ela
trabalhe mais (aumenta seu metabolismo) e sintetize muito mais proteínas. Resultado:
rápido aumento do crescimento muscular e de força.
Entenda que
este processo, ao contrário do que MUITOS dizem, não é apenas uma simples
retenção hídrica. Tem cara que insiste que a creatina não presta pois tudo o
que ela faz é inchar, por conta do acúmulo de água, sendo os ganhos
proporcionados, na verdade, ilusórios. Tremenda bobagem...
Para quebrar
esse mito estúpido, tenha em mente que 75% da nossa musculatura é composta por
água. Além disso, a tal retenção hídrica não é aquela subcutânea que embaça o
físico, pois como disse anteriormente, ela é intracelular.
Se você está
acumulando água exageradamente sob a pele, saiba que isso pode ser por conta de
excesso de carbos ou de sódio na dieta ou na própria creatina: alguns fdps
acrescentam esse elemento químico no produto para render, afinal, é mais barato.
É a famosa adulteração de suplementos. Portanto, procure consumir as marcas
mais famosas e um pouco mais caras para garantir a qualidade do produto.
Faço aqui
uma ressalva às pessoas que treinam algum tipo de luta, como boxe e muay thai,
para que tomem cuidado com o consumo de creatina em períodos próximos à
pesagem. Parem a suplementação entre 4 e 6 semanas antes da luta, para que os
níveis de creatina se normalizem e a “retenção hídrica“ vá embora, facilitando
a sua perda de peso.
Por fim,
saiba que consumir creatina eleva a concentração de IGF-1, hormônio
extremamente anabólico do organismo, fato que vai aumentar ainda mais o
crescimento muscular.
Então, de
forma resumida e esquemática, temos, até agora, que a creatina:
- Retarda a
fadiga muscular devido à sua intervenção no processo de regeneração de ATP,
permitindo que você se supere constantemente nos treinos;
- Por conta
da hidratação intracelular que ela promove, aumentam-se o volume muscular e a
síntese proteica, promovendo maiores ganhos em força e hipertrofia;
- Eleva
IGF-1, que é um hormônio bastante anabólico.
No próximo
capítulo vamos começar a estudar os diferentes tipos de creatinas (21), as
doses, a saturação e como melhorar a absorção do produto. Até lá!
ATENÇÃO: Essa série contém 6 partes. Continue a leitura acessando:
- PARTE 1: INTRODUÇÃO/ IMPORTÂNCIA DA CREATINA
- PARTE 2: TIPOS E VERSÕES DE CREATINA
- PARTE 5: SUPLEMENTOS SINERGISTAS/ OUTROS BENEFÍCIOS
- PARTE 6: OUTROS BENEFÍCIOS/ EFEITOS COLATERAIS/ CONCLUSÃO
- PARTE 6: OUTROS BENEFÍCIOS/ EFEITOS COLATERAIS/ CONCLUSÃO
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
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