M.A.I.D.T. – CAPÍTULO 13 – REPETIÇÕES FORÇADAS

ATENÇÃO: Este artigo é parte integrante da série “M.A.I.D.T. - MÉTODOS PARA AUMENTAR A INTENSIDADE DOS SEUS TREINOS”. Clique no link para conhecer o projeto e seus capítulos.

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CAPÍTULO 13: REPETIÇÕES FORÇADAS.

A técnica que será apresentada neste capítulo nada mais é do que um tipo de roubo, porém com a ajuda de um cúmplice, ou comparsa, caso prefira. Tome o devido cuidado para nunca chamar mais do que 2 pessoas para te ajudar, caso contrário, você ainda responderá pelo crime de formação de quadrilha.

Apesar de tanto Joe Weider quanto Arthur Jones (HIT) reivindicarem para si a autoria da ideia por trás das repetições forçadas, acredita-se que elas já eram usadas desde a época do famoso Larry Scott, o primeiro Olympia, e Reg Park, o grande ídolo de Arnold.

Para mim, a discussão não faz o menor sentido, haja vista que é uma técnica totalmente intuitiva, tão velha quanto a própria musculação, logo, é ao mesmo tempo da autoria de todos e de ninguém...

Ela consiste em forçar algumas repetições extras depois que você atingiu a falha muscular, visando a recrutar mais fibras e a prolongar o esforço por mais tempo. Dependendo do exercício, teremos duas opções: ou você se autoajuda, ou um parceiro de treino o faz.


Explico melhor: em muitos exercícios unilaterais, como rosca alternada, concentrada, extensão por trás da cabeça para tríceps, etc, você pode fazer o exercício com apenas um lado do corpo, deixando a mão livre para proporcionar aquela ajudazinha ao final da série, forçando mais algumas reps. Alguns exercícios para as pernas também permitem isso, desde que você os faça de modo unilateral, como leg press, extensora e flexora.

Já os mais complexos, como o supino e a remada livre, irão requerer a presença de outra pessoa para te ajudar. Chame um amigo, um parceiro de treino ou aquele instrutor, que provavelmente estará de papo furado com alguém ou xavecando alguma aluna, para lhe dar uma assistência.

ATENÇÃO: o cara só vai te AJUDAR! Ele NÃO VAI FAZER O EXERCÍCIO POR VOCÊ! Repetindo: o infeliz que for te auxiliar com as repetições forçadas, vai te prestar uma simples assistência ao final da empreitada!

Repetições forçadas não são aquelas babaquices que vemos nas academias, onde um ignorante finge que faz supino (gritando), ao mesmo tempo em que um coitado executa uma remada livre/rosca direta do início ao fim, fodendo legal a coluna, só para o frango ficar se achando depois... Doce ilusão.

Que fique bem claro: o nome disso é palhaçada e não tem porra nenhuma de treino hardcore/pesado aí... Se você treina assim significa que você precisa diminuir o peso e silenciar o seu ego, pois apenas ele é quem está sendo trabalhado, ok? E não os seus músculos.

Você sabe qual vai ser o resultado dessa ajuda inteligente e controlada?
Algo como uma ou duas repetições extras. Se você conseguir mais do que isso, sinal de que o parceiro entrou na hora errada e, muito provavelmente, você ainda executaria alguns movimentos sozinho.

QUAL A MELHOR MANEIRA DE UTILIZÁ-LAS?

Você poderá utilizar essa técnica com qualquer grupo muscular em qualquer momento do treino. Acredito que utilizá-la na última série de alguns exercícios, combinado-a com o método da pirâmide, por um tempo, seja uma ótima ideia.

Não a use em todas as séries, muito menos em todos os exercícios, pois, além de prejudicar o seu desenvolvimento e a sua técnica, você ainda aumentará o risco de se lesionar e/ou “overtreinar”.

Para melhorar ainda mais a eficácia do método é importante que você e seu parceiro de treino tenham uma sintonia e comprometimento um com o outro. Pelo amor de deus, não estou falando de sintonia do tipo tomar banho juntos no pós-treino, beber da mesma garrafa d’água durante os exercícios ou tomar um shake de whey com seu amigo com os braços entrelaçados num brinde romântico...


Estou falando sobre conhecer as limitações um do outro, de saber dosar a ajuda, de identificar, instintivamente, o momento correto de forçar a repetição extra, caso contrário, as repetições forçadas irão se tornar as “repetições estragadas”, haja vista que o parceiro de treino prejudicou seu desenvolvimento...

Por conta disso, verifique a lista de antecedentes criminais de quem você vai escolher para te ajudar: se o cara for famoso por roubos e putarias dentro do ginásio, passe longe!

É importante mencionar também que existem pontos chaves para aplicar a ajuda, sendo o principal, o clímax da fase concêntrica do exercício. Caso o assistente erre a mão e faça o movimento todo, a técnica vira uma “semi-negativa”, como veremos em um capítulo futuro.


QUAL A IMPORTÂNCIA DESSA TÉCNICA?
- Serve para quebrar um platô, acordando seus músculos;
- Experimentar novas metodologias;
- Dar um pump extra;
- Permite que se recrutem mais fibras musculares do que nas execuções tradicionais, uma vez que você força movimentos extras;
- Promover maiores ganhos de força;
- Permite que se treine pesado com mais segurança;
- Criar um vínculo de amizade mais forte e mais bonito com seu parceiro de treino.


HÁ ALGUM RISCO/ CONTRA-INDICAÇÃO PARA O MÉTODO?

O uso abusivo das repetições forçadas, e não só delas, mas de qualquer técnica que mostrarei nesta série, poderá sobrecarregar o organismo, uma vez que serve justamente para aumentar a intensidade dos seus treinos. Em outras palavras, aumentam-se os riscos de overtraining, fazendo com que um platô de estagnação, transforme-se numa avalanche de perdas em massa/força/performance.

Além disso, você poderá aumentar consideravelmente os riscos de lesão forçando os músculos e tendões desta maneira, uma vez que irá muito além do que o planejado por seu corpo. 




FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP


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