TUDO SOBRE O BICARBONATO DE SÓDIO E A ACIDEZ CORPORAL – PARTE 3

Fala rapaziada! 
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Vamos continuar exatamente de onde paramos no último artigo:
5. A SUPLEMENTAÇÃO E ALGUNS EFEITOS COLATERAIS
(continuação...)
Porra, Fernandão, então estamos todos fodidos! De que adianta o bicarbonato de sódio ser tão legal se dá tantos colaterais assim?!
Calma! Primeiramente, a coisa pode ser barra pesada mesmo. Imaginem só que maravilha: você toma esse suplemento para “combater” a acidez e melhorar o seu desempenho esportivo. E de fato dá certo, você consegue fazer muito mais repetições e o treino melhora, porém, não para de arrotar, peidar e de ir ao banheiro evacuar/vomitar todo santo intervalo!
Complicado heim?! No entanto, é agora que entram em cena os macetes, já que o bicarbonato não é só sair tomando e correr para o abraço... o negócio não é para marinheiros de primeira viagem.
A maneira mais segura de experimentar é começando com pequenas doses, diluídas num bom volume de água. Aí o sujeito vai tomando a bebidinha aos goles, dentro de um determinado período de tempo, cujo fim coincida com a marca de 60 a 90 minutos antes de iniciar o treino.
QUAL DOSE DEVO TOMAR?
O clássico é tomar no mínimo 200mg/kg e no máximo 500mg/kg, ou seja, x miligramas de bicarbonato para cada kg corpóreo. Abaixo desse primeiro valor, não se costuma obter resultados esportivos satisfatórios.
Tenha em mente que o aumento da dose traz, proporcionalmente, mais resultados e mais efeitos colaterais. 500mg/kg é um excelente valor, contudo, fica bastante difícil de segurar o rojão, literalmente, ao longo do treino.
Bicarbonato de sódio
Algo que já fiz e gostei foi diluir a dose escolhida em 1 litro de água e matar aos goles, num espaço de tempo de 20 a 30 minutos, sempre com o estômago vazio, para diminuir a reação com o HCl e não prejudicar a digestão das proteínas.
Aí termino a brincadeira faltando algo como 70 minutos para o início do treino. Faço isto uma vez que o pico de ação deste suplemento leva, mais ou menos, 90 minutos para acontecer. Aí é só partir para o abraço e arregaçar nos treinos.
Outro possível protocolo que conheço seria tomar microdoses de bicarbonato ao longo do dia, um negócio bem light, para não apresentar efeitos colaterais consideráveis. Você pode subir as quantidades de 5 em 5g, por exemplo, até achar a sua dose ideal (melhor custo X benefício). Essa prática também pode ser utilizada com objetivo medicinal, diminuindo a acidez corpórea e fazendo o corpo trabalhar melhor.
SOBRE O GOSTO
Vocês perceberão que o gosto não é nada tranquilo. Sendo assim, existem três saídas:
- Manipular a substância em cápsulas: só serve para quem toma pequenas quantidades... imagine tomar 50g de bicarbonato em cápsulas... zuado heim?!
- Misturar com alguma bebida: dificilmente você conseguirá mascarar totalmente o gosto, mas vale a pena tentar. Uma possibilidade interessante é a de juntar com o glicerol, como veremos abaixo.
- Ir na raça e tomar puro: esta é a minha versão. A careta e a cara de nojinho ao final dos goles são opcionais.
6. BICARBONATO DE SÓDIO E SEUS AMIGUINHOS: OS SUBSTITUTOS E OS SINERGISTAS
O bicarbonato de sódio possui alguns amiguinhos que eu gostaria de apresentar. Primeiramente, vamos aos seus substitutos:
- BICARBONATO DE POTÁSSIO: esta seria uma versão para aqueles que estão em busca de uma retenção hídrica mínima, por exemplo, numa reta final de cutting.
Para a maior parte das pessoas, acho que está ok tomar a versão do sódio, haja vista que sua concentração molecular na substância é de apenas 28%. Sendo assim, você zera o sódio da dieta e passa a usar o bicarbonato de sódio como fonte.
Além disso, segundo uma pesquisa (Lakhansky, 2002) o Na do NaHCO3 não é tão bem aproveitado/absorvido pelo corpo quanto o do NaCl (sal de cozinha). E, para finalizar, no que tange è hipertensão arterial, aparentemente o cloreto (Cl) presente no sal de cozinha, é muito mais agressivo do que o Na (Schmidlin, 2010).
De qualquer maneira, você poderá tomar também o bicarbonato de potássio. Apenas não exagere, haja vista que o K é nocivo/letal em altas concentrações (segundo estudos já realizados, até 9g/dia de bicarbonato de potássio está ok). Uma sugestão interessante seria misturar, proporcionalmente, os dois tipos de bicarbonato e suplementar.

- CITRATO DE SÓDIO: age da mesma forma que o bicarbonato de sódio, porém, em alguns casos, dá menores resultados com iguais efeitos colaterais. Também existem as versões citrato de cálcio e citrato de magnésio, que ainda teriam o benefício de oferecerem importantes minerais ao organismo.
Uma interessante vantagem que ele proporciona é a de reagir com o cálcio livre da urina, aquele que aumenta os riscos de desenvolvimento de cálculo renal (oxalato de cálcio), prevenindo a doença.
Agora, em relação aos sinergistas, temos:
- GLUTAMINA: a suplementação desta (2g) é capaz de aumentar a produção corporal de bicarbonato de sódio em 20% depois de 90 minutos do consumo (Welbourne, 1998). Para maiores informações sobre a gluta, clique aqui.
- CAFEÍNA: age sinergicamente, melhorando a performance esportiva, porém, aumenta barbaramente os efeitos colaterais do bicarbonato de sódio, especialmente a diarreia, ou melhor, má rabugem...
- GLICEROL: é um volumizador celular que causa pumps sinistros. Retém grandes quantidades de água intracelular, aumentando o metabolismo das células musculares, melhorando a performance esportiva, e ainda tem gostinho doce, que ajudaria a mascaria o “delicioso” saber do bicarbonato. Na semana que vem começaremos uma serie sobre ele. Aguardem.
- CREATINA: meu suplemento favorito, tendo, de longe, talvez o melhor custo X benefício do mercado. Já existe uma série aqui no site sobre o assunto (clique aqui), mas para não deixar em branco, vamos tecer alguns comentários bem por cima (caso tenha dúvidas, recomendo que leia a série, pois lá eu expliquei as coisas mais detalhadamente).
95% da creatina ingerida vai parar na musculatura. Quando capturada, ela acaba sendo fosforilada, resultando numa substância chamada fosfato de creatina ou simplesmente PCr.

Quando treinamos, gastamos vários ATPs (substância que funciona como uma espécie de bateria das células, para armazenar energia). Normalmente o músculo vai fazendo a rapa durante a série, até que atinja seu limite e alcance a fadiga.

Mas é aí que entram em cena a enzima creatina quinase (CK) e o fosfato de creatina: a primeira, quebra a ligação do fosfato da segunda, liberando-o para ser aproveitado no processo de regeneração do ADP, fato que resultará em um novo ATP. Este, por sua vez, estará pronto para ser gasto em mais algumas repetições, prorrogando a fadiga muscular.

Para que fique claro, a suplementação da creatina está aí para auxiliar no processo de disponibilização e “regeneração de energia”, acelerando-o, para que o treino renda mais, digamos assim. Entenda que isso ocorre mesmo em quem não toma o suplemento, porém de maneira mais lenta e limitada, impedindo-o de fazer aquelas repetições extras.

- BETA-ALANINA: a rainha da coceira também tem sua própria série aqui no site (clique aqui). Ela se junta à histidina e forma a carnosina, outro importante tampão muscular para combater a acidose do exercício. Ao contrário do bicarbonato, que age tamponando por fora da célula, a carnosina faz o seu serviço por dentro. Sendo assim, temos dois mecanismos que se completam.


Eu nunca tentei, mas imagino que interessante seria tomar beta-alanina + creatina + bicarbonato de sódio + glicerol: o quarteto anti-fadiga! 


No próximo artigo encerraremos a série falando sobre outros benefícios do bicarbonato e de pesquisas científicas. Até lá!

(Esta série contém 4 partes. Continue a leitura acessando: parte 1parte 2parte 3 e parte 4.)

FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP


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