ATENÇÃO: este artigo é parte integrante da série: “drogas simpatomiméticas e seu efeito termogênico”.
Fala
rapaziada!
Vamos dar
continuidade à série falando sobre o metabolismo da droga, sua meia-vida,
efeito sinérgico com outras substâncias e as doses.
Se você está
acessando a série pela primeira vez, volte e leia a parte 1 (clique aqui). Digo
isto pois é importante que você entenda o verdadeiro caráter da série, para não
imaginarem que estou fazendo apologia ao uso de drogas, etc, etc, etc, aquela
palhaçada toda... O intuito da série é ser informativa e sem hipocrisias.
Antes de iniciarmos, peço a todos para que não sejam apenas leitores passivos do site, que vêm aqui sugar um pouco de conhecimento sem dar nada em troca: cliquem em curtir (aí do seu lado direito no cabeçalho do texto), não custa nada... Se você gostou da leitura, compartilhe, assim ajudará a divulgar o site. Obrigado!
4. METABOLISMO E MEIA-VIDA
A efedrina é
um composto químico cristalino, também encontrado na versão em pó (branco). Ela
possui um cheiro diferenciado e um sabor bastante amargo.
Seu consumo
é normalmente oral, mas existem outras maneiras menos usuais, a saber:
endovenosa, inalatória e injeção dérmica. Aposto que alguns pensaram na via
supositório/anal, mas não sei se é possível. Sendo assim, peço aos
engraçadinhos para testarem e relatarem a bonita experiência para nós depois,
fechado?
Ela é
completamente absorvida pelo trato gastrointestinal e começa a dar resultados
rapidamente, em alguns minutos, atingindo seu pico de ação por volta de 1 hora
após o consumo.
A duração
dos efeitos e a demora na absorção vão depender de fatores biológicos
individuais de cada um e da quantidade de alimentos no estômago, girando em
torno de 3 a 7 horas. Infelizmente, só será possível descobrir testando.
Por fim, a
efedra vai se despedir de você saindo pela urina.
5. MISTURANDO A EFEDRINA COM OUTRAS
DROGAS: CONHECENDO O ECA
É possível
aumentar os efeitos da efedrina? Sim, e foi pensando justamente nisso que
inventaram a mistura popularmente conhecida como ECA: Efedrina + Cafeína +
Aspirina.
Não quero
entrar muito em detalhes sobre a cafeína. Primeiro porque já conversamos um
bocado sobre ela na série “Tudo sobre o pó de guaraná”; segundo, porque
qualquer hora lançarei artigos apenas sobre ela.
O mais importante
aqui é que a cafeína funciona
de forma sinérgica com a efedrina, uma potencializando os efeitos da outra,
especialmente no que tange à queima de gordura. Normalmente, as pessoas fazem o
uso de cafeína manipulada em comprimidos. É prático e barato, sendo que você
poderá montar as cápsulas com a quantidade desejada.
Outras
formas tradicionais seriam o café puro, o extrato de chá verde e, a melhor de
todas: o pó de guaraná.
Caso você
obtenha a sua efedrina de forma indireta, como substância integrante de
medicamentos, você provavelmente estará ingerindo a teofilina também. Assim como a cafeína, ela é uma
metilxantina, normalmente utilizada no tratamento de doenças respiratórias,
como a asma, por conta de seu efeito broncodilatador.
Ela também
tem propriedades termogênicas que irão te auxiliar na lipólise. O problema aqui
é que ela, assim como a efedrina, também dá bastantes colaterais, como dores de
estômago (por conta da estimulação de produção de HCl) e problemas cardíacos.
Por conta disso, jamais ultrapasse a quantidade de 15-20mg/kg corporal.
Em relação à
aspirina, ou
ácido-acetilsalicílico, seu uso é bastante controverso, havendo os que defendem
e os que dispensam. A aspirina é normalmente utilizada para diminuir os efeitos
colaterais da mistura E+C, especialmente as dores de cabeça, e prolongar a ação
dessas drogas no organismo.
No entanto,
acho importante falar que seu uso não é muito legal. O primeiro problema é que
a aspirina, assim como outros anti-inflamatórios, é famosa por prejudicar a
síntese proteica, ou seja, a construção de massa muscular.
Além disso,
ela interfere no metabolismo dos lipídios, reduzindo a queima de gordura. Vale
ainda mencionar que é mais uma droga no seu organismo e, como toda droga, vai
lhe trazer algum tipo de colateral... Sendo assim, introduza o
ácido-acetilsalicílico apenas se necessário, para não prejudicar os efeitos
“benéficos” da E+C.
As principais
formas de consumo da aspirina são como medicamento ou extrato de salgueiro
branco.
E COM CLEMBUTEROL?
Esse aí quer
mesmo perder gordura, heim?! Além de ser uma mistura perigosa, ela não vai
trazer bons resultados, haja vista que ambas as drogas irão competir pelos
mesmos receptores (no caso, os β. Lembrando que a ephedra atua tanto nos alfa quanto
nos beta; já o clen, nos beta).
Sendo assim,
não mande estas duas substâncias simultaneamente e espere algo como 3 semanas
para iniciar uma após a interrupção da outra. Tenha em mente que o custo x
benefício da combinação é péssimo e você estará fodendo, ainda mais, a sua
saúde...
Há quem
alterne o uso das drogas, exemplo: 3 semanas de efedrina seguidas de 3 semanas
de clembuterol. Nesse caso, você não deu tempo suficiente para os receptores se
“recuperarem” e não terá bons resultados...
6. DOSES E FORMAS DE OBTENÇÃO
Era comum
que a efedrina viesse nos termogênicos sob o codinome de “extrato de Ma Huang”.
É fato que em alguns países, até hoje, a droga é vendida desta maneira
camuflada, burlando a fiscalização.
Por conta de
sua retirada de circulação, as pessoas começaram a obtê-la de forma
alternativa/indireta. As principais são: farmácias de manipulação, medicamentos
com efedrina e mercado underground.
No caso da
forma manipulada, esqueça aparecer no estabelecimento e pedir: “Me vê 1kg de
efedrina?”. Lembre-se de que está lidando com uma substância de comercialização
restrita. Sendo assim, a forma mais utilizada é a dos medicamentos
alternativos. Sinceramente, esta seria a melhor escolha, haja vista que são de
maior confiança.
Os mais
famosos são, de longe, dois:
- Franol:
serve para o tratamento da asma brônquica, por conta de seu efeito
broncodilatador. A versão possui 15mg de efedrina e 120mg de teofilina e custa,
em média, 5-6 reais.
- Marax: é
vendido como xarope ou comprimidos. Possui 25mg de efedrina, 130mg de teofilina
e 10mg de cloridrato de hidroxizina, custando, em média, 9 reais. Sua
desvantagem é que este último componente citado serve como sedativo.
Tome apenas
cuidado com medicamentos que contêm “pseudoefedrina”, a famosa “pseudo”. Como o
próprio nome já diz, não é a efedrina verdadeira e os efeitos não são os mesmos. Além disso,
guarde seu produto num local escuro e protegido contra a luz, haja vista que a
droga sofre fotólise, ou seja, a luminosidade a “estraga”.
Existe uma
maneira clássica de consumo do ECA, com a seguinte proporção – 1:10:10-15, ou
seja, 1mg de efedrina, para 10mg de cafeína, para 10 a 15 mg de aspirina
(ácido-acetilsalicílico). Muitos usuários julgam excelente a combinação de
20mg/200mg/325mg.
Para os
iniciantes, recomenda-se começar apenas pela cafeína, por 2-4 semanas,
passando, posteriormente, para a combinação 1:10 (nesse caso, 7mg de efedra
para 70 de cafeína) e ir subindo aos poucos.
Divida o
consumo em microdoses durante o dia. Os principais protocolos são: dose única
(possível apenas quando a quantidade é baixa/de iniciante), a cada 3 horas, a
cada 4 horas ou a cada 6 horas. Os defensores de cada uma destas modalidades
sempre puxa a sardinha para o próprio lado no quesito resultados.
Sendo assim,
caberá a você testar e ver qual a melhor ingestão para o seu corpo. O que posso
dizer é que quanto mais divididas e frequentes forem as doses, mais estável a
concentração plasmática da droga ficará.
Ficamos por
aqui. No próximo artigo, vamos discutir sobre a ilegalidade da droga e irei
responder uma série de perguntas frequentes. Até lá!
ATENÇÃO: Essa série contém 4 partes. Continue a leitura acessando:
- PARTE 1: Histórico, informações científicas e mecanismos de ação.
- PARTE 2: Metabolismo e meia-vida da droga, interações com outras drogas, principais doses.
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
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