Fala
rapaziada!
Hoje
gostaria de dar início a uma série sobre um grupo de vegetais muitíssimo
especial: os crucíferos.
Embora esta terminologia não seja lá muito famosa, certamente o leitor consome diversos alimentos pertencentes a essa classe sem nem mesmo saber. Bom, mas deixemos a enrolação de lado e vamos logo ao que interessa.
Peço a todos para que não sejam apenas leitores passivos do site, que vêm aqui sugar um pouco de conhecimento sem dar nada em troca: cliquem em curtir (aí do seu lado direito no cabeçalho do texto), não custa nada... Se você gostou da leitura, compartilhe, assim ajudará a divulgar o site. Obrigado!
1. CONHECENDO OS VEGETAIS CRUCÍFEROS:
INTRODUÇÃO E VALOR NUTRICIONAL.
A família
dos vegetais crucíferos, também conhecida por brássica, recebe este “estranho”
nome por conta do formato de suas flores (de quatro pétalas), que acabam por representar
o que poderíamos chamar de cruz ou crucifixo, para facilitar a
comparação etimológica das palavras.
Partindo
primeiramente a uma breve exposição, sem grandes aprofundamentos, dos
nutrientes comuns ao grupo, temos:
- Betacaroteno: pró-vitamina A e antioxidante.
- Vitamina C: será lançada uma série específica
sobre este tema muito em breve no site. Aguardem.
- Cálcio: papel crucial na contração muscular
e formação dos ossos (dentre outras coisas).
- Fibras: peço para que leiam a segunda parte
da série sobre aveia, já que lá bato um papo sobre a importância das fibras
(clique aqui). 100 calorias de crucíferos fornecem, aproximadamente, 25
a 40% das suas necessidades diárias.
- Kaempferol: flavonoide que previne inflamações
pelo corpo. Estes danos, por sua vez, são normalmente gerados pela má
alimentação (consumo de óleos vegetais, por exemplo) e, no longo prazo, causarão
problemas cardíacos.
- Indole-3-carbinol (I3C): que talvez seja a substância mais
importante desta série e que será melhor estudada no próximo capítulo. Para não
passar batido, adianto que é um poderoso antioxidante e anticarcinogênico.
- Zeaxantina e luteína: carotenoides que, dentre outras
coisas, protegem a saúde de nossos olhos contra efeitos oxidativos. São também
excelentes antioxidantes e anticarcinogênicos.
- Vitamina K: também previne inflamações e ajuda
a coagular o sangue.
- Ácido Fólico: indispensável na gravidez e
importante para a formação de hemoglobina e de proteínas.
- Glutamina: há uma série específica sobre este
tema no site, clique aqui para conhecer.
- Ômega-3: há uma série específica sobre este
tema no site, clique aqui para conhecer.
- Proteínas: se você quer quantidades
consideráveis deste macronutriente, nas plantas é que você não vai achar. É
fato que os vegetais crucíferos têm grandes quantidades de proteínas, mas
apenas quando comparados ao resto dos alimentos do reino plantae. É aquela máxima: “em terra de cego, quem tem um olho é
rei”.
Mas também,
não vamos esculachar. O grande “X” da questão aqui é que quando comemos
brássicos, estamos atrás do I3C, de baixar a porra do estrogênio e aumentar a
testosterona, de prevenir o câncer e obter antioxidantes. No entanto, de brinde
vem uma quantidade até que legalzinha de proteínas, o que é sempre muito
bem-vindo!
Neste
aspecto, não seria nada exagerado elegermos os crucíferos como os vegetais mais
interessantes para o nosso esporte.
Posto isso,
passemos a analisar os principais representantes dos crucíferos no contexto
destes nutrientes citados acima (prometo que serei breve para que você não
durma. Cochilos estão liberados):
- Brócolis: acredito que este seja o meu
vegetal favorito, assim como o de muitos outros marombeiros. Saiba que,
proporcionalmente, ele contém mais cálcio do que o leite e muito mais vitamina
C do que a laranja, com a vantagem de não ser ácido, não conter lactose
(obviamente) e ainda ser rico em fibras, o que vai auxiliar no tempo da
digestão e na “qualidade” da excreção.
Ele ainda é
rico numa substância pouco conhecida chamada kaempferol, indole-3-carbinol
(I3C), potássio, vitaminas K, B6, A e ácido fólico.
Para ilustrar
o que foi exposto sobre a proteína que ganhamos de brinde, temos: 200 calorias
de brócolis têm 20g de proteína; enquanto 200 de frango, 30g. Nada mal...
- Repolho: rico em I3C, fibras, vitaminas (A,C
e K) e glutamina. Além disso, possui um bocado de ômega-3: a título de
comparação, 100 calorias de repolho possuem 520mg; enquanto 100 de salmão,
798mg.
- Couve: fibras, cálcio, ferro, vitaminas
(A,C,E e K), zeaxantina e luteína.
- Couve-flor: cálcio, selênio, potássio, fibras,
fitonutrientes (já citados nos brócolis) e vitamina C.
- Outros: nabo, agrião, couve de bruxelas,
raiz-forte (também conhecida por horse
radish ou wasabi (quem aqui nunca
se fodeu com esse tempero no rodízio japa e queimou toda a boca!?)) e sementes
de espécies variadas de mostarda (amarela, marrom, etc. (etc neste caso
significa “não sei dar mais exemplos”)).
Há ainda
muitos outros representantes desta turma, porém nada familiares ao cardápio
brasileiro, logo, vamos esquecê-los para todo o sempre, junto com a couve de
bruxelas.
Pronto!
Agora só falta apresentar a tabela de valores nutricionais, para o leitor bater
o olho naquele monte de números e, aí sim, dormir de vez:
Nutriente
|
Brócolis (no vapor)
|
Couve-flor (cozida)
|
Repolho (cozido)
|
Couve (cozida)
|
Vitamina A (IU)
|
5178
|
1840
|
600
|
26,455
|
Vitamina B1 (mg)
|
0.20
|
0.28
|
0.27
|
0.19
|
Vitamina B2 (mg)
|
0.41
|
0.20
|
0.24
|
0.25
|
Vitamina B3 (mg)
|
2.13
|
1.56
|
1.27
|
1.51
|
Vitamina B5 (mg)
|
1.8
|
0.64
|
0.64
|
0.17
|
Vitamina B6 (mg)
|
0.50
|
0.46
|
0.52
|
0.50
|
Ácido Fólico (mcg)
|
213
|
154
|
91
|
48
|
Vitamina C (mg)
|
279
|
159
|
91
|
147
|
Vitamina E (mg)
|
1.70
|
2.18
|
0.70
|
2.58
|
Vitamina K(mcg)
|
351
|
359
|
221
|
2921
|
Ferro (mg)
|
3.1
|
3.1
|
0.79
|
3.22
|
Magnésio (mg)
|
88
|
51
|
36
|
64
|
Manganês (mg)
|
0.77
|
0.57
|
0.55
|
1.49
|
Fósforo (mg)
|
234
|
143
|
68
|
100
|
Potássio (mg)
|
1146
|
810
|
439
|
815
|
Zinco (mg)
|
1.41
|
0.51
|
0.42
|
0.72
|
Proteína (g)
|
10.6
|
6.5
|
4.6
|
6.8
|
Fibras (g)
|
10.6
|
6.7
|
10.5
|
7.15
|
Ômega-3 (g)
|
0.45
|
0.43
|
0.52
|
0.36
|
Valores referentes a uma amostra de 100 calorias de
vegetais. Adaptado de whfoods.com.
2. CRUS OU COZIDOS?
Como devemos
consumir vegetais crucíferos? Crus ou cozidos? A seguir irei expor os prós e os
contras de cada modalidade:
- Cru: a principal vantagem aqui é o
melhor aproveitamento das enzimas naturais destas plantas (com destaque para a mirosinase),
dos glicosinolatos (que discutiremos no próximo artigo) e das vitaminas. Todos
estes nutrientes terão uma absorção muito superior em nosso trato digestivo se
comparados à forma cozida.
A principal
desvantagem que podemos destacar está no risco de se desenvolver a doença
conhecida por bócio ou papeira (alargamento da tireoide). De forma muito resumida
e simplificada, os crucíferos crus contêm o que se conhece por goitrogênicos,
substâncias que interferem no metabolismo da glândula citada, podendo hipertrofiá-la
(antes fosse no bíceps heim?!), por conta da hipercompensação de TSH, além de causar prejuízos na produção de
hormônios tireoidianos (exemplos: T3 eT4).
- Cozidos: as vantagens do cozimento são
anular o efeito dos goitrogênicos (causadores de bócio) e diminuir os riscos de
câncer de cólon.
A principal
desvantagem aqui é a queda no valor nutricional do alimento, haja vista que o
calor do cozimento desnatura proteínas, inativando, por exemplo, enzimas.
A melhor
forma de preparo, não só dos crucíferos, como também de qualquer outro vegetal,
é no vapor. Tenha isso SEMPRE em mente! De nada adianta você querer pagar de
saudável se come apenas alimentos cozidos em água, pois a consequência disto é,
literalmente, jogar dinheiro (e saúde) pelo ralo.
A título de
comparação, quando preparamos um crucífero no micro-ondas, levamos apenas 2
minutos para destruir uma quantidade de enzimas equivalente a 7 minutos de
cozimento no vapor. Bom, nem preciso dizer mais nada...
Para
finalizar, sabe aquele fedor que sentimos ao aquecer alguns crucíferos? Pois
bem, ele é causado pelo enxofre que estas plantas possuem (em abundância,
diga-se de passagem) e são um excelente sinalizador de que o calor já está
estragando a comida.
E por falar
em enxofre, saiba que ele proporciona um dos principais efeitos colaterais causados
pelo excesso de consumo destes alimentos, mas discutiremos sobre isto, a
famigerada maldição cruciatus e o combate ao estrogênio e ao câncer no próximo
capítulo. Até lá!
Esta série contém duas partes. Leia a próxima clicando aqui.
Esta série contém duas partes. Leia a próxima clicando aqui.
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
Para conhecer meus serviços de consultoria online, currículo, fotos de alguns alunos e muito mais, clique AQUI ou envie email para: fernando.paiotti@gmail.com
bom saber... valeu
ResponderExcluirMuito bom saber. Gostei de saber
ResponderExcluirCadê a parte 2?
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