ATENÇÃO: este artigo é parte integrante da série: “drogas simpatomiméticas e seu efeito termogênico”.
Fala rapaziada! Hoje encerraremos a série falando sobre os efeitos colaterais da efedrina.
Fala rapaziada! Hoje encerraremos a série falando sobre os efeitos colaterais da efedrina.
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9. EFEITOS COLATERAIS
Chegou a
hora rapaziada! Não quero ver nenhum puto fechando o texto e interrompendo a
leitura por aqui! Não existe essa de que “o que os olhos não veem, o coração
não sente...”. Especialmente no caso da efedrina, já que, com ela, seu coração é
quem mais poderá sentir...
Para começar
a brincadeira, eu já deixo o meu recado: não use esta droga. Caso você seja
teimoso, pense mais 2,3,5,20 vezes antes de prosseguir. Se mesmo assim você
estiver decidido, o primeiro passo será encontrar um bom cardiologista para
iniciar uma porrada de exames: eletrocardiograma, medição e monitoramento de
pressão arterial, esteira ergométrica, etc.
Seja franco
com o médico e peça uma orientação, diga que você está pensando em começar a
tomar efedrina. Certamente ele vai te dar um esporro, mas tente aprender o
máximo possível com o cara e faça um acompanhamento constante.
Procure ser
criterioso na procura deste médico, haja vista que o que mais temos,
infelizmente, são profissionais ruins por aí. É o tipo de cara que escolhe a maneira
errada para ganhar dinheiro (em detrimento da saúde alheia) ou que fica
absurdamente estagnado pois para de estudar depois de formado... Enfim, não
vacile, afinal, é sua saúde que está em jogo.
Bom, mas por
que estou falando de um cardiologista especificamente? Simples: porque a
efedrina mexe absurdamente com a pressão sanguínea e pode até matar um
cardiopata. Vamos começar a análise dos colaterais:
Temos alguns
sintomas bastante característicos do estímulo do sistema nervoso simpático, são
eles: boca seca, pupilas dilatadas, sudorese gelada, tremores, taquicardia,
insônia. São sintomas normais e esperados, afinal, você estará ligando o botão
“ALERTA” do seu organismo, o modo “hard”, para situações de emergência (luta ou
fuga).
Outros
sintomas comuns aos usuários de efedrina são: danos hepáticos e renais, tontura,
vertigem, desmaios, dores de cabeça (muitíssimo comum), visão obscurecida, convulsões,
diarreia e dor de estômago.
Tome cuidado
com a caganeira pois, se prolongada, poderá te desidratar e fazer com que se
percam micronutrientes. Em relação ao estômago, converse com o médico, já que é
um efeito bastante comum, especialmente com o uso distante das refeições ou em
jejum.
Continuando,
temos o nervosismo e a ansiedade. Seriam sintomas até que tranquilos, mas o
problema está nos usuários que já tenham uma pré-disposição... Existem pessoas
que ficaram muito agressivas, paranoicas, com alucinações, depressivos, com
mudança considerável de temperamento.
Vale ainda
mencionar a questão da dependência química e da psicológica. Seu corpo fica tão
acostumado com esse efeito “superman” que não quer mais largar. Essa adicção poderá ter relação com as doses utilizadas e com o período: quanto maiores e mais longo,
pior será largar.
Caso tenha
problemas, recomendo diminuir a dose aos poucos e não parar a utilização de uma
vez, para que o corpo não sinta tanto. Não li nada a respeito, mas pelo menos
com usuários de outras drogas similares e/ou recreativas, funciona.
Se até aqui
você estava achando tudo até que light, vamos falar sobre o coração e o aumento
da pressão. A efedrina tem ação vasoconstritora, ou seja, diminui o calibre dos
vasos sanguíneos, aumentando a pressão neles. Disto, temos três consequências:
- Se você é
um cara que curte vasodilatadores/veias dilatadas, saiba que a efedra terá um
efeito contrário. Além disso, é normal que alguns usuários tenham problemas de
ereção;
- Para
tentar baixar a pressão, seu corpo vai começar a expulsar líquidos. Isso
acontece pois, reduzindo o volume, sob uma temperatura constante, consegue-se
baixar a pressão. Resultado: você vai urinar bastante. A cafeína irá piorar
este quadro e há relatos de usuários informando que às vezes fica impossível de
se segurar. Portanto, corra! Shhhhhiii...
- Danos
cardiovasculares: a lista é grande e envolve: palpitações, taquicardias,
arritmias, infarto agudo do miocárdio, miocardite, microlesões arteriais (por
conta do aumento constante da pressão), derrames e, nos piores casos, morte.
O lance da
morte, por motivos óbvios, é o mais impactante. Perdi um amigo de escola, no
ano de 2004, com um infarto fulminante do miocárdio. O mais irônico de tudo é
que ele morreu dentro de um hospital, durante uma visita a um parente
acidentado.
Era um
garoto que eu admirava demais, haja vista que ele era pele e osso, como eu em
minha adolescência, e virou um monstro da noite para o dia. Na época, éramos
bastante ignorantes e não se falava tanto de drogas como hoje em dia. A única
coisa que eu já tinha ouvido falar era uma tal de "Deca-Durateston"... Só isso.
Lembro que na
última vez em que me encontrei com ele, o garoto estava com um shape muito grande,
bastante volumoso, mas com pouquíssima definição. Dias depois ele iniciou um cutting e, passadas poucas semanas, ele morreu.
Ninguém sabe
com certeza absoluta o que ele usava, mas todos, até hoje, arriscam que foi a
efedrina, por alguns motivos que não vêm ao caso agora. Deixo claro que o
problema pode não ter sido apenas a efedra, mas também o uso abusivo e
misturado com outras substâncias, assim como uma pré-disposição a problemas cardíacos. No entanto, cito o caso apenas para que o leitor entenda que nada é 100% seguro e decisões precisam ser tomadas com muita reflexão...
Podemos
arriscar a dizer que ele foi irresponsável: não deve ter feito exames, muito menos pesquisas e acompanhamento médico...
Era um
garoto bastante do bem, sorridente, educado, atencioso e querido pelos amigos. Partiu
com 19 anos, deixando uma namorada, parentes e muitos amigos para trás. Criou
marcas na minha geração (restrita ao meu círculo social, é claro).
10. CONCLUSÃO
Vimos ao
longo da série que a efedrina é um poderosíssimo termogênico. Aliada à cafeína,
ela pode formar, praticamente, a melhor pedida do mercado termogênico.
Temos como
efeitos benéficos: a queima de gordura, a redução do apetite, a melhora da
performance esportiva e o auxílio na manutenção de massa magra, mesmo que em
dietas hipocalóricas.
No entanto,
deixo claro que estamos tratando de uma droga perigosa, que causa diversos
efeitos colaterais, especialmente no que diz respeito ao sistema circulatório,
com destaque ao coração.
Reflita bastante até que ponto vale a pena você
arriscar a sua saúde para perder gordura.
Caso esteja
certo dos seus objetivos, procure a orientação de um cardiologista, faça exames
e monitore os resultados. Tenha em mente que a diferença entre o remédio e o
veneno, é a dose, portanto, seja responsável.
ATENÇÃO:
Essa série contém 4 partes. Continue a leitura acessando:
-
PARTE 1: Histórico, informações científicas e mecanismos de ação.
- PARTE 2: Metabolismo e meia-vida da droga,
interações com outras drogas, principais doses.
- PARTE 3: Curiosidades e dúvidas
- PARTE
4: Efeitos colaterais e conclusão
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
Para conhecer meus serviços de consultoria online, currículo, fotos de alguns alunos e muito mais, clique AQUI ou envie email para: fernando.paiotti@gmail.com
Usarei de novo, mas seguirei todas as recomendações de começo de dosagem, e ao sinal de qualquer sintoma mais perigoso suspenderei o uso. Parabéns pela série cara, muito bem feita. E aos usuários e futuros usuários, não usem o marax, eu usei, e o efeito sedativo incluso é muito forte. Boa sorte a todos.
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