TUDO SOBRE A EFEDRINA E O ECA – PARTE 4

ATENÇÃO: este artigo é parte integrante da série: “drogas simpatomiméticas e seu efeito termogênico”.

Fala rapaziada! Hoje encerraremos a série falando sobre os efeitos colaterais da efedrina.

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9. EFEITOS COLATERAIS

Chegou a hora rapaziada! Não quero ver nenhum puto fechando o texto e interrompendo a leitura por aqui! Não existe essa de que “o que os olhos não veem, o coração não sente...”. Especialmente no caso da efedrina, já que, com ela, seu coração é quem mais poderá sentir...

Para começar a brincadeira, eu já deixo o meu recado: não use esta droga. Caso você seja teimoso, pense mais 2,3,5,20 vezes antes de prosseguir. Se mesmo assim você estiver decidido, o primeiro passo será encontrar um bom cardiologista para iniciar uma porrada de exames: eletrocardiograma, medição e monitoramento de pressão arterial, esteira ergométrica, etc.

Seja franco com o médico e peça uma orientação, diga que você está pensando em começar a tomar efedrina. Certamente ele vai te dar um esporro, mas tente aprender o máximo possível com o cara e faça um acompanhamento constante.

Procure ser criterioso na procura deste médico, haja vista que o que mais temos, infelizmente, são profissionais ruins por aí. É o tipo de cara que escolhe a maneira errada para ganhar dinheiro (em detrimento da saúde alheia) ou que fica absurdamente estagnado pois para de estudar depois de formado... Enfim, não vacile, afinal, é sua saúde que está em jogo.

Bom, mas por que estou falando de um cardiologista especificamente? Simples: porque a efedrina mexe absurdamente com a pressão sanguínea e pode até matar um cardiopata. Vamos começar a análise dos colaterais:

Temos alguns sintomas bastante característicos do estímulo do sistema nervoso simpático, são eles: boca seca, pupilas dilatadas, sudorese gelada, tremores, taquicardia, insônia. São sintomas normais e esperados, afinal, você estará ligando o botão “ALERTA” do seu organismo, o modo “hard”, para situações de emergência (luta ou fuga).

Outros sintomas comuns aos usuários de efedrina são: danos hepáticos e renais, tontura, vertigem, desmaios, dores de cabeça (muitíssimo comum), visão obscurecida, convulsões, diarreia e dor de estômago.

Tome cuidado com a caganeira pois, se prolongada, poderá te desidratar e fazer com que se percam micronutrientes. Em relação ao estômago, converse com o médico, já que é um efeito bastante comum, especialmente com o uso distante das refeições ou em jejum.

Continuando, temos o nervosismo e a ansiedade. Seriam sintomas até que tranquilos, mas o problema está nos usuários que já tenham uma pré-disposição... Existem pessoas que ficaram muito agressivas, paranoicas, com alucinações, depressivos, com mudança considerável de temperamento.

Vale ainda mencionar a questão da dependência química e da psicológica. Seu corpo fica tão acostumado com esse efeito “superman” que não quer mais largar. Essa adicção poderá ter relação com as doses utilizadas e com o período: quanto maiores e mais longo, pior será largar.

Caso tenha problemas, recomendo diminuir a dose aos poucos e não parar a utilização de uma vez, para que o corpo não sinta tanto. Não li nada a respeito, mas pelo menos com usuários de outras drogas similares e/ou recreativas, funciona.


Se até aqui você estava achando tudo até que light, vamos falar sobre o coração e o aumento da pressão. A efedrina tem ação vasoconstritora, ou seja, diminui o calibre dos vasos sanguíneos, aumentando a pressão neles. Disto, temos três consequências:

- Se você é um cara que curte vasodilatadores/veias dilatadas, saiba que a efedra terá um efeito contrário. Além disso, é normal que alguns usuários tenham problemas de ereção;

- Para tentar baixar a pressão, seu corpo vai começar a expulsar líquidos. Isso acontece pois, reduzindo o volume, sob uma temperatura constante, consegue-se baixar a pressão. Resultado: você vai urinar bastante. A cafeína irá piorar este quadro e há relatos de usuários informando que às vezes fica impossível de se segurar. Portanto, corra! Shhhhhiii...

- Danos cardiovasculares: a lista é grande e envolve: palpitações, taquicardias, arritmias, infarto agudo do miocárdio, miocardite, microlesões arteriais (por conta do aumento constante da pressão), derrames e, nos piores casos, morte.

O lance da morte, por motivos óbvios, é o mais impactante. Perdi um amigo de escola, no ano de 2004, com um infarto fulminante do miocárdio. O mais irônico de tudo é que ele morreu dentro de um hospital, durante uma visita a um parente acidentado.

Era um garoto que eu admirava demais, haja vista que ele era pele e osso, como eu em minha adolescência, e virou um monstro da noite para o dia. Na época, éramos bastante ignorantes e não se falava tanto de drogas como hoje em dia. A única coisa que eu já tinha ouvido falar era uma tal de "Deca-Durateston"... Só isso.

Lembro que na última vez em que me encontrei com ele, o garoto estava com um shape muito grande, bastante volumoso, mas com pouquíssima definição. Dias depois ele iniciou um cutting e, passadas poucas semanas, ele morreu.

Ninguém sabe com certeza absoluta o que ele usava, mas todos, até hoje, arriscam que foi a efedrina, por alguns motivos que não vêm ao caso agora. Deixo claro que o problema pode não ter sido apenas a efedra, mas também o uso abusivo e misturado com outras substâncias, assim como uma pré-disposição a problemas cardíacos. No entanto, cito o caso apenas para que o leitor entenda que nada é 100% seguro e decisões precisam ser tomadas com muita reflexão...

Podemos arriscar a dizer que ele foi irresponsável: não deve ter feito exames, muito menos pesquisas e acompanhamento médico...

Era um garoto bastante do bem, sorridente, educado, atencioso e querido pelos amigos. Partiu com 19 anos, deixando uma namorada, parentes e muitos amigos para trás. Criou marcas na minha geração (restrita ao meu círculo social, é claro).

Dedico esta série a ele...



10. CONCLUSÃO

Vimos ao longo da série que a efedrina é um poderosíssimo termogênico. Aliada à cafeína, ela pode formar, praticamente, a melhor pedida do mercado termogênico.

Temos como efeitos benéficos: a queima de gordura, a redução do apetite, a melhora da performance esportiva e o auxílio na manutenção de massa magra, mesmo que em dietas hipocalóricas.

No entanto, deixo claro que estamos tratando de uma droga perigosa, que causa diversos efeitos colaterais, especialmente no que diz respeito ao sistema circulatório, com destaque ao coração. 

Reflita bastante até que ponto vale a pena você arriscar a sua saúde para perder gordura.
Caso esteja certo dos seus objetivos, procure a orientação de um cardiologista, faça exames e monitore os resultados. Tenha em mente que a diferença entre o remédio e o veneno, é a dose, portanto, seja responsável.


ATENÇÃO: Essa série contém 4 partes. Continue a leitura acessando: 
- PARTE 1: Histórico, informações científicas e mecanismos de ação.
- PARTE 2: Metabolismo e meia-vida da droga, interações com outras drogas, principais doses.
- PARTE 3: Curiosidades e dúvidas
- PARTE 4:  Efeitos colaterais e conclusão



FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP


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Comentários

  1. Usarei de novo, mas seguirei todas as recomendações de começo de dosagem, e ao sinal de qualquer sintoma mais perigoso suspenderei o uso. Parabéns pela série cara, muito bem feita. E aos usuários e futuros usuários, não usem o marax, eu usei, e o efeito sedativo incluso é muito forte. Boa sorte a todos.

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