Fala
galera! Tranquilidade?
O
artigo de hoje será voltado para a discussão: vitamina C é capaz de
curar/prevenir resfriados???
Antes de darmos início para valer, um recado: peço a todos para que não
sejam apenas leitores passivos do site, que vêm aqui sugar um pouco de
conhecimento sem dar nada em troca: cliquem em curtir (aí do seu lado direito
no cabeçalho do texto), não custa nada... Se você gostou da leitura,
compartilhe, assim ajudará a divulgar o site. Obrigado!
6.
GRIPES, RESFRIADOS E VITAMINA C
Quem
aqui nunca pegou uma gripe que, por certo tempo, arruinou todo um planejamento
de treino e de dieta, mandando pelo ralo a querida massa magra duramente
conquistada?
O
acontecimento é sempre muito triste e recheado de revolta, não é verdade? A
melhor maneira de se prevenir, provavelmente, é tentando consumir toda sorte de
vegetais frescos e tomando a vacina da gripe anualmente, além dos cuidados
básicos de não beber, fumar, cuidar do sono, etc.
Em
relação às suplementações para reforçar o sistema imunológico, o número 2 da
lista talvez seja a glutamina, que já foi bastante discutida numa série
específica aqui do site (clique aqui para ler). A campeã, no entanto, é a
vitamina C.
Agora,
eu pergunto: será ela realmente eficaz ou apenas mais um fruto de campanhas
publicitárias enganosas e/ou manipuladas (coisa muito comum em nosso esporte)?
Tudo
começou em 1970, conforme citado na introdução desta série, com a divulgação do
trabalho “a vitamina C e sua influência no resfriado comum”, por Linus Pauling.
Desde então, a indústria farmacêutica encontrou uma excelente fonte de renda
com a fabricação e comércio deste micronutriente sintético, fato que perdura
até os dias de hoje.
Saí
em busca de artigos e pesquisas científicas acerca deste tema e acabei juntando
bastantes coisas legais. Vamos começar e exposição e no final fazer uma pequena
conclusão tentando amarrar todos os fatos:
- MAGGINI et al., “A Combination of High-Dose
Vitamin C plus Zinc for the Common Cold”, Journal of International
Medical Research, 2012.
Este estudo (duplo-cego) testou a eficácia de 1g de vitamina C + 10mg de
Zinco (Zn) no tratamento de resfriados. O grupo da suplementação teve uma
recuperação mais satisfatória dentro de 5 dias do que o grupo controle
(placebo).
Sei que o zinco não é nosso objeto de estudo nesta série, mas aproveitei
esta pesquisa por dois motivos: primeiro, pela sua data recente (Fev/2012);
segundo, porque um ponto chave do cenário “vitamina C Vs. Gripes/resfriados” é
que um único nutriente, sozinho, não é capaz de fazer milagres.
Precisamos,
também, da ajuda do zinco, de vitaminas do complexo B, do ácido fólico e do
cobre. Ah, e por falar nele, gostaria de expor mais alguns fatos:
O mais TOP de tudo não é o ácido ascórbico em si, mas sim uma parte de
sua molécula denominada de “complexo C”, parte esta que é essencial para o bom
funcionamento dos linfócitos, que são nossas células de defesa (glóbulos
brancos) presentes no sangue.
Tal fato deve-se ao cobre (Cu), elemento que pertence ao complexo C, que,
segundo pesquisas, parece ter alguma influência na capacidade que os linfócitos
têm de matar agentes patogênicos. Chegou-se a este conclusão ao se privar
nossas células de defesa deste mineral e se observar que elas se tornavam
ineficientes.
- ANDERSON et al., “Winter illness and
vitamin C: the effect of relatively low doses”, 1975.
Eu sei, o estudo é velho para cacete, da época do Linus, porém é
interessante já que testou tanto o ácido ascórbico quanto os ascorbatos de
cálcio e sódio no tratamento de doenças infecciosas de inverno como gripes e
resfriados. Para resumir, os resultados foram os mesmos, não havendo diferenças
entre os produtos. Usaram 1,5g no primeiro dia dos sintomas e 1g nos 4 dias
subsequentes.
Ao final dos estudos (635 casos de doentes), constataram que a vitamina
C teve efeito benéfico na rapidez da melhora dos enfermos.
- CLAY GORTON and KELLY JARVIS: “The effectiveness of
vitamin C in preventing and relieving the symptoms of virus-induced respiratory
infections”, Journal of Manipulative and Physiological Therapeutics, 1997.
O grupo controle deste estudo possuía 463 estudantes (entre 18 a 30 anos)
e a turma da suplementação era composta por 252 jovens, da mesma faixa etária
citada. Os doentes receberam a vitamina C da seguinte maneira: 1g/h nas 6
primeiras horas dos sintomas, depois 1g/3h.
Os sintomas do grupo do ácido ascórbico foram reduzidos em 85% se comparados
ao grupo placebo, fato que mostrou que a suplementação pode ser realmente
eficaz no tratamento dos enfermos.
- Michael Van Straten and Peter Josling:
“Preventing the common cold with a vitamin C supplement: a double-blind
placebo-controlled survey”, 2002.
Este estudo, cuja metodologia já está descrita no título, analisou 68
voluntários por 60 dias da seguinte maneira: uma turma no placebo e outra
recebendo dois tabletes de vit. C por dia. Resultados: esta última rapaziada
teve menos casos de resfriados (37 contra 50 do outro grupo), menos dias
combatendo vírus (85 Vs. 178), assim como menos tempo apresentando sintomas
mais graves da doença (1,8 Vs. 3,1).
- Harri Hemilä,
“Vitamin C intake and susceptibility to the common cold”, British Journal of
Nutrition, Vol. 77, jan 1997.
Este estudo fez algo muito legal na Inglaterra: juntou-se os resultados
de mais de 5000 casos de resfriados tratados com vitamina C (que foram
analisados através de pesquisas) e chegou-se à conclusão de que a incidência de
casos da doença não é reduzida pela vitamina C...
Na verdade, depois de algumas comparações, até poderíamos admitir que o
micronutriente seja de fato eficaz, mas em episódios restritos a determinados
grupos sociais, e não à população em geral, já que nem todo mundo responde da
mesma forma a um mesmo tratamento.
Minha intenção ao divulgar este último estudo foi a de tumultuar: afinal,
a vitamina C é ou não é eficaz no combate à gripe? Caramba, uma pesquisa fala
que a coisa é boa, aí outra vem e fala que não, isso sem mencionar aquela
primeira que defendia o uso... Complicado, não?
Sinceramente, acho que ainda não temos 100% de segurança para afirmar que
o produto seja ou não eficaz ou qual seria a melhor dose a ser usada. Para mim,
aparentemente ele dá resultados sim...
Mesmo porque, temos também um fato ainda não mencionado durante os textos
de que a vitamina C na forma ácida (ácido ascórbico) ajuda a acidificar o
sangue, coisa que prejudica o desenvolvimento dos agentes patogênicos nos
quadros infecciosos. No longo prazo isso é bastante prejudicial ao organismo,
mas em episódios esparsos, está ok.
Neste contexto todo, o jeito vai ser dar tiros no escuro chutando algumas
doses nos 5 dias principais da gripe/resfriado e ver no que vai dar...
Ficamos
por aqui. No próximo capítulo, iremos discutir sobre os efeitos colaterais que
o excesso de vitamina C pode causar em nosso organismo.
AATCHIIMM!
ATENÇÃO: Essa série contém 6 partes. Continue a leitura acessando:
- parte 1: Histórico/ Vitamina C: funções e benefícios;
- parte 2: Radicais livres Vs. vitamina C e seu efeito antioxidante/Efeitos da falta de vit. C no organismo;
- parte 3: Fontes naturais e dose diária recomendada;
- parte 4: Gripes, resfriados e vitamina C;
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
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