Fala
rapaziada!
Chegamos a
um assunto de extrema importância, cercado de mitos, temores, hipocrisia e
supervalorizações: o overtraining. Como já citei este termo em diversos artigos
aqui do site, acho que já passou da hora de termos uma conversinha mais séria
sobre ele.
Antes de darmos início, peço a todos para que não sejam apenas leitores passivos do site, que vêm aqui sugar um pouco de conhecimento sem dar nada em troca: cliquem em curtir (aí do seu lado direito no cabeçalho do texto), não custa nada... Se você gostou da leitura, compartilhe, assim ajudará a divulgar o site. Obrigado!
A) INTRODUÇÃO: O QUE É OVERTRAINING?
Para
começarmos o bate-papo, gostaria que todos soubessem que o overtraining, ou excesso
de treinamento (no idioma brasileiro), ou ainda overtreinamento (um neologismo)
realmente existe e não é uma lenda urbana ou um personagem do folclore
marombístico.
No entanto, para
que fique claro desde cedo, esta condição patológica, também chamada de
síndrome da fadiga crônica, é difícil de ocorrer...
Pois bem,
você deve estar se perguntando o que é, afinal de contas, esta porra deste
“overtraining” que tanto ouvimos falar por aí... Para sair um pouco dos
tecnicismos, vamos a uma historinha para entender o problema:
“Você tem uma
camiseta de treino favorita. Bom, quem não tem, não é verdade?! Por conta do excesso
de uso, ela está com um considerável rasgo. O que você faz? Joga fora? Não, afinal
de contas, ela é a predileta, te dá sorte para pegar peso, fica apertadinha no
corpo e já te acompanhou em mais de 5 mil treinamentos. Sendo assim, o jeito
vai ser pedir para a vovó dar aquela costurada.
Ela costura,
mas passado mais um dia de treino exaustivo e uma bela lavada na máquina, lá
está ela, mais arrombada do que nunca. Parece que a velhinha vai receber uma
nova visita do netinho... E por aí vamos, até que a camiseta vire apenas trapos
impossíveis de serem costurados, que estarão destinados a limpar o chão ou a
rechear a sua lixeira.”
(E viveram
felizes para sempre)
Bom, caro
leitor, esta complexa e imbecil historinha mostra que a camisetinha rasgadinha
pode, metaforicamente, ser você, nos seus treinamentos, buscando
desesperadamente uma forma de se prejudicar e de conhecer o overtraining:
O cara já
está, há meses, numa maré de treinos exaustivos, sem dar o devido descanso,
trabalhando demais no serviço, fumando, dormindo pouco, sem comer e se hidratar adequadamente, sem perder uma balada e uma
bebedeira, enfim, com vários “rasgos” aparecendo, assim como a nossa camiseta
da historinha.
Mas ele não
se abala e continua treinando e treinando, por meses a fio, pedindo ajuda “à
vovó” (aos amigos para pegar mais peso, aos energéticos e estimulantes para
driblar o cansaço, aos medicamentos/drogas, para diminuir as dores e
inflamações, aos suplementos, etc).
Como ele não
respeita limites, nem presta atenção aos sinais do próprio corpo, o jeito vai
ser fazer o moleque doido parar à força, papel este que será do overtraining,
deixando o infeliz marombeiro “em trapos, destinados a limpar o chão ou a
rechear a lixeira por um tempo”. Digo “por um tempo” pois, ao contrário da
camiseta, com alguns cuidados, dá para reerguer esse teimoso.
Achei a
historinha bastante ilustrativa e passível de traduzir, até que com certa
riqueza, o que representa o overtraining. Caso você tenha ficado insatisfeito,
inclusive me xingando e ameaçando a fechar a página do seu navegador, saiba que
também posso te dar uma explicação mais “séria” e técnica, mas que não terá
graça nenhuma:
Overtraining
é um quadro de fadiga generalizada que se instala nos indivíduos que, por
excesso de treinamento, não respeitam as adaptações fisiológicas e excedem a
capacidade de recuperação do organismo. Tal condição não só impede futuros
avanços no esporte, como faz perder o que já foi conquistado, seja em força,
seja em volume.
O overtraining |
Mas como
disse no início do capítulo, a síndrome da fadiga crônica é até que difícil de
se alcançar. Nos próximos capítulos vocês entenderão o porquê, mas isso só
reforça a minha crítica de que o overtraining é supervalorizado e mal
interpretado, como se fosse um fantasma nos assombrando a todo momento, com
inveja dos marombas dedicados.
Até hoje,
com mais de dez anos de dedicação à musculação, eu confesso que não vi um
número espetacular de casos, sendo menor ainda a quantidade de situações graves.
Por uma triste ironia, os principais episódios de excesso de
treinamento com os quais lidei até hoje foram frutos de péssimas orientações
profissionais de educadores físicos sem experiência e/ou inteligência. Sendo
assim, tome bastante cuidado com quem supervisiona o seu desenvolvimento físico,
haja vista que se não for um profissional capacitado e engajado com a área, ele
poderá mais lhe prejudicar do que ajudar.
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Antes de
encerrarmos, só para eu ilustrar meu ponto de vista (quando falo que a
discussão sobre o overtraining é exagerada) e deixar o leitor refletindo até o
próximo capítulo: quantas pessoas vemos treinando com seriedade e dedicação no
ginásio de musculação?
Sinceramente,
às vezes, nenhuma: o interessado, ou melhor, o desinteressado utiliza cargas
muito abaixo do que realmente conseguiria treinar, ou muito acima, para se
exibir, prejudicando a execução e fazendo movimentos parciais. O foco do treino
normalmente está no bate-papo, no xavequinho, na televisão do estabelecimento
ou na bunda da mulherada que está por ali treinando.
Tudo isso irá
comprometer a intensidade do treino, é fato. Aí eu pergunto: é ou não é para dar
um soco bem forte na boca do cara quando ele vem com papo de “medo de
overtraining” ou “estar em overtraining”? Meu filho, este é o MENOR dos seus problemas
hoje, pode ficar bem tranquilo...
Ficamos por
aqui. No próximo capítulo continuaremos polemizando através das causas e dos
sintomas do overtraining. Até lá!
ATENÇÃO: Essa série contém 3 partes. Continue a leitura acessando:
- PARTE 1: INTRODUÇÃO - O QUE É OVERTRAINING?
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
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