ATENÇÃO: este artigo é parte integrante da série: “drogas simpatomiméticas e seu efeito termogênico”.
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Fala
rapaziada! Primeiro post do ano! Feliz 2015 a todos nós!
Começando
mais uma série underground aqui no site e o assunto da vez será o clenbuterol!
Antes de a
turma começar a chorar, já aviso que esta droga é bastante perigosa e que,
obviamente, não recomendo o uso! O intuito do texto é ser informativo e melhor inserir
os leitores em nosso atual cenário fisiculturista, que anda de mãos dadas com
os recursos ergogênicos.
Ao final da
série, espero ter fornecido bastantes subsídios para que o leitor continue os
estudos e abra os olhos para o contexto que o cerca.
Para
encerrar a introdução, menciono as recomendações de sempre, que normalmente não
servem para nada, haja vista que marombeiros são teimosos (faz parte do nosso
estilo):
“Se,
infelizmente, você for utilizar uma droga de forma não terapêutica, apenas para
fins estéticos, seja um irresponsável com um pouquinho de responsabilidade:
procure a ajuda de profissionais capacitados, especialmente de médicos; faça
exames e respeite os sinais do seu corpo...”.
1. CONHECENDO O CLENBUTEROL, UMA
DROGA SIMPATOMIMÉTICA
O
clenbuterol foi inicialmente desenvolvido como medicamento para aumento de
massa magra em animais e como broncodilatador (tratamento de asma). Ele faz
parte de um grupo de drogas chamadas de simpatomiméticas, substâncias capazes
de imitar (mimética) os efeitos dos hormônios norepinefrina (ou noradrenalina)
e epinefrina (mais conhecida como adrenalina).
Estes
neurotransmissores têm sua liberação estimulada pelo nosso sistema nervoso
simpático, que é o sistema responsável pelas situações de reação em “luta ou
fuga”. Você certamente já sentiu medo, tensão ou desespero, por exemplo, num
assalto, numa briga, num contato com um animal feroz ou num esporte radical.
Tudo isto é
o que popularmente se conhece por “soltar adrenalina”, ou seja, é o seu sistema
nervoso simpático liberando substâncias (neurotransmissores) para te deixar
ligadão, para que você sobreviva, seja fugindo, seja partindo para a porrada.
De maneira,
MUITO simplificada, temos os receptores adrenérgicos (α e β e suas
subcategorias) que serão alvo da informação enviada pelos hormônios citados
(adrenalina, etc.), tendo como consequências principais:
- Ação
excitatória periférica em certos músculos lisos, como nos vasos sanguíneos, e
nas glândulas, como as sudoríparas;
- Aumento da
força de contração cardíaca, do volume bombeado e da pressão sanguínea;
- Aumento da
queima de triglicerídeos, do tecido adiposo, e do glicogênio hepático e
muscular;
- Aumento do
estado de alerta;
- Redução de
apetite;
- Aumento da
temperatura corporal, efeito da termogênese.
- Dilatação
de pupilas;
-
Relaxamento da musculatura brônquica (efeito broncodilatador), aumentando a
oferta de oxigênio no sangue.
Voltando ao
clenbuterol, como disse anteriormente, ele é uma droga simpatomimética, que age
mais especificamente nos receptores beta-2 (presentes nos vasos sanguíneos, na
musculatura esquelética, bronquíolos, etc). Por conta desse critério seletivo,
ele atua de forma muito menor nos receptores betas 3 e 1, sendo este último,
presente no coração.
2. FRITANDO A BANHA
Por conta de
seu forte efeito termogênico, o clenbuterol foi calorosamente recepcionado pela
comunidade da maromba.
De forma
totalmente simplificada, podemos dizer que ele causa a termogênese, elevando a
temperatura corporal e nos fazendo gastar bastantes calorias no processo,
especialmente da gordura, é claro.
Caso
analisemos o processo de forma científica, temos que o clenbuterol possui uma
alta afinidade pelos receptores adrenérgicos beta-2. Por esta via, ele acaba
elevando os níveis de um mediador hormonal intracelular chamado AMP (monofosfato
de adenosina) cíclico, que por sua vez influencia a ação da proteína quinase A
(PKA), que, por fim, age numa enzima chamada HLS (lipase sensível a hormônio),
mediando a queima de gordura. (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1138772/)
3. ANABÓLICO? E ANTI-CATABÓLICO?
Acredita-se
que o efeito anabólico que o clenbuterol possa ter ocorra através de mecanismos
dependentes da proteína mTOR, haja vista que a inibição desta, bloqueia os
efeitos da droga. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17068216
Os efeitos
são:
- aumento da
síntese proteica muscular;
- diminuição
do catabolismo, mesmo em dietas muito restritivas. Este mecanismo ocorre também
de forma indireta, já que por estimular o uso de gordura como fonte de energia,
ele acaba poupando bastantes gramas de massa muscular.
- aumento da
recuperação pós-treino;
Normalmente
estes estudos são realizados em animais, o que não nos interessa, por isto,
limitei-me a estudar pesquisas em humanos. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18374884
Vale
mencionar que suas propriedades anabólicas costumam aparecer por volta da sexta
semana de uso contínuo.
Ficamos por
aqui. No próximo capítulo iremos discutir sobre doses e protocolos. Até lá!
ATENÇÃO: Essa série contém 4 partes. Continue a leitura acessando:
- PARTE 1: CONHECENDO O CLENBUTEROL, UMA DROGA SIMPATOMIMÉTICA/ FRITANDO BANHA/ ANABÓLICO? E ANTI-CATABÓLICO?
- PARTE 2: DOSES, FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO E PRINCIPAIS PROTOCOLOS/
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
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