Fala rapaziada! No artigo de hoje, discutiremos sobre
possíveis efeitos colaterais causados pelo excesso de vitamina C.
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7.
EFEITOS COLATERAIS CAUSADOS PELO EXCESSO DE VITAMINA C
Vamos abrir este capítulo citando alguns problemas mais
simples, depois vamos nos ater aos mais graves/delicados.
A vitamina C pode causar desconfortos gastrointestinais (cólica, dor de estômago,
diarreia) quando sua ingestão for mal planejada. Normalmente os motivos são
dois: ou o sujeito está tomando uma dose muito grande de uma só vez, ou a
quantidade diária está exagerada. Em outras palavras, erre a mão e você terá
uma bela caganeira...
Além disso, ela também poderá causar deficiência em vitamina B12 e excesso de ferro no organismo.
Tais fatos são fáceis de explicar uma vez que nossas reações químicas internas
ocorrem de maneira interligada, com uma dependendo da outra, de forma que o
aumento ou diminuição de uma reação traga consequências para as demais.
Vamos trazer o exemplo do ferro à tona como ilustração do
que foi exposto: a vitamina C, como já explicado, aumenta bastante a absorção
deste mineral. Até aí tudo bem, afinal, a falta de ferro pode causar, dentre
outras coisas, anemia.
No entanto, o excesso também é prejudicial, pois cria um
quadro chamado hemocromatose, que é a deposição de ferro em alguns tecidos do
corpo, como coração e fígado, causando lesões às células, além de comprometer
seu funcionamento e, consequentemente, o do órgão também.
Outros
efeitos colaterais que podemos citar são: piora do quadro de
gota, agravamento da anemia falciforme e mascaramento de exames laboratoriais
para analisar glicose na urina (uma vez que esta e a vitamina C tem estruturas
semelhantes).
Vamos agora passar aos casos mais complicados, digamos
assim:
-
ESCORBUTO DE REBOTE: abro com este pois é meu efeito
colateral “favorito” (cientificamente, é claro). Ele não acontece da noite para
o dia e o sujeito tem que caprichar para ter a doença. O grupo alvo é a galera
teimosa que chuta o pau na suplementação e toma todos os dias 5, 8, 10g ou até
mais.
Acontece que seu corpo simplesmente não precisa e não
quer toda essa quantidade, então, ele vai se esforçar para excretar todo o
excesso continuamente: a vitamina C entra no seu corpo, é retida na dose
necessária e todo o resto lançado para a urina.
Aí, por algum motivo (pedra nos rins, hemocromatose,
viagem), o sujeito teve de diminuir a dose ou parou a suplementação.
Infelizmente, o corpo não irá detectar a queda brusca por um tempo e vai
continuar naquele lifestyle esbanjão, jogando a pouca vitamina C, que agora é
consumida, diretamente na privada. Resultado: vai ficar dodói...
Se você toma doses absurdas de ácido ascórbico e quer
parar, é essencial que as reduza aos poucos, assim seu corpo terá maiores
chances de se acostumar e entender o que está se passando. A título de
curiosidade, o escorbuto de rebote pode acontecer também em bebês cujas mães
suplementam vitamina C: durante a amamentação a oferta do micronutriente é
absurdamente grande, mas , quando esta é interrompida, a coisa fica feia.
-
CÁLCULO RENAL: agora o assunto mais delicado, recheado de
polêmicas e especulações. Afinal, a vitamina C dá mesmo pedra nos rins?
Tudo começou pelo fato de a vitamina C aumentar os níveis
de oxalato no organismo, componente este que integra o hall de substâncias
capazes de formar cálculos renais.
Para começar, vamos a um estudo publicado na associação
americana de urologia (Olivier et al., 2003): a ingestão de 2g de vitamina C
por dia aumentou, estatisticamente, a concentração de oxalato na urina. No
entanto, mesmo pacientes com histórico de pedras nos rins não manifestaram o
distúrbio. Aparentemente, doses de até 2g poderiam ser seguras (ao menos no que
tange ao cálculo renal).
- Massey et al., “Ascorbate increases human
oxaluria and kidney stone risk”, 2005: a suplementação utilizada
neste estudo foi também de 2g. No entanto, a coisa já foi mais explicativa,
haja vista que detectaram um aumento de excreção de oxalato na urina e de risco
de desenvolvimento em pedras de oxalato de cálcio em 40% dos participantes da
pesquisa.
- Auer et al.,
“The effect of ascorbic acid ingestion of the biochemical and physicochemical
risk factors associated with calcium oxalate kidney stone formation”, 2005: 10 homens receberam 4g de vitamina C por 5
dias. Detectaram, assim como em outros estudos, que o pool de excreção
oxalato não metabolizado ocorre 24 horas após o início da suplementação. Este
estudo concluiu que: megadoses (4g/dia) de ácido ascórbico não aumenta as
chances de desenvolver pedra de oxalato de cálcio nos rins.
- Thomas et al., “ascorbic acid supplements
and kidney stone incidence among men: a prospective study”, 2013:
neste estudo, analisaram 23 mil homens, por 11 anos e detectaram que apenas 2%
deles desenvolveu pedra nos rins. No entanto, desse pequeno grupo, observou-se
que a rapaziada que suplementava ácido ascórbico tinha o dobro de probabilidade
de cálculo renal.
Conforme exposto, vocês puderam perceber que não temos
ainda uma opinião formada e 100% precisa. Vários fatores precisam ser também
levados em consideração para a análise deste contexto, como predisposição
genética, estilo de vida, massa corporal, hábitos alimentares e ingestão de
água.
É certo, aparentemente, que doses moderadas de vitamina C
(como 2g/dia), sejam seguras, mesmo para grupos de risco, no que diz respeito
ao surgimento de pedras nos rins. Aguardemos estudos melhores e mais
conclusivos.
Existem ainda outros efeitos colaterais, mas vou
guardá-los para o próximo e último capítulo desta série: “musculação e vitamina C”. Até lá!
ATENÇÃO: Essa série contém 6 partes. Continue a leitura acessando:
- parte 1: Histórico/ Vitamina C: funções e benefícios;
- parte 2: Radicais livres Vs. vitamina C e seu efeito antioxidante/Efeitos da falta de vit. C no organismo;
- parte 3: Fontes naturais e dose diária recomendada;
- parte 4: Gripes, resfriados e vitamina C;
- parte 5: Efeitos colaterais causados pelo excesso de vitamina C;
- parte 6: Vitamina C e musculação.
- parte 6: Vitamina C e musculação.
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
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