A ideia
desta série é expor algumas receitas (todas de minha autoria) para quem quer
dar uma variada no cardápio. Esqueçam essas coisas de “frango maromba com whey”,
“brigadeiro anabólico”, “jiló proteico”, etc, etc, etc, porque aqui não é o
lugar de showzinho!
Em nenhuma
receita desta série eu irei utilizar suplementos ou tentarei pagar de fodão da
cozinha maromba, fitchef ou coisas do tipo. E deixo claro que não estou
tentando lançar nenhuma modinha...
Serão receitas
simples, sem ingredientes excêntricos ou com aquele monte de viadagem que vemos
por aí (vocês sabem do que estou falando...), que qualquer pessoa que goste de
qualidade de vida, marombeiro ou não, poderá fazer, inclusive a sua avó, sua
tia de 45 anos ou seu priminho punheteiro de 12 aninhos.
Vou pensar
também no seu bolso, sendo assim, a ideia é que a coisa seja boa e barata, ao
alcance de todos, inclusive boicotando as indústrias de suplementos, vendedores
e estabelecimentos comerciais variados.
Para maiores
informações, leiam este artigo das minhas crônicas da musculação: “A modinha
das receitas maromba” (clique aqui),
que é o prólogo desta coletânea “Receitas do Fernandão”. Lá vocês entenderão
melhor as minhas críticas dentro de todo este contexto.
A PASTA DE AMENDOIM CASEIRA
Sinceramente,
esse negócio de pasta/manteiga de amendoim é fruto de uma moda que surgiu há
alguns anos.
Este tipo de
produto nunca fez parte da realidade brasileira, sendo raras as pessoas que o
consumiam antigamente. O amendoim do nosso país sempre foi tradicionalmente
consumido salgado e torrado, como tira gosto, nos barzinhos e festas juninas.
Essa forma
de pasta, já tem uma pegada mais gringa, afinal, quem nunca viu um filme,
desenho ou seriado onde o cara comia “sanduíche de pasta de amendoim com
geleia”? Nosso querido Walter White que o diga.
Acontece que
há alguns anos alguém observou que o valor nutricional dessa porra era legal e
que marombeiros lá fora a consumiam. Sendo assim, começou-se a se propagar no
Brasil esse lance de receitinhas com pasta de amendoim e aí as vendas começaram
a crescer. Muitas indústrias de suplementos aproveitaram a onda para lucrar
absurdamente em cima do consumidor.
A moda foi
lançada, abraçada e consolidada.
...
Eu já
conhecia a importância do amendoim na dieta há muitos anos, e como o seu sabor
muito agradava ao meu paladar, sempre comprei.
No entanto,
eu não adquiro o produto no supermercado, muito menos na loja de suplementos,
mas sim no estabelecimento atacadista.
A maior
merda que você poderá fazer será comprar uma pasta de amendoim no supermercado,
especialmente as clássicas marcas tradicionais para lanchinho de crianças.
Quando puder, leia os ingredientes daquela merda: mel, açúcar, margarina, óleo
de soja, amendoim e uma caralhada de conservantes ou coisas X.
Se a sua
ideia era consumir uma boa fonte de gorduras saudáveis, com um teor legal de
proteínas, inclusive com consideráveis níveis de BCAA, você se fodeu...
Encheram o negócio de açúcar e gorduras escrotas! Pra fazer isso, é melhor
ficar no pão com manteiga...
Além disso,
reparem nos preços: essa de mercado vai sair 8-10 reais, 250g de produto bruto,
ou seja, tem pouquíssimo amendoim aí.
Por conta
desse valor nutricional, e também para associar o consumo da pasta à
musculação, a indústria de suplementos resolveu fazer a sua parte, sempre
pensando em nosso “bem e$tar!”, e começou a soltar pastas integrais por mercado,
sem as bostas de açúcar e óleo vegetal. Se você for ver os ingredientes,
normalmente é apenas amendoim torrado e processado.
Ok, mas
reparem nos preços: 13-15 reais (em média) por 500g.
Na verdade,
o único aqui que está pensando no seu bem estar (e no seu bolso), sou eu. Vou
lhe ensinar a fazer 1kg de pasta de amendoim pura gastando apenas 8 reais. Para
tanto, vá a mercados atacadistas. Se você é de São Paulo capital, uma dica
seria fazer compras nas imediações do Mercado Municipal, na Rua Santa Rosa.
INGREDIENTES:
- 1kg de
amendoim sem pele e sem sal.
PREPARO:
Aqui vem a
parte meio delicada: você irá precisar de um processador. Até dá para fazer no
liquidificador, mas fica muito diferente, não dá o ponto, e você vai precisar
acrescentar água ou algum óleo bom, tipo azeite de oliva.
Por isso, o
melhor mesmo seria ter um processador, pedir emprestado para alguém ou investir
em um.
Coloque uma
parte do produto na máquina (não encha até a boca pois você irá travar a
hélice) e deixe bater por um bom tempo. A coisa é meio demorada: no começo vira
uma farinha, depois uma massaroca. Passado um bom tempo, a coisa começa a
grudar e, como num passe de mágica, espatifa e meio que se liquefaz. Esse é o
momento de finalizar.
Recomendo
fazer em poucas quantidades e armazenar na geladeira. Nem pense em congelar,
pois você estará estragando o valor nutricional.
Agora é
sentar, comer e rir de quem toma altos prejuízos e consome pasta de amendoim
gastando entre 2 e 4 vezes mais do que você.
VALOR NUTRICIONAL (100g)
Proteínas:
27,2g
Carbo: 20,3g
Gorduras
saturadas: 8,7g
Gorduras
monoinsaturadas: 17,2g
Gorduras
poliinsaturadas: 16,2g
Como vocês
podem ver, existe uma quantidade bastante grande das chamadas gorduras boas
(poli e mono). Além disso, temos um grau interessante de vitaminas e minerais
também, como complexo B, zinco, manganês, ferro, fósforo e magnésio.
COMENTÁRIOS FINAIS:
Caso queira,
você poderá acrescentar mais ingredientes nessa pasta de amendoim. Eu não ponho
nada, mas quem curte um sabor doce, poderá usar adoçante ou mel, dependendo da
dieta (mas de qualquer forma, não recomendo).
Também é
possível por azeite ou óleo de coco, pra deixar mais cremoso. Eu acho o óleo de
coco um lixo, além disso, ele estraga todo o sabor... O azeite de oliva é muito
mais saudável e, ao meu paladar, é melhor.
Já utilizei
canela em pó também e gostei, pois aprecio o sabor.
“Oh, Fernandão! Poxa, amigo, mas e a pasta de
amendoim sabor whey?????”
Tá lá na
putaquetepariu!
Ficamos por
aqui. Resolvi lançar esta receita primeiro de tudo pois ela será base para
outras coisas mais que faremos, por exemplo, como acompanhamento da panqueca do
Fernandão que mostrarei no próximo capítulo. Até lá!
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
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Oi Fernando gostei da receita vou fazer gostaria de saber sua opinião sobre o óleo de côco. Abraço
ResponderExcluirFala Rose.
ResponderExcluireu acho o óleo de coco péssimo. ele é praticamente gordura saturada apenas. além disso é caro e tem um sabor fortíssimo que rouba o gosto dos outros alimentos.
Já provei uma pasta de amendoim onde usaram oleo de coco e o gosto do amendoim sumiu. isso sem contar que se acrescentou um monte de gordura saturada num alimento riquissimo em insaturadas.
abraço