Fala
rapaziada!
Vamos dar
continuidade de onde paramos no último artigo, referente à discussão sobre
mitos e erros que rondam o tema “treino de abdômen”.
VI) USAR UMA GRANDE AMPLITUDE
Normalmente,
vemos as pessoas “roubando” durante a execução de um exercício abdominal,
fazendo meia repetição (não falo da técnica da rep parcial, heim...),
desrespeitando a totalidade da amplitude do exercício, etc.
Além disso,
ouvimos coisas como: “sobe tudo! Desce tudo! Vai mais!”... E de fato isto é
ótimo, devemos fazer os exercícios respeitando a amplitude, para melhorarmos os
resultados.
Contudo, no
que tange ao abdome, é mais interessante não explorar totalmente essa amplitude
do exercício, de modo que a musculatura fique sob tensão constante e intensa.
Tomemos os
crunches no solo (aquele abdominal clássico de escola) como exemplo. Você terá
melhores resultados com movimentos curtos e bem feitos do que com a amplitude
total, até o peito bater no joelho.
Porém, como
disse no início, de nada adianta fazer uma repetição milimétrica, quase
imperceptível, absurdamente parcial... O segredo é não ser nem 8, nem 80.
VII) IGNORAR A RESPIRAÇÃO ADEQUADA
Essa é
bacana. O cara acha que é só fazer respirando de qualquer jeito, ou pior,
prendendo a respiração, que tá bonito, tá bacana!
Tenha em
mente que uma respiração adequada poderá fazer TODA a diferença na hora de
desenvolver seus abs. Isso irá refletir no nível de tensão imposto ao músculo,
além da possibilidade de conseguir ativar o abdome transverso em exercícios
onde ele nem seria recrutado (lembram-se do que falei no capítulo 1 de
anatomia?!).
A dica que
vou dar é muito simples:
- INSPIRAÇÃO:
feita de forma lenta, pelo nariz*, na fase excêntrica/negativa do
movimento, tomando o devido cuidado para que a musculatura fique tensionada o
tempo todo.
- EXPIRAÇÃO:
feita de forma explosiva/forçada/o mais rápido possível, pela boca*, na fase
concêntrica/positiva. Isto irá permitir, além de um desgaste mais intenso
das fibras musculares, a ativação do transverso do abdome e dos intercostais.
A expiração é
um processo passivo, logo, se você não forçá-la, o trabalho muscular será muito
pequeno. Ao aumentar a intensidade do fenômeno, seremos capazes de utilizá-lo
em nosso favor, melhorando o desenvolvimento muscular.
Sinceramente,
ignorar essa técnica talvez seja a maior merda que você possa fazer durante um
treino de mm. abdominais...
*Cito isto
de boca X nariz pela rapidez que a cavidade oral pode promover na expulsão do
ar, ok? Não é uma regra absoluta.
VIII) VELOCIDADE DAS REPETIÇÕES MUITO
LENTA
Normalmente,
a turma gosta de repetições bem lentinhas de abdominais, para sentir a
musculatura sendo trabalhada a cada centímetro, com muita dor e sofrimento,
achando que vai dar resultados melhores... NO PAIN, NO GAIN, uhull!
Para mim,
esse ditado deveria ser NO BRAIN, NO GAIN, mas vamos tocar o barco.
Eu já
critiquei o método super-slow nesta série (clique aqui), mas vamos usar
os resultados desta pesquisa (clique aqui)
na justificativa deste erro:
Conclui-se
que, quanto mais rápida for a sua repetição, maior a atividade dos músculos
envolvidos no exercício, recrutando mais fibras. Para juntar o útil ao
agradável, some este aprendizado ao da respiração, do item anterior, e faça a
parte concêntrica o mais rápido possível, sendo a parte excêntrica, um pouco
mais lenta, mantendo a musculatura tensionada o tempo todo.
IX) USAR O MÉTODO DA PRIORIZAÇÃO
Esta parte é
um pouco complicada. O método da priorização (clique aqui) é excelente, mas se mal utilizado, poderá estragar seu
programa de treinamento do dia.
É bastante
justificável a ideia de se fazer abdominais para abrir um treino, caso este
grupo muscular seja a sua prioridade. No entanto, tenha em mente que o abdome
participa como estabilizador em quase todos os exercícios que utilizamos num
treinamento adequado.
Sendo assim,
se você chegar na gym, botando pra foder, na tentativa de dixavar o seu abdome,
também poderá estar prejudicando o treino como um todo, já que estes
estabilizadores estarão bastante estressados e não vão conseguir desempenhar um
papel satisfatório, por exemplo, num agachamento ou levantamento terra.
Minha
recomendação é a de que você faça abs ao final do treino. Caso eles sejam a sua
prioridade, deixe para fazer em casa, por exemplo, num dia de descanso ou
algumas horas depois do seu treino na gym.
Também é
possível fazê-lo nos dias em que você treina o músculo mais desenvolvido do seu
corpo, sem dar tanta ênfase a ele, de forma que você termine o treino com muito
mais energia e consiga dar maior atenção ao seu pânceps, inclusive, corrigindo
umas assimetrias corporais.
Para revisar a musculatura da região. |
X) DIVISÃO DE TREINO INCORRETA E
INCOMPLETA
O erro aqui
é duplo. Vamos, primeiramente, à divisão incorreta.
O problema é
que as pessoas acreditam ser totalmente possível isolar determinada região
abdominal. De fato, existem exercícios que focam melhor determinada porção, no
entanto, estas não deixam de utilizar outras como auxílio.
Vejamos:
muitos de vocês devem utilizar exercícios de elevação de perna na tentativa de
desenvolver o reto abdominal infraumbilical, certo? Acreditando que a parte
supra não é recrutada.
Errado. Não
confunda “ênfase em determinada região” com “isolamento de determinada região”.
Se você fizer elevação de pernas na barra fixa hoje e crunches no solo amanhã,
terá treinado o reto abdominal em dois dias seguidos.
Bom, esta
foi a divisão incorreta. E a incompleta?
Nesta, o
cara escolhe apenas um exercício, por exemplo o crunch no solo, o mais famoso
de todos, e acha que já está muito bem servido. Aí faz a brincadeira dia sim,
dia não, e já sai achando que será o Mr. Abs 2015.
Não é por
aí! Dê um pulo no capítulo 1 desta série e veja que seus oblíquos e o
transverso do abdome não estão sendo trabalhados com a devida intensidade.
Sendo assim, reestruture o treino com mais exercícios, que deem ênfase em
partes diversas.
XI) INTERVALOS LONGOS DEMAIS
A
musculatura abdominal, como já foi diversas vezes comentada neste capítulo,
possui uma regeneração até que rápida, por conta do tipo de trabalho que ela
desempenha e também por conta do tipo predominante de fibras que possui.
Sendo assim,
nada de dar intervalos muito longos entre as séries. Gosto de intervalos que
girem em torno de 30 a 40 segundos. Teste e veja o que acha.
XII) MÁ EXECUÇÃO/TÉCNICA INCORRETA
O título já
disse tudo. Não vou comentar este problema aqui, já que o escrevi apenas para
que constasse nesta parte de erros e mitos. Vou deixar para fazer as
observações pertinentes no capítulo dos exercícios, fechado?
XIII) BASEAR O DESENVOLVIMENTO
ABDOMINAL 100% NA DIETA
É fato que a
dieta é, de longe, o fator mais importante para construir bons abs, porém, se
você não treina adequadamente, quando a camada de gordura sumir, não haverá
nada por baixo para ser exposto... Sendo assim, não negligencia um treinamento
adequado.
Ficamos por
aqui. No próximo capítulo iremos discutir sobre a gordura abdominal, para entendê-la
melhor. Pretendo, também, tecer alguns comentários acerca do tema BF – Body fat.
Até lá!
ATENÇÃO: Essa série contém 10 partes. Continue a leitura acessando (passe o mouse na parte desejada e clique):
- PARTE 1: UM POUCO DE ANATOMIA
- PARTE 2: PUXÃO DE ORELHA: VOCÊ ESTÁ TREINANDO COMO DEVERIA?/ OS MAIORES MITOS E ERROS ACERCA DO TREINO DE ABDÔMEN I
- PARTE 3: OS MAIORES MITOS E ERROS ACERCA DO TREINO DE ABDÔMEN II
- PARTE 4: OS MAIORES MITOS E ERROS ACERCA DO TREINO DE ABDÔMEN III
- PARTE 5: ENTENDENDO A GORDURA ABDOMINAL/QUAL O BF IDEAL?/COM QUAL GRUPO MUSCULAR TREINAR?
- PARTE 6: PRINCIPAIS EXERCÍCIOS – RETO ABDOMINAL COM ELEVAÇÃO DE TRONCO
- PARTE 7: PRINCIPAIS EXERCÍCIOS – RETO ABDOMINAL COM ELEVAÇÃO DE QUADRIL E OUTROS EXERCÍCIOS
- PARTE 8: PRINCIPAIS EXERCÍCIOS – OBLÍQUOS
- PARTE 9: PRANCHAS/VACUUM DE ESTÔMAGO/QUAIS OS MELHORES EXERCÍCIOS QUE EXISTEM?
- PARTE 10: DICAS PARA MONTAR OU MELHORAR O SEU TREINO/ CONCLUSÃO
- PARTE 10: DICAS PARA MONTAR OU MELHORAR O SEU TREINO/ CONCLUSÃO
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
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