Fala
rapaziada!
No último
artigo discutimos sobre hormônios hidrossolúveis. Hoje será a vez dos
lipossolúveis, com destaque para a famosa testosterona. Boa leitura!
- HORMÔNIOS LIPOSSOLÚVEIS.
Os hormônios
lipossolúveis possuem uma molécula precursora lipídica, que lhes dá o caráter
apolar, ou seja, ao contrário dos hidrossolúveis, não são solúveis no sangue,
porém, o são através da membrana plasmática da célula, que, conforme dito anteriormente,
é lipídica.
A grande
maioria dos hormônios desta natureza é derivada do colesterol, por isso são
também chamados de esteroides
(aposto que quem estava quase dormindo com a leitura, acordou depois dessa!).
No entanto,
saibam que existem outras categorias, como a dos derivados de ácidos graxos,
como as prostaglandinas, e os calciferois, que originam os diferentes tipos de
vitamina D. Pois é, se você não sabia, a tal da vitamina D é um hormônio!
Os
lipossolúveis necessitam de uma molécula transportadora para transitarem no
sangue, pois, se assim não fosse, rapidamente iriam entrar na primeira célula
que conseguissem (dado sua grande facilidade para se difundir através da
membrana das células), prejudicando a transmissão da informação a outras
células muito mais distantes de onde o hormônio foi secretado.
Assim como
no caso dos hidrossolúveis, essa brincadeira de carregamento funciona como uma
manutenção de reserva no plasma sanguíneo, haja vista que, quando ligado a um
transportador, o hormônio não tem como se difundir pela membrana, nem se ligar
a um receptor.
Isso também
é muito importante pelo fato de a célula não conseguir estocar hormônios
lipossolúveis dentro de si, uma vez que, assim que sintetizados, eles já saem
para o meio interno (fora da célula), podendo causar efeitos e transmitir
informações.
Agora você
sabe, então, a diferença entre analisar sua quantidade total de testosterona
num exame de sangue e analisar a quantidade de testosterona livre, ou seja,
aquela que é realmente capaz de gerar os efeitos masculinizantes que tanto
buscamos. Sua testo pode estar lá na puta que pariu, porém, caso ela esteja na
forma ligada, não terá como transmitir informações, entende?
Para
finalizar, em relação a esta “transmissão de informações”, os hormônios
lipossolúveis, conforme já dito, atravessam a membrana da célula e se ligam a
receptores intracelulares, presentes no citossol. Feito isso, o complexo receptor-hormônio
entra no núcleo da célula e ativa a transcrição de algum gene.
Em outras
palavras, ele entra no núcleo para transmitir uma informação, gerando efeitos.
É importante
que se mencione que isto não exclui a ligação com receptores de membrana e
atuação através de segundos mensageiros. Ao contrário do que se imaginava,
pesquisas recentes têm demonstrado que tal mecanismo também seja possível. A
importância disso seria a de produzir ações biológicas imediatas.
Vamos aos
exemplos desta classe: a famosíssima e querida testosterona, o temido
estrogênio, o odiado cortisol, o potente DHT, a desconhecida aldosterona, entre
outros.
III) DESFECHO
Esta série
de dois artigos foi um prelúdio para muito do que ainda está por vir. Espero
que ela tenha servido para criar uma base, mesmo que mínima, do que seja um
hormônio, como ele é produzido, secretado e transportado até a célula alvo e,
chegando nela, como ele age.
Sem saber
que isso existe, qualquer discussão da área torna-se um bocado pobre...
Ronnie Coleman - 8 x Mr. Olympia |
Aos poucos
vamos trabalhando sobre outros temas para, futuramente, começarmos a bater um
papo sobre os famosos anabolizantes, venenos, bombas, esteroides, aes ou seja
lá como você gosta de chamar estas drogas.
OBSERVAÇÃO: acesse a parte 1 desta série clicando AQUI.
REFERÊNCIAS:
- Guyton,
Arthur C. Tratado de fisiologia médica. 9ª edição. Guanabara Koogan.
- Aires,
Margarida de Mello. Fisiologia. 3ª edição. Guanabara Koogan.
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
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