ATENÇÃO: este artigo faz parte da coletânea: “TODOS OS MÉTODOS DE TREINO DO MUNDO”. Para maiores informações, acesse o link.
Fala
rapaziada! Tudo na pa...
“Fernandão! FERNANDÃO!!! Desculpa te
interromper logo de cara, man, mas é que reparei que você escreveu o título
errado! É 3x10! Trocou os números kkkk! Além disso, peço perdão mais uma vez,
mas você caiu no meu conceito... Um site tão top como o seu escrever uma série
sobre o 3x10 foi F-O-D-A... Qualquer Zé mané aprende isso no primeiro dia numa
gym!!!! Até o instrutor mais lixo do mundo saberia passar isso! Vou indo nessa,
Fernan...”.
Fica na tua,
vacilão! Tem porra nenhuma errada aqui não, mas mesmo assim, faço questão que
você vaze daqui! Vai, passa! Passa, cachorro!
Apesar de
causar certa estranheza em ver esses números na ordem 10x3 e não 3x10, haja
vista que a segunda opção é a mais famosa do universo da musculação, deixo
claro que não houve nenhum engano.
O objetivo
desta série será o de mostrar uma proposta bastante diferente, com uma
metodologia própria e uma razão de ser. Ela é bastante interessante, até um
pouco sedutora, e acredito que mereça ser testada. Vamos começar?
1. ORIGEM DO MÉTODO
Chad Waterbury |
Na verdade,
o que Chad fez foi tornar popular algo que já existia, fazendo algumas
adaptações a sua filosofia de trabalho e melhorando conceitos. Por conta disso,
passou-se a chamar essa forma de treinamento também por “Método Waterbury”.
Tiro o chapéu para o cara pois ele deixou
claro isto em seus artigos: “Eu não inventei o método 10x3, apenas o
popularizei”.
Plágio é
algo absurdamente comum nos dias de hoje, onde as pessoas tentam fazer fama e
enriquecer sem esforço algum, aproveitando-se de ideias e trabalhos alheios...
Digo, sem medo algum, que a grande maioria dos textos de musculação que vocês veem
por aí é cópia de algum outro site, fórum, livro, vídeo ou revista... Mas
enfim, eles que se fodam.
Só toquei no
assunto pois me lembrei da série “Conhecendo o FST-7, o treino dos campeões”
ao escrever este texto, onde expus que Hany Rambod não é autor do método, na
verdade nem método o FST-7 é, mas sim uma simples técnica, já utilizada há
décadas pelos fisiculturistas e que tem por base princípios de treinamento do
saudoso Vince Gironda, da série “O treino 8x8 de Vince Gironda (the honest workout)”.
Bom, acredito
que Chad merecia um reconhecimento e por isso fiz a digressão... Voltemos ao
que interessa.
Para quem
nunca ouviu falar de Waterbury, trata-se de um norte-americano, que mora na
Califórnia, mestre em fisiologia, com enfoque em neurofisiologia humana, e
personal trainer de atletas, marombeiros, modelos, lutadores, famosos e demais
interessados em musculação.
Ele escreve
para várias revistas e para o site T-Nation, que acho que a grande maioria dos
marombeiros que estão familiarizados ao inglês acessa (inclusive foi lá que o
conheci). Além disso, tem livros publicados, como o “Huge in a hurry”.
2. EMBASAMENTO DO MÉTODO 10X3 E SUA
FILOSOFIA
Essa parte
tem um bocado de teoria, porém, é imprescindível conhecê-la antes de pensar em
aplicar o método. Por conta disso, tentarei ser bastante claro e breve.
Muito do que
será discutido aqui eu já pensei em abordar em alguma série ou já o fiz. Não
estava muito na vibe de falar sobre neurofisiologia hoje ou de fibras
musculares, mas enfim, não tenho escapatória...
Como veremos
em breve, o cerne do 10x3 é a utilização de um grande volume de treino, com
poucas repetições e MUITO peso, evitando desgaste desnecessário e dando o
estímulo hipertrófico de forma eficiente, pontual, certeira.
Prega-se que
altas cargas são necessárias para ganhos satisfatórios em hipertrofia, porém,
se elas forem realmente altas, ficamos impossibilitados de fazer muitas repetições.
No entanto,
caso utilizemos diversas séries de poucas reps, alcançaríamos o objetivo de
alguma maneira.
Paro a
explicação do método por aqui, para não acabar o descrevendo por inteiro, e
faço uma pausa para falar sobre unidades
motoras e fibras musculares.
Começando
pela unidade motora (UM),
primeiramente, temos que ela é o somatório de todas as fibras musculares
(células do músculo) inervadas por um único neurônio motor, também chamado de
motoneurônio.
O neurônio
motor pode inervar várias fibras, porém, uma fibra só pode ser inervada por um
único motoneurônio, de modo a impedir um conflito de estímulos.
Na imagem
abaixo, bastante ilustrativa por sinal, podemos ver um nervo e alguns axônios
saindo dele, indo até uma fibra muscular, numa região onde ele parece que se
espalha. É ali onde ocorre junção neuromuscular.
Agora,
observem esta próxima imagem:
A junção neuromuscular,
como o próprio nome já diz, é o local de junção entre os terminais do axônio do
motoneurônio com a fibra muscular, mais especificamente, com a placa motora da
fibra.
Será através
desta junção que poderemos desencadear o processo de contração muscular, ou, em
outras palavras, que conseguiremos mexer o músculo.
Agora,
comentando rapidamente sobre as fibras
musculares, temos que elas são divididas em categorias e, dentro destas,
subcategorias. Veja o quadro abaixo, que já resume várias informações:
Eu escrevi
uma série sobre o tema, mas ela, infelizmente, está um bocado desatualizada. De
qualquer forma, a leitura ainda é válida: “ENTENDENDO AS FIBRAS MUSCULARES”.
Esse quadro da
foto está, inclusive, desatualizado também, assim como boa parte dos livros
didáticos. Na verdade, nossas principais fibras seriam as tipo-I, IIA e IIDX
(ou IID ou IIX). Discute-se que humanos não possuem, ou praticamente não
possuem, fibras IIB, sendo esta, na verdade, a IIX.
De qualquer
maneira, isso é irrelevante para este texto...
O FOG, SO e
FG que aparecem dizem respeito ao metabolismo da fibra: na I é oxidativo, na
IIA oxidativo glicolítico e na “IIB” é apenas glicolítico. Isso quer dizer o
tipo de substrato energético que ela usa: gordura ou glicogênio. Isto também é
irrelevante para este texto, mas vale a curiosidade.
Posto tudo
isto, vamos somar as informações e voltar ao 10x3, afinal, tudo isto começou
por causa dele!
“Pô Fernandão, nem lembrava mais! Nem sei
onde estou e peguei no sono quando li “unidade motora”...”.
Conforme
comentado, a ideia por trás do 10x3 é a de usar uma carga bastante elevada,
diversas vezes. A teoria por trás do método defende que quanto maior o peso,
maior o número de unidades motoras que serão recrutadas, afinal, precisaremos
de mais fibras para fazer o serviço.
Além disso,
os defensores do 10x3 pregam que você deve movimentar a carga na fase
concêntrica de forma explosiva, para ativar ainda mais unidades motoras.
Com tantas
UM sendo ativadas, mais fibras serão selecionadas e dichavadas na brincadeira,
e aí entra outro aspecto: na última tabela lemos “força de contração – muito
maior, na fibra IIB”.
Sendo assim,
para movimentar um peso bastante elevado, afinal, serão só 3 reps (a mais de
80% da RM, como veremos no próximo artigo), quem mais serão recrutadas são as
fibras tipo-II. Como elas são as que têm maior potencial de hipertrofia, os
resultados para crescimento muscular serão otimizados.
Chad ainda
aponta como outro ponto benéfico do método o aumento da conversão de fibras
tipo I em tipo II, assim como o impedimento da conversão contrária (II em I), dada
a grande demanda por fibras de contração rápida, fato que ajudaria ainda mais
na hipertrofia.
Bom, cá
entre nós: não é só o método 10x3 que faz isso, mas praticamente qualquer
método com treino resistido e metabolismo anaeróbio predominante. Mas tudo bem,
a gente entendeu a mensagem deles: mais peso, mais unidades motoras ativadas,
mais fibras tipo II recrutadas. Como são
muitas séries, isso acontece por diversas vezes e o resultado seria uma hipertrofia
ainda maior, quiçá potencializada.
Bom galera,
por hoje era isso que tínhamos para discutir. Imagino a raiva de alguns que
leram até aqui e estão pensando: “tomá no
cu, o cara não falou nada do treino!”.
Digo que
entendo a decepção, porém, creio que o primeiro passo antes de conhecer ou
aplicar qualquer coisa na área esportiva seja analisar se ela tem ou não algum
embasamento, se faz algum sentido.
A partir do
próximo artigo começaremos a destrinchar, caprichosamente, o método 10x3. Até
lá!
ATENÇÃO: Essa série contém 5 partes. Continue a leitura
clicando nos links abaixo:
- PARTE 2: O que é o método 10x3?
- PARTE 4: Exemplo de programa 10x3 para bulking e aumento de força
- PARTE 5: É possível utilizar o 10x3 num programa de cutting para perda de gordura?/ Conclusão
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
Para conhecer meus serviços de consultoria online, currículo, fotos de alguns alunos e muito mais, clique AQUI ou envie email para: fernando.paiotti@gmail.com
Não tem parte 2 ainda? Eu to curioso quanto a esse método, muito interessante :D
ResponderExcluirSim, a série já acabou faz tempo! No total foram umas 5 partes, acho.
ExcluirVeja na aba pesquisar não está aparecendo a continuação, sequer abaixo do texto, por isto se pudesse colocar a sequencia do método no final do texto agradecia porque até agora não consegui continuar a ler e já estou esperando faz uns seis meses, obrigado
ResponderExcluirProblema resolvido. coloquei links para todos os artigos ao final do texto.
ExcluirCaso tenha interesse em fazer uma consultoria bem completa, com treino, dieta, suplementação, auxílio em dúvidas, etc, entre em contato que será um prazer trabalhar contigo. Forte abraço!