A DIETA DO PALEOLÍTICO - THE PALEO DIET – PARTE 2

Fala rapaziada!

No último artigo discutimos um bocado sobre o histórico e o embasamento da paleo diet. Hoje, iremos analisar a dieta mais profundamente, discutindo macronutrientes, os melhores alimentos a se escolher e muito mais. Boa leitura!


3. ANALISANDO A DIETA MAIS PROFUNDAMENTE: DISCUTINDO MACRONUTRIENTES.

Segundo especialistas, os caras da Idade da Pedra tinham a alimentação dividida da seguinte maneira: 1/3 de comidas oriundas da caça e 2/3 da coleta. Em relação à proporção dos macronutrientes, e agora muitos vão dar chilique e se assustar (percebam a lavagem cerebral que a indústria e a mídia fizeram na gente), temos:
% na dieta
Dieta do Paleolítico
Dieta Sedentária Moderna
Proteínas
31
16
Gorduras
38
35
Carboidratos
31
49
(Fonte: “The Paleo diet” by Dr. Loren Cordain)

Vejam só a verdadeira merda na qual se transformou este cenário:

- A porcentagem de PROTEÍNA caiu pela metade. Alguns ainda têm a infeliz ideia de substituir as de fonte animal por vegetal, como o lixo da soja, para piorar a situação.

Há algumas décadas, começou uma verdadeira caça às bruxas totalmente infundada e mal intencionada em relação às carnes e aos ovos, o que agravou ainda mais o panorama geral dos macronutrientes, abrindo espaço para os carboidratos refinados, gorduras industrializadas e doenças crônicas relacionadas à alimentação. Enfim, situação lastimável...

As carnes, vísceras e os peixes forneciam toda a base proteica e os ácidos graxos essenciais, além de participarem, segundo alguns especialistas, com 65% do total de energia diária (gordura + proteína).

- A GORDURA parece que se manteve relativamente igual, mas isto é apenas aparente, já que seu consumo, nos dias de hoje, está relacionado às “gorduras ruins”, especialmente às hidrogenadas e aos óleos. Somemos isto ao fato de que muitos indivíduos atualmente são sedentários (o pior é que muitos se acham inteligentes ou superiores por conta disso...) e abrimos espaço para as doenças cardiovasculares que, cá entre nós, nem deveriam existir.

A PD vai usar grandes quantidades de “gorduras boas”, com a vantagem de que estas eram a fonte energética favorita dos nossos ancestrais, que, por sua vez, também é a nossa.

A gordura é essencial para o bom funcionamento do corpo humano, pois atua em processos como armazenamento das vitaminas ADEK, produção de hormônios, reserva energética, formação de membranas celulares e absorção da coenzima CoQ10.

Além disso, algumas nos fornecem o ômega-3, já bastante discutido no capitulo 5 da série de denúncias alimentares aqui do site.

A dieta dos caras tinha uma proporção de 1 ômega-3 pra 1 ômega-6, ou seja, 1:1. Tal fato criou uma evolução codependente com esta gordura poliinsaturada, exigindo que continuemos a consumi-la frequentemente. Porém, infelizmente, a atual proporção já passa de 1:10, sendo que há autores que afirmam que estamos em 1:20.

Para Cordain, o amplo consumo de ômega-3 esteve intimamente relacionado com o desenvolvimento cerebral e da inteligência humana, naqueles tempos mais primórdios.

Isso sem mencionar que ainda são essenciais para várias funções do metabolismo, como na manutenção dos tecidos, na melhora do perfil lipídico (HDL Vs. LDL), na participação de processos bioquímicos, além de também manter o sistema imunológico, digestivo e cardiovascular funcionando de maneira mais potente.

Para concluir esta parte, evite ao máximo consumir refeições altas em carbo e em gordura. Escolha ou uma ou outra, porém, a proteína deve ser SEMPRE alta, independentemente da quantidade dos demais macros.

Digo isto pois quanto maior a quantidade de glicose no sangue após a refeição, maior será o pico de insulina. Na presença de gordura, isto irá contribuir ainda mais para que você estoque triglicerídeos nos seus adipócitos (células que armazenam banha).

Na maior parte do tempo, consuma alta gordura e proteína. Guarde o alto carbo para o jejum e, especialmente, o pós-treino.



- Por fim, temos os CARBOIDRATOS. Aqui a mudança foi radical, já que ele tomou boa parte do espaço da proteína.

Este macronutriente tem papel basicamente energético e deveria ser usado com moderação, especialmente em relação aos sedentários. Para piorar, os de baixo índice glicêmico estão sendo substituídos pelos de alto, fato que além de aumentar a gordura corporal e ajudar na obesidade, ainda causa problemas como diabetes tipo II, também conhecida como resistência à insulina.

Outro grave problema que vejo em relação aos carbos de alto IG é que eles atuam como drogas viciantes, uma vez que são o alimento favorito do cérebro. Vejam a catástrofe que a coisa vira nas pessoas (a maioria da população) que têm certa tendência/compulsão por comida.

Percebam como é difícil ficar com o corpo em forma e porque as pessoas não conseguem seguir dietas simples e estão sempre escapando delas. Não só eu, que trabalho na área, mas todos vocês estamos sempre presenciando este cenário, muitas vezes protagonizando-o. Sendo assim, não duvidem quando falo que o açúcar (leia-se doces em geral) são uma droga como outra qualquer (álcool, nicotina, cocaína, etc.).

A diferença, no entanto, é que os doces são muito bem aceitos socialmente e não promovem violência (a menos que você roube uma bomba de chocolate de um gordinho).

Para finalizar, e dizer que não estamos tão na merda assim. Uma vantagem nossa em relação à galera do Paleolítico, é que temos a nossa disposição um leque muito maior de frutas e vegetais. Temos a possibilidade de escolher plantas do mundo todo e mesmo fora de estação, na quantidade que queremos. Não dependemos da sorte para achar determinado alimento na floresta.

Mas isto é uma faca de dois gumes (ou legumes, já que aqui a forma errônea da expressão cai como uma luva), haja vista que as quantidades de agrotóxicos utilizadas atualmente não estão para brincadeira e cedo ou tarde pessoas vão começar a desenvolver doenças graves e a morrer. Além disso, os solos estão cada vez mais pobres, gerando plantas com baixos valores nutricionais.

As frutas são importantíssimas, mas devem ser consumidas com moderação, e sempre na íntegra, nada de sucos, para evitar altas quantidades de frutose e de glicose no organismo. 


Ficamos por aqui. No próximo artigo iremos discutir quais os melhores alimentos para serem consumidos na PD. Até lá!


ATENÇÃO: Essa série contém 5 partes. Continue a leitura acessando: 
- PARTE 1: O QUE SIGNIFICA PALEOLÍTICO?/ CONHECENDO A PALEO DIET
- PARTE 2: ANALISANDO A DIETA MAIS PROFUNDAMENTE: DISCUTINDO MACRONUTRIENTES
- PARTE 3: NÍVEIS DE INTEGRAÇÃO COM A PALEO DIET/ MELHORES ALIMENTOS NA PALEO DIET/ PIORES ALIMENTOS NA PALEO DIET/ SUPLEMENTAÇÃO
- PARTE 4: PALEO DIET: CRÍTICAS
- PARTE 5PALEO DIET: CRÍTICAS (continuação)/ PALEO DIET MODERNA: MINHA PROPOSTA/ CONSIDERAÇÕES FINAIS


FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP


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