ENTENDENDO O FENÔMENO DA HIPERTROFIA DE FORMA DESCOMPLICADA – PARTE 1

Fala rapaziada!

A hipertrofia é muito mais do que simplesmente ir à academia com o intuito de fazer os músculos crescerem. É, na verdade, um mecanismo muito complexo que depende de uma infinidade de reações e de substâncias para que ocorra. Vejamos:


AS CÉLULAS SATÉLITES

O primeiro ponto que eu gostaria de destacar no contexto da hipertrofia é a existência, nas fibras musculares, de importantes células conhecidas como satélites.

Ao contrário das células musculares normais, as satélites são capazes de se regenerar, mesmo na fase adulta. Além disso, têm um papel importante que é o fornecimento de alguns componentes necessários para reparar e reconstruir a musculatura “danificada”.

Elas ficam localizadas na superfície das fibras musculares, quietinhas, só no aguardo da destruição começar para fazerem o seu trabalho. Assim que ocorre um trauma, um estímulo adequado, elas entram em ação.

Quando ativadas, começam a se multiplicar e a formar mioblastos (num processo de proliferação). Estes irão se fundir com as fibras musculares pré-existentes doando seu núcleo, causando o processo de diferenciação. Por conta disso é que se diz que células musculares são multinucleadas.

Aumentando o número de núcleos, permite-se que a célula aumente o seu trabalho no citoplasma, fato que, por sua vez, permite a fabricação de mais actina e miosina, as duas principais proteínas contráteis da musculatura.

Por fim, o processo ainda aumenta o tamanho da célula muscular como um todo, além da quantidade de proteína produzida e estocada.

O número de núcleos por área muscular determina também o tipo de atividade que essa célula irá predominantemente desempenhar: contração rápida (anaeróbia) ou contração lenta (aeróbia).



Bom, isso que descrevi é o principal mecanismo de hipertrofia muscular, porém, podemos citar outro para “ganhar músculos”: a hiperplasia muscular. Nesta, ocorre a fusão de mioblastos, que juntos irão formar uma nova fibra muscular. Cito isto por curiosidade, dado que este mecanismo ocorre basicamente no período pré-natal, antes de nascermos.

De uma forma bem escrotinha, porém eficiente, para enxugar tudo o que foi dito, podemos dizer que você treina, fazendo um monte de buracos e estouros no seu músculo. Aí seu corpo vai e joga uma argamassa mais forte ali pra tampar e aguentar novos trancos.


QUAL O GATILHO PARA QUE O PROCESSO OCORRA?

O treino de musculação. Se você quer dar um estímulo de verdade, treine pesado. Repare no shape de atletas de qualquer modalidade esportiva e compare com o de um “levantador de peso” (para generalizar e abranger mais modalidades) e você vai entender o que falo.

Ninguém vai conseguir uma hipertrofia considerável brincando de tênis, peteca, vôlei, futebol ou “pseudomusculações alternativas de moda”. Treine pesado, pois este é o gatilho!

Aquele papo que você ouve desde sempre, de que se deve treinar com garra, para arregaçar seus músculos, para que eles sejam obrigados a se repararem mais fortemente, é válido aqui.

Por hoje, encerramos. No próximo capítulo discutiremos melhor sobre o processo de hipertrofia e sobre todos os hormônios participantes do processo. Se você achava que era apenas o GH e a testosterona, terá uma enorme surpresa. Até lá!

Esta série contém duas partes. Continue a leitura da próxima clicando AQUI.



FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP


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