Fala rapaziada! Tudo na paz?
Se eu pudesse eleger o método de treino mais brutal,
assassino, badmotherfucker e sanguinário do mundo, eu daria o título a Steve
Michalik e seu “Intensity/insanity train”.
Não existem palavras no mundo capazes de descrever esta
bestialidade, tamanha a crueldade com que ele montou esta tortura. Só se
arriscando na prática mesmo para entender...
Curiosos sobre essa putaria insana toda? Então, meus queridos, vamos viajar no tempo e descobrir como
tudo começou!
1. PRÓLOGO
Steve Michalik |
Porém, nunca isto foi tão necessário como nesta série. Eu
vejo o método intensidade ou insanidade como uma síntese da vida de Michalik.
Sem discutir sobre o que esse cara viveu, fica absurdamente incompleto falar
sobre seu programa de treino.
Sinceramente, só as histórias dele já valiam por esta série,
de tão curioso, determinado, guerreiro, sedutor, louco e filho da puta que ele
era.
Sendo assim, aproveitem, pois irei dedicar diversas linhas
apenas sobre ele e uma menor parte sobre o método em si.
Além disso, deu uma trabalheira do CARAIO reunir todas as
informações desta série, ler as centenas de páginas, garimpar informações novas
e, o pior de tudo, achar programas de treinamento prontos para mostrar ao
leitor.
De verdade, aproveitem, pois foi um desafio bastante grande escrevê-la!
2. QUEM FOI STEVE MICHALIK?
A. O INÍCIO DE
TUDO: CAPITÃO AMÉRICA, FÍSICA NUCLEAR E CHARLES DARWIN.
Quem foi? Pois é, infelizmente, Michalik já está morto...
A data do seu nascimento é incerta, pois nas três fontes
consultadas para tanto, encontrei três resultados diferentes: 8 de janeiro de
1949, 17 de agosto de 1949 e algum dia do ano de 1948...
Por volta dos 63 anos, com uma saúde bastante deteriorada
por conta do uso abusivo de esteroides ao longo de sua carreira, tirou a
própria vida, com um tiro na cabeça, no dia 24 de maio de 2012.
O legado que ele deixou nesse mais de meio século é o que
iremos discutir a partir de agora.
Tudo começou em 1957, quando The Phantom (o fantasma), como
anos mais tarde passara a ser conhecido Michalik, tinha 8 anos.
Vítima de uma infância repleta de violência doméstica, pais
abusivos, surras, humilhações e punições, ele passava horas trancado num
armário tipo closet, como nosso saudoso amigo bruxo Harry Potter.
Nessas horas de tortura, a fiel companhia do garoto eram as
HQ’s do seu super-herói favorito: Captain America. Ele o idolatrava por conta
de seu shape musculoso, inteligência e força.
Como todo menino, ele gostaria de ser seu ídolo um dia,
porém, como sabia que seria impossível, afinal, era um personagem das histórias
em quadrinhos, optou por se tornar o Mr. America, então! E aí começou sua
jornada...
(Observação: Para quem não sabe, este título é dado ao
vencedor de uma competição específica de fisiculturismo, feito Mr. Olympia, por
exemplo).
Aos 12 anos, Michalik começou a observar os campeões da
época, através de meios de comunicação, e reparou que levaria entre 15-20 anos
para ficar do tamanho deles, o que seria muito tempo, dado que ele queria ser
Mr. America “para ontem”.
Por sorte, a maioria desses caras treinava na mesma cidade
dele, Nova York, então ele decidiu visitar os ginásios e observar os treinos
para aprender o que fazer e o que não fazer.
Com o tempo, ele descobriu um padrão: eles dixavavam a
musculatura com uma quantidade comum de séries e sempre com cargas bem
pesadas... Bom, mas como ele faria isso? A tarefa seria bastante árdua, isso
sem mencionar a lentidão do processo...
Meio perdido, ele resolveu conversar sobre força com o tio,
seu querido Uncle John, físico nuclear que trabalhava na famigerada Área 51. E
agora vem a viajada! Segurem-se!
Tendo por base as explicações científicas do seu titio
físico nuclear, envolvendo tempo, espaço, matéria, etc., nosso amigo começou a
esboçar uma forma de aplicar tudo ao bodybuilding! Seguraram?
De todos os ensinamentos, o que mais lhe chamou a atenção
foi a ideia de que tudo no universo pode ser mudado pela aplicação de forças.
Sendo assim, para modificar os músculos, dever-se-ia aplicar cada vez mais
força, mexendo com a intensidade de trabalho e tempo.
Para complementar as ideias do nosso Einstein da musculação,
uncle John sugeriu que ele lesse os trabalhos do revolucionário Charles Darwin.
Michalik ficou fascinado com a ideia da sobrevivência do mais forte e da
seleção natural separando aqueles mais aptos a sobreviverem e fadando à
extinção os despreparados.
(Obs: há uma divergência nesta parte da história, sendo que
alguns dizem que quem apresentou o trabalho de Darwin foi, na verdade, um
médico da família, porém, cá entre nós, tanto faz...)
Aqui, amigos leitores, o que posso dizer é que o Phantom
interpretou erroneamente a obra de Darwin, haja vista que a tomou sob uma ótica
lamarckista.
Para que entendam o problema que cito, Lamarck foi aquele
cara que disse que as girafas têm pescoço comprido de tanto usá-lo para pegar
comida no alto das árvores, ou seja, era o brother da famosa lei do “uso e
desuso”.
Enfim, para encurtar a história, afinal, o tema do artigo
não é evolucionismo, Michalik concluiu que o músculo é obrigado a mudar para se
adaptar ao ambiente imposto a ele, ou seja, aos pesos brutais, pois, o
“indivíduo que não muda e se adapta ao ambiente, irá morrer”.
Então, na cabeça doida dele, se o músculo não for colocado
numa situação de risco de sobrevivência, ele não terá porque mudar. Sendo
assim, nada de ficar dando intervalo entre as séries, haja vista que ele
conseguirá descansar e melhor realizar o próximo trabalho a que for recrutado,
de modo que “não veja motivo para mudança/ seja realmente desafiado”.
Foi através dessa putaria insana toda, que agora até começa
a fazer sentido (depois de um shot ou dois de tequila), que nasceu o método de
Michalik, que mais tarde passou a ser conhecido por intensidade ou insanidade, por conta das crônicas de John
Defendis, um de seus pupilos.
Quem os via treinando, ficava na dúvida se aquilo seria
considerado uma rotina de alta intensidade ou simplesmente de insanidade mental
dos marombeiros, haja vista a brutalidade ensandecida com que se exercitavam.
Para resumir a ópera, antes de encerrarmos este primeiro
artigo da série, Michalik, através de suas teorias um tanto quanto viajadas,
observou que se um músculo não for submetido a um stress realmente
significante, ele não tem razão para mudar, afinal, ele já estará perfeitamente
adaptado ao tipo de demanda que lhe é solicitada.
Além disso, observou que tudo gira em torno de força, que
dependerá da quantidade de carga no exercício, ou seja, quanto mais peso, mais
força e maiores as chances de sucesso em modificar a matéria, o músculo. Se a
coisa fosse mais intensa, num curto intervalo de tempo, melhor ainda.
Vejam que por mais doido e romantizado que tenha sido o gatilho
inicial para o projeto INTENSITY/INSANITY, com um tio físico nuclear ensinando
física e recomendando a leitura da obra de Darwin, a conclusão das ideias foi
excelente e conseguiu traduzir bem o que seja um treino/estímulo pesado!
Bom, e chegara o momento de testar essa porra na prática,
para ver se daria certo. O resultado? Este e outras coisas é o que veremos no
próximo artigo. Até lá!
ATENÇÃO: Essa série contém 9 partes. Continue a leitura acessando:
- PARTE 1: Prólogo/ Quem foi Steve Michalik?
- PARTE 3: As crônicas de John DeFendis: intensidade ou insanidade?
- PARTE 5: Conhecendo melhor Steve Michalik
- PARTE 6: O Método de Treino de Steve Michalik: Intensidade ou Insanidade?
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
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