Fala
rapaziada!
No
último artigo discutimos sobre o papel de algumas células do sistema
imunológico.
Hoje
a abordagem será mais prática, envolvendo musculação e treino aeróbio.
Boa
leitura!
II- DISCUTINDO OS RESULTADOS DAS PESQUISAS NO CAMPO
DA MUSCULAÇÃO
Como
puderam perceber no artigo anterior, temos uma porção de células que juntas
desempenham o papel de proteção do nosso organismo.
A
prática da musculação, apesar de não haver um consenso, pode influenciar de
maneira positiva, negativa ou neutra a leucocitose, ou seja, a produção de
anticorpos. Isto dependerá de uma série de fatores, como os que discutiremos a
seguir.
Aparentemente,
o tipo de treinamento realizado, seja de força bruta, seja de hipertrofia, não
altera a resposta na produção de leucócitos. O problema é que estes estudos são
escassos e o que encontrei apresenta uma falha grave: foi feito apenas em
mulheres e sem um grupo controle...
Quando
comparamos o tempo de intervalo, mantendo-se todas as outras variáveis como
exercícios e cargas, observamos que os menores descansos são os que apresentam
as melhores respostas no quesito leucocitose.
Isto
ajuda a corroborar algumas teorias que apontam uma relação entra o aumento da produção
de lactato durante o treino (quanto mais intenso este for, mais lactato será
produzido) com a elevação da produção de anticorpos.
Em
relação às cargas, as respostas são sempre iguais, exceto no que diz respeito
aos neutrófilos, que têm melhor resposta com cargas inferiores. A título de
exemplificação, um estudo apontou maior neutrofilia com 55% da 1 RM (carga
máxima que o sujeito aguenta para fazer uma única repetição em boa forma) do
que com 65%.
Estudou-se,
ainda, o efeito do consumo de determinadas substâncias neste contexto todo. No
que diz respeito às proteínas (inclusive o whey protein) e a cafeína, nenhuma
mudança foi observada no aumento de glóbulos brancos.
Gostei
bastante deste resultado pois já vi fabricantes anunciando por aí, em suas
sedutoras propagandas, que o whey protein melhora o sistema imunológico...
Os
carbos, por sua vez, foram alvo de um estudo inconclusivo, que aparentemente os
apontou como atenuadores do aumento da linfocitose pós –treino.
Enquanto
isso, o uso de glutamina/cistina e teanina em conjunto, aparentemente conseguiu
impedir a redução na produção de células NK em condições extenuantes de
treinamento, com a condição de que o indivíduo realmente não esteja acostumado
com aquela sobrecarga. No que diz respeito aos outros leucócitos, nenhuma
alteração foi observada.
Num artigo, após oito semanas de estudos,
observou-se que a glutaminemia apresentou queda em relação aos momentos antes e
depois da sessão de treinamento, em ambos os grupos, fato já bastante conhecido
e divulgado.
Entretanto, a relevância da manutenção da glutamina
plasmática vem sendo questionada. Num trabalho de 2002, Hiscock e Pedersen afirmaram
que é improvável que a queda na concentração plasmática de glutamina possa
exercer alguma influência na imunodepressão induzida pelo exercício
(normalmente, estudos que avaliam atividades esportivas tipicamente aeróbias,
como corrida e ciclismo).
III- SISTEMA IMUNOLÓGICO E ESPORTES COM DEMANDA AERÓBIA
OBSERVAÇÃO:
não vou me aprofundar muito neste tópico, haja vista que o escopo desta série é a musculação, ou seja, um programa de treinamento anaeróbio.
Falamos
bastante sobre a musculação, mas e quanto àqueles esportes menos robustos,
digamos assim, com ar de gincana, como futebol, vôlei, tênis, corrida, etc. (e
aí marombas, curtiram a provocação?!).
Essas
modalidades esportivas, se comparadas à musculação, geram respostas diferentes em relação ao sistema
imunológico.
Normalmente,
o que se observa é uma diminuição da leucocitose, conhecida também como
leucopenia, após a prática da atividade esportiva aeróbia, desde que esta seja
feita numa intensidade razoável. Se executada em baixa, não há intervenção.
Quanto
maior for o stress e a quantidade de treinos, maior a suscetibilidade ao
desenvolvimento de doenças, como observado no trabalho de Malm, 2006. Porém,
curiosamente, esta regra não se aplica aos atletas de elite profissionais.
Isso
é fácil de explicar quando pensamos que estes caras vivem do esporte e não
possuem nenhum outro trabalho para esgotá-lo ainda mais, ao contrário dos
amadores. Além disso, eles contam com um staff para apoiá-los, por exemplo,
médicos, massagistas, fisioterapeutas, nutricionitas, etc., que lhe
proporcionam os melhores tratamentos, orientações, programas e, é claro, as
melhores drogas e protocolos...
Normalmente
os efeitos de queda de glóbulos brancos duram por cerca de 120 minutos, abrindo
uma espécie de janela para desenvolvimento infeccioso, portanto, fique ligado!
Continua no próximo artigo...
(Esta série contém 3 partes. Continue a leitura acessando: parte 1, parte 2 e parte 3).
(Esta série contém 3 partes. Continue a leitura acessando: parte 1, parte 2 e parte 3).
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
Para conhecer meus serviços de consultoria online, currículo, fotos de alguns alunos e muito mais, clique AQUI ou envie email para: fernando.paiotti@gmail.com
Comentários
Postar um comentário