INTENSIDADE OU INSANIDADE? O CRUEL MÉTODO DE TREINO DE STEVE MICHALIK – PARTE 7

Fala rapaziada!

Sem enrolações, vamos continuar de onde paramos, discutindo sobre a metodologia de treino.


5. O MÉTODO DE TREINO DE STEVE MICHALIK: INTENSIDADE OU INSANIDADE?

Continuação...

E. GIANT-SETS

O trecho a seguir foi retirado do capítulo 2 da minha série “MÉTODOS PARA AUMENTAR A INTENSIDADE DOS SEUS TREINOS”, sendo o capítulo 3, complementar. Clique AQUI para lê-lo na íntegra.

Essa metodologia consiste em se juntar vários exercícios, para músculos diferentes (ou não) do seu corpo, e fazê-los um em seguida do outro, (...) sem intervalo.

Essa é a ideia mais fundamental da metodologia de Michalik, devendo ser obrigatoriamente aplicada, uma vez que o autor não permite a utilização de intervalos.

No treino dos iniciantes no método, Michalik costuma aplicar giant-sets envolvendo grupos musculares diferentes, como seria o caso abaixo, com uma giant-set de 6 exercícios:

       Leg press, cadeira extensora, supino inclinado em máquina, desenvolvimento para ombros em máquina, pulley tríceps e rosca direta.

Porém, em treinos para caras mais “avançados”, ele não misturava grupos musculares numa mesma giant-set, só começando a dixavar uma parte do corpo depois que outra já estivesse destruída.Exemplo: giant-set envolvendo 6 exercícios para tríceps, com 3 sets cada. 

Finalizado o estrago, ele já emendava a última set no primeiro set da giant para bíceps.


F. PIRÂMIDE E DROP-SETS

O trecho a seguir foi retirado do capítulo 1 da minha série “MÉTODOS PARA AUMENTAR A INTENSIDADE DOS SEUS TREINOS”. Clique AQUI para lê-lo na íntegra.

Treinar em pirâmide não tem segredo e acredito que muitos já o fizeram sem nem mesmo saber. Essa técnica consiste em alterar a quantidade de peso e de repetições de série para série. É um método excelente para abrir o treino, promovendo, teoricamente, um melhor aquecimento. Isso sem mencionar ganhos em força e em hipertrofia.
Temos três tipos:

- Ascendente: você começa com um grande número de repetições e pouco peso e, a cada série executada, aumenta a carga, diminuindo a quantidade de reps.

- Descendente: aqui temos o oposto, já que você diminuirá o peso, ao passo que aumenta o número de repetições.

- Mista: aqui sim temos uma pirâmide propriamente dita, já que você começa aumentando o peso, ao mesmo tempo em que diminui o número de reps. Depois de algumas séries, você começa a reduzir a carga e a fazer um maior número de repetições. A mista tem esse nome pois é uma mistura da ascendente e da descendente.

Ok. Vamos para o próximo item.

O trecho a seguir foi retirado do capítulo 5 da minha série “MÉTODOS PARA AUMENTAR A INTENSIDADE DOS SEUS TREINOS”. Clique AQUI para lê-lo na íntegra.

Drop-sets “(...) consistem em se realizar algumas repetições até a falha muscular, ou perto dela, de modo que você não consiga fazer mais nenhum movimento em boa forma. Nesse momento, alguém ABAIXA O PESO O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL, e você continua fazendo mais algumas repetições, até que fique travado novamente e ocorra uma nova retirada de pesos. E por aí vai...

O que acontece nesse método é que naquela sua PRIMEIRA falha, você atingiu o seu limite para aquele peso em especial, e não para o exercício como um todo, ou seja, você não falhou 100%. (...) não chegou nem perto de recrutar todas as suas fibras musculares, já que muitas foram poupadas.

Se você reduzir o peso e, praticamente sem intervalo, continuar fazendo mais alguns movimentos, novas fibras entrarão na brincadeira, para serem destruídas, melhorando ainda mais a qualidade do seu treino. É muito importante que você seja rápido na troca de pesos para garantir que não se dê repouso algum para o grupo muscular que está sendo requisitado, de tal maneira que as fibras que estavam na reserva, esquentando o banco, tenham de entrar para jogar.


Beleza, agora que já apresentei os métodos, vamos inseri-los na metodologia de treino de Michalik.
As drop-sets são usadas exatamente como na maneira descrita, sendo comum que sejam realizados diversos drops, especialmente com a técnica “down the rack”, descrita no capítulo citado.

Na prática, o que veríamos seria o peso sendo baixado tijolo por tijolo ou halter por halter.

Em relação à pirâmide, o negócio já fica totalmente insano, já que o Mr. America não a fazia dessas maneiras tradicionais que descrevi, mas sim com um híbrido muito pior delas.

O que o doente praticava era uma pirâmide mista com aumento progressivo de cargas E de repetições! Quando chegasse no limite do peso, ele começava a fazer drop-sets... a seguir, veja um exemplo, fornecido por John DeFendis em suas crônicas, de como seria essa putaria toda, obviamente, sem nenhum segundo de intervalo, :

- Elevação lateral: 20 reps com 9kg.
- Elevação lateral: 25 reps com 11kg.
- Elevação lateral: 30 reps com 13kg.
- Elevação lateral: 35 reps com 15kg.
- Elevação lateral: 40 reps com 18kg.
- Elevação lateral: 12 reps com 22kg.
- Elevação lateral: 12 reps com 27kg.
- Elevação lateral: 12 reps com 31kg.

Michalik e seu fiel pupilo, DeFendis
Nesse exemplo, como puderam ver, ele aumenta cargas e repetições até certo ponto. Depois diminui reps, para os pesos mais pesados, e encerra. O motivo disto é que nesse treino em especial, ele decidiu emendar o exercícios com uma tri-set em outros aparelhos, porém, segundo recomendava Michalik, essa pirâmide deveria continuar com drop-sets. Observe um exemplo:

- Elevação lateral: 20 reps com 9kg.
- Elevação lateral: 25 reps com 11kg.
- Elevação lateral: 30 reps com 13kg.
- Elevação lateral: 35 reps com 15kg.
- Elevação lateral: 40 reps com 18kg.
- Elevação lateral: 35 reps com 15kg.
- Elevação lateral: 30 reps com 13kg.
- Elevação lateral: 25 reps com 11kg.
- Elevação lateral: 20 reps com 9kg.

Insano, não?! Parece absurdo, mas Michalik diz que nós só usamos 30-40% de nossas fibras num exercício, sendo perfeitamente possível aumentar o peso e obrigar aquelas que estavam de fora a trabalhar pesado.


G. REPETIÇÕES FORÇADAS

O trecho a seguir foi retirado do capítulo 13 da minha série “MÉTODOS PARA AUMENTAR A INTENSIDADE DOS SEUS TREINOS”. Clique AQUI para lê-lo na íntegra.

A técnica que será apresentada neste capítulo nada mais é do que um tipo de roubo, porém com a ajuda de um cúmplice, ou comparsa, caso prefira. Tome o devido cuidado para nunca chamar mais do que 2 pessoas para te ajudar, caso contrário, você ainda responderá pelo crime de formação de quadrilha.

Apesar de tanto Joe Weider quanto Arthur Jones (HIT) reivindicarem para si a autoria da ideia por trás das repetições forçadas, acredita-se que elas já eram usadas desde a época do famoso Larry Scott, o primeiro Olympia, e Reg Park, o grande ídolo de Arnold.

Para mim, a discussão não faz o menor sentido, haja vista que é uma técnica totalmente intuitiva, tão velha quanto a própria musculação, logo, é ao mesmo tempo da autoria de todos e de ninguém...

Essa técnica consiste em forçar algumas repetições extras depois que você atingiu a falha muscular, visando a recrutar mais fibras e a prolongar o esforço por mais tempo. Dependendo do exercício, teremos duas opções: ou você mesmo se autoajuda, ou um parceiro de treino o faz.

Explico melhor: em muitos exercícios unilaterais, como rosca alternada, concentrada, extensão por trás da cabeça para tríceps, etc, você pode fazer o exercício com apenas um lado do corpo, deixando a mão livre para proporcionar aquela ajudazinha ao final da série, forçando mais algumas reps. Alguns exercícios para as pernas também permitem isso, desde que você os faça de modo unilateral, como extensora e flexora.

Já os mais complexos, como o supino e a remada livre, irão requerer a presença de outra pessoa para te ajudar. Chame um amigo, um parceiro de treino ou aquele instrutor, que provavelmente estará de papo furado com alguém ou xavecando alguma aluna, para lhe dar uma assistência.

Acredito que a explicação foi mais que suficiente e não temos mais muito o que comentar. Michalik usava e abusava sem dó desta técnica para conseguir arregaçar até a última fibra muscular.


Ficamos por aqui. Continua no próximo artigo! Até lá!


ATENÇÃO: Essa série contém 9 partes. Continue a leitura acessando: 
- PARTE 1: Prólogo/ Quem foi Steve Michalik?
- PARTE 2Quem foi Steve Michalik? (continuação)
- PARTE 3: As crônicas de John DeFendis: intensidade ou insanidade?
- PARTE 4As crônicas de John DeFendis: intensidade ou insanidade? (continuação)
- PARTE 5: Conhecendo melhor Steve Michalik
- PARTE 6: O Método de Treino de Steve Michalik: Intensidade ou Insanidade?
- PARTE 7O Método de Treino de Steve Michalik: Intensidade ou Insanidade? (continuação)
- PARTE 8O Método de Treino de Steve Michalik: Intensidade ou Insanidade? (continuação)/ Modelos e relatos de treino
- PARTE 9Modelos e relatos de treino (continuação)/ Encerramento e uma homenagem


FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP


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