Fala rapaziada!
No último artigo, discutimos sobre se é necessário
ciclar cafeína, principais doses e começamos a estudar os benefícios
que ela pode nos trazer. Continuemos de onde parei, então...
4.
PRINCIPAIS EFEITOS E BENEFÍCIOS DA CAFEÍNA
V. MELHORA
NO TREINO DE MUSCULAÇÃO – GANHO DE FORÇA: mais uma vez, obtemos um benefício por conta do
efeito da diminuição da sensação de esforço, porém, não só dele, como também
pela melhora na contração muscular, com maior liberação de cálcio induzida,
conforme citei no final do primeiro artigo da série.
VI. DOR
MUSCULAR TARDIA: observou-se através de um estudo que a cafeína, tomada uma
hora antes de puxar ferro, tem a capacidade de diminuir a dor muscular tardia
que sentimos horas/dias depois do treino.
Esse efeito só foi observado numa janela de 48 a 72
horas depois do treino, não ocorrendo antes ou depois do período. Além disso,
só se beneficiam desta característica da droga aqueles que não estão habituados
ao uso.
VII.
AUMENTO NA PRODUÇÃO DE TESTOSTERONA!
Segura o olho da rapaziada brilhando agora! Aí sim,
heim?!
Segundo estudos, o consumo de cafeína no pré-treino
aumenta a liberação de testo no pós.
Um estudo realizado com 24 jogadores de rugby,
divididos em 4 grupos, usou as seguintes doses: 0, 200, 400 e 800mg de
cafeína 60 min antes do treino com pesos.
Dosaram a produção de testo e ela foi 15% maior que o
grupo placebo, sendo a resposta dose-dependente, ou seja, a concentração do
esteroide foi proporcionalmente maior em quem mandava mais cafeína, batendo um
aumento de 21% nos caras de 800mg, dose esta que, diga-se de passagem, foi
altíssima e não recomendada para uso...
VIII. REDUÇÃO
DO APETITE: este item é polêmico, sendo que alguns dizem que a cafeína reduz
apetite, outros, que não... Segundo pesquisas em ratos, reduz, mas na de humanos
que vi, não.
IX.CONSUMIDORES
NOVATOS Vs. VICIADINHOS: uma coisa é fato – tem gente que usa cafeína para caralho!
Conheço pessoas que nem bebem água durante o dia, apenas café...
Eu acho foda isso, mas enfim, você quer usar? Então,
usa! Mas tá usando demais?! Aí eu “vou mandar botar platina no seu nariz”, seu
viciadinho!
A principal diferença entre usuários novatos e
habituais são os efeitos. Por exemplo, as mudanças de pressão e batimentos
cardíacos não acontecem em quem manda todo dia, só nos virgens de cafeína.
Além disso, a melhora na performance e lipólise
são mais satisfatórias nos que têm os receptores fresquinhos. Não que elas não
aconteçam na turma da platina no nariz, porém, fazem-no em menor quantidade...
Segundo estudos em ratos, até seria possível consumir
uma dose diária que não induzisse tolerância à droga, porém, não sei se já
pesquisaram isso em humanos... Talvez até exista essa dose, mas será tão
pequena que provavelmente não+ vai gerar um poder ergogênico bacana.
X. PRIVAÇÃO
DO VICIADO: aí você ficou triste por eu querer mandar botar platina no seu nariz e
resolveu largar a cafeína. Ok, o que lhe aguarda?
Por um período de 2-6 dias você irá sofrer uma crise
de abstinência, que envolve: belas dores de cabeça, cansaço, déficit de atenção
e memória, irritabilidade, sonolência e diminuição da pressão sanguínea. Ai, ai, ai, como eu queria prender alguns conhecidos e
privá-los de cafeína só pra ver o que aconteceria, hehehe...
XI.
LIPÓLISE (QUEIMA DE GORDURA): chegamos ao ponto mais discutido da série até agora.
Já vimos as propriedades e mecanismos de ação que
fazem com que a cafeína seja um termogênico interessante. Só para não passar em
branco, vou citar alguns estudos que confirmam o que já sabemos.
Trabalho feito com 136 mulheres obesas que usaram dose
de 4mg/kg de cafeína 30 min antes de aeróbios. A droga mostrou-se capaz de
promover maior perda de gordura em conjunto com dieta hipocalórica quando
comparada ao grupo que só fez dieta.
Estudo que mostrou que o efeito termogênico do café
com cafeína, assim como a disponibilidade de ácidos graxos na corrente sanguínea,
são bem maiores do que quando comparados ao uso de café descafeinado.
Estudo que mostra que o uso de cafeína promove maior
mobilização e quebra de lipídios no organismo para serem usados como fonte de
energia, provavelmente por conta da ação das catecolaminas, que são estimuladas
pela droga.
XII.
GLICOSE, GLICEMIA E INSULINA: a cafeína tem por característica aumentar a
glicemia, ou seja, o nível de glicose no sangue.
Ela aumenta em 15% a resistência temporária à
insulina, diminuindo a captação de glicose pelos tecidos que dependem da ação
deste hormônio, como tecido adiposo e muscular, de modo que a glicemia seja
aumentada.
Isso não se observa durante o exercício físico, haja
vista que a musculatura começa a captar glicose de forma independente da
insulina, provavelmente por intermediação de íons Cálcio na contração muscular.
Só complementando, ela não interfere na secreção de insulina,
sendo que sua concentração mantém- se em níveis basais.
Para finalizar, observou-se que o consumo de
carboidratos + cafeína no pós-treino, com a intenção de refazer as reservas de
glicogênio muscular, conseguiu promover um aumento 66% maior nesses estoques
quando comparado à ingestão de apenas carbos.
Ficamos por aqui. No próximo artigo veremos como a cafeína interage com outras substâncias, sobretudo termogênicos. Até lá!
ATENÇÃO: Essa série contém 5 partes. Continue a leitura acessando:
- PARTE 2: FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO, DOSES E PRINCIPAIS PROTOCOLOS/ PRINCIPAIS EFEITOS DA CAFEÍNA
- PARTE 3: PRINCIPAIS EFEITOS DA CAFEÍNA (continuação)
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
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