Fala rapaziada!
No último artigo começamos a ver as melhores
substâncias para se combinar com a cafeína com o intuito de queima de gordura. Hoje, para finalizarmos a série, veremos a polêmica
interação com creatina, os efeitos colaterais que o uso da cafeína poderá
trazer e a conclusão.
Espero que tenham gostado da série! (E se não
gostaram, também, ...)
5.
INTERAÇÕES DA CAFEÍNA COM OUTRAS SUBSTÂNCIAS E SINERGISMOS
Continuação...
II. INTERAÇÕES
COM OUTRAS SUBSTÂNCIAS:
- CREATINA: discute-se, até hoje, se o
uso de cafeína pode prejudicar os efeitos ergogênicos da creatina.
Um estudo avaliou dois grupos de fisiculturistas, onde
um consumia apenas creatina e outro, creatina + café. Ambos
apresentaram boas elevações de fosfocreatina muscular, mas o grupo sem cafeína
apresentou uma melhora de 23% de força, se comparado ao da mistura (Vandenberghr K et al. Caffeine counteracts the ergogenic
action of muscle cratine loading. J Appl Physiol. 1996).
Continuando, um estudo japonês, do ano de 2009, chegou
à conclusão de que a cafeína interfere no metabolismo da creatina nas células
musculares.
Normalmente a crítica da galera está no fato de que a
cafeína é diurética e vai fazer perder a água intracelular que a creatina
acumula. No entanto, li num estudo que essa excreção de líquidos não é tão
grande quanto se imagina e, se este fosse o único problema, bastaria
aumentarmos a ingestão de água.
Tendo tudo isto em vista, recomendo que tome cuidado
ao administrar os dois produtos e não os consuma em momentos próximos. Uma
possibilidade para quem treina de manhã ou de tarde seria utilizar o suplemento
apenas no jantar, deixando a cafeína para o resto do dia, mesmo porque, se você
usá-la a noite terá problemas com insônia...
Só para relembrar o leitor, não há problema algum nesta
prática, haja vista que a creatina não é de efeito automático, mas sim
cumulativo, pouco interferindo o momento em que é consumida.
Para finalizar, caso tenha ficado interessado, acesse o link: “TUDO SOBRE A CREATINA”.
- BETA
BLOQUEADORES: classe farmacológica usada para controlar pressão sanguínea e risco de
doenças cardíacas em obesos e pessoas com síndrome metabólica. Exemplo:
propanolol. Eles funcionam de forma antagônica à creatina e irão reduzir o seu poder termogênico.
6.EFEITOS
COLATERAIS
É agora, é agora! Olha os viadinho fechando o
navegador e indo embora!
“Pô, o que os
olhos não veem, o coração não sente, Fernandão!”
A cafeína é contraindicada aos portadores de
pressão alta e qualquer tipo de distúrbio cardíaco. Para fazer uso, um cardiologista
deve ser consultado para ponderar o caso.
Em relação aos colaterais, num geral a droga é muito
bem tolerada, afinal, é a mais consumida no mundo, mas isto não quer dizer que
você não terá nenhum problema com ela. Os clássicos efeitos podem envolver: náusea,
vômito, dores de cabeça, tremores (especialmente nas mãos), boca seca, tontura,
sudorese, aumento de pressão sanguínea (normalmente nas pessoas que não estão
acostumadas à droga, pois, como vimos na série, o uso crônico diminui a
pressão), taquicardia, nervosismo e ansiedade.
A presença e a intensidade destes sintomas irão variar
de indivíduo para indivíduo, tendo por base, especialmente, fatores
bioindividuais, combinação com outras drogas (outros estimulantes do SNC) e de
dosagens do medicamento. Os piores efeitos costumam aparecer nos primeiros dias
de uso e nos aumentos exagerados das doses.
Separo, a seguir, mais alguns colaterais os quais
gostaria de tecer alguns comentários:
- Insônia: apesar de possuir uma meia
vida pequena, a cafeína pode causar insônia, especialmente se consumida algumas
horas antes de dormir. Pessoas mais sensíveis aos seus efeitos poderão ter uma
qualidade de sono ruim, mesmo interrompendo o uso no começo da tarde. Também me foi relatado um sono inconstante, onde o
usuário dormia relativamente bem, mas acordava diversas vezes durante a noite.
- Glaucoma: pessoas que consomem mais
de 500mg/dia de cafeína têm maiores chances de desenvolver glaucoma. FONTE.
-
Desidratação e perda de eletrólitos: drogas que interferem no funcionamento
cardiovascular do organismo, aumentando a pressão, acabam induzindo um
mecanismo de defesa no organismo: perda de água.
Uma forma de reduzir a pressão sanguínea é diminuir a
quantidade de líquido circulante, sendo assim, por conta da ação/omissão de
hormônios, os rins deixam de reabsorver substratos, como sódio, e perdemos água
por osmose, aumentando a quantidade de urina produzida.
Menos líquido circulante irá exercer menor pressão nos
vasos e o coração poderá trabalhar num ritmo melhor, porém, como não estamos
numa situação normal, mas sim com o uso de drogas, o mecanismo vai se repetindo
e vamos perdendo água e eletrólitos, podendo causar um quadro de desidratação e
perda de performance, caso não se trate adequadamente o problema.
Esse efeito diurético que a cafeína tem, mesmo que em
pequena escala se comparada a outras drogas, somado ao fato de ela aumentar a sudorese,
enquadram-na nesta classe de colaterais.
- Gastrite: comentei sobre isso no
primeiro item do capítulo 4 desta série. Volte lá caso tenha interesse.
- Problemas
cardíacos: segundo uma metanálise (técnica estatística que integra os resultados
de vários estudos sobre um mesmo tema), envolvendo mais de 140 mil pessoas, o
consumo de cafeína (até 4 xícaras de café ao dia), parece diminuir os riscos de
ataque cardíaco em relação às pessoas que não fazem uso da bebida.
Porém, o estudo observou que a partir desse ponto, o
aumento do consumo de cafeína/dia começa a aumentar as probabilidades de ataque
cardíaco. FONTE.
- Cortisol
e stress:
a cafeína induz um aumento de 30% nas concentrações de cortisol plasmático e de
36% no ACTH (hormônio que estimula a liberação de cortisol pelas glândulas
supra-adrenais). FONTE.
Some isto ao fato de a droga aumentar a liberação de
adrenalina em 233% e a de cortisol em 211% sob condições de stress e teremos um
ótimo quadro, digamos assim, de extrema prontidão... Coisa que sabemos não ser nada
legal para a qualidade de vida, assim como para o anabolismo muscular, no caso
do cortisol. FONTE.
7.
CONCLUSÃO
Vimos ao longo da série que a cafeína é a droga mais
consumida no mundo. Ela pode ser obtida através de diversas fontes, que
envolvem chás, chocolates, cafés, energéticos e cápsulas de comprimido.
Existem diversos protocolos de uso, sendo o mais
interessante o de 4-6mg/kg de forma intermitente, para evitar tolerância à
droga. Entre os principais benefícios temos aumento da taxa
metabólica, termogênese, queima de gordura, melhora na performance esportiva,
envolvendo resistência e força (provavelmente por aumento da tolerância ao
cansaço e à dor que a cafeína induz), aumento das taxas de testosterona,
atenção e reposição de glicogênio pós-treino.
Por outro lado, se mal administrada, pode promover
colaterais como insônia, dor de cabeça, gastrite, desidratação, elevação de
pressão sanguínea, maior produção de hormônios do stress e aumento do risco de
problemas cardíacos.
ATENÇÃO: Essa série contém 5 partes. Continue a leitura
acessando:
- PARTE 2: FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO, DOSES E PRINCIPAIS PROTOCOLOS/ PRINCIPAIS EFEITOS DA CAFEÍNA
- PARTE 3: PRINCIPAIS EFEITOS DA CAFEÍNA (continuação)
- PARTE 4: INTERAÇÕES DA CAFEÍNA COM OUTRAS SUBSTÂNCIAS E SINERGISMOS
- PARTE 5: INTERAÇÕES DA CAFEÍNA COM OUTRAS SUBSTÂNCIAS E SINERGISMOS/ EFEITOS COLATERAIS/ CONCLUSÃO
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
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