FAZER MUSCULAÇÃO EM CIRCUITO AJUDA A PERDER PESO?


Fala galera!  No presente artigo, iremos discutir algo que muito me perguntam em meu trabalho e que é uma prática até que comum nas academias: fazer musculação em circuito ajuda a perder peso? Boa leitura e não se esqueçam de curtir e de compartilhar para auxiliar na divulgação do site!

FAZER MUSCULAÇÃO EM CIRCUITO AJUDA A PERDER PESO?
Para começarmos a discussão do dia, acho importante mencionar o tipo de circuito o qual iremos aqui explorar: poucos exercícios combinados, com um intervalo mínimo, algumas repetições e bastante carga.
Comento isto uma vez que há uma confusão generalizada, tanto por profissionais da área, quanto por entusiastas, acerca da utilização de séries com muitas repetições para “queimar gordura/definir”: ISTO NÃO SE COMPROVA! Sendo assim, não entre nesses papos de 3x15 para definir e 3x8 para ganhar massa magra, haja vista que se trata de uma lenda!

Por conta disso, foi popularizado um tipo de treinamento em circuito, com muitos exercícios, utilizando-se muitas repetições e baixa carga. Além de passar a impressão de ser mais seguro, ele traz resultados medíocres e não recomendo a utilização, pois você acabará não fazendo nada bem feito, ou seja, nem hipertrofiando, nem perdendo gordura...

Posto isto, o que iremos estudar hoje são dois artigos produzidos por um mesmo grupo de pesquisa, encabeçado por ALCARAZ e colaboradores, sendo um de 2008 e outro de 2011.

Começando pelo trabalho mais recente, 33 sujeitos treinados foram divididos em 3 grupos: um controle (não fizeram nada), um de alta intensidade em treino circuitado e um num grupo tradicional de treinamento de força (musculação). Os protocolos duraram 8 semanas, com 3 encontros semanais e utilizaram 6 exercícios, com 3 a 6 séries de 6 repetições máximas, o grupo da alta intensidade realizou tudo em circuito com 35 segundos de intervalo, enquanto o do programa tradicional, exercícios separados com 3 minutos de descanso.

Ao final da investigação, foi concluído que o incremento de carga e o pico de força gerada em ambos os grupos que foram submetidos a treinamento foi o mesmo. Além disso, os dois grupos tiveram aumento de massa magra na mesma proporção.

Por outro lado, e agora vem a parte mais interessante da nossa discussão, apenas o grupo que treinou em circuito apresentou redução do percentual de gordura, conforme era acreditado na prática.

Vale mencionar também que o treino em circuito foi capaz de produzir os mesmos resultados de ganho de força e de massa magra que um protocolo tradicional, porém, em muito menos tempo de duração, sendo muito mais eficiente (isso sem mencionar a perda de gordura).

Para encerrarmos, temos o trabalho de 2008, que comparou performance de treino entre dois protocolos parecidos com os anteriores, utilizando, para tanto 10 sujeitos saudáveis e treinados.

Foi observado que a taxa de geração de força, a potência e o número de repetições realizadas foi a mesma nos dois tipos de treino, contudo, a frequência cardíaca alcançada com o treino em circuito foi, em média, 71% da máxima, enquanto no grupo de treino tradicional, com intervalos maiores, foi 62%. Sendo assim, o primeiro programa foi capaz de produzir melhores adaptações cardiovasculares em combinação com um programa de ganho de massa magra e força.

Com isto, encerramos e espero que tenham gostado da forma como apresentei o tema. É importante deixar claro que a viabilidade para utilização, ou não, de cada protocolo dependerá dos objetivos da pessoa, gostos pessoais, tempo de treino, experiência e recomendação do treinador.

Aparentemente, o uso do circuito é muito superior, porém, muitas vezes isto fica inviável pelo fato de a pessoa ter péssimo condicionamento físico, a academia estar muito lotada (uma análise de logística e de tipos de exercício precisará ser feita) e também, e mais importante, a fadiga geral produzida prejudicar a execução segura dos exercícios, aumentando as chances de alteração de padrão de movimento, incrementando sobrecarga articular... Sendo assim, tudo precisa ser minuciosamente analisado por um treinador capacitado para ver a viabilidade do programa.
Até o próximo artigo do site!

BIBLIOGRAFIA
- Alcaraz PEPerez-Gomez JChavarrias MBlazevich AJ. Similarity in adaptations to high-resistance circuit vs. traditional strength training in resistance-trained men. J Strength Cond Res. 2011 Sep;25(9):2519-27. doi:10.1519/JSC.0b013e3182023a51.
- Alcaraz PESánchez-Lorente JBlazevich AJ. Physical performance and cardiovascular responses to an acute bout of heavy resistance circuit training versus traditional strength training. J Strength Cond Res. 2008 May;22(3):667-71. doi: 10.1519/JSC.0b013e31816a588f.




FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP


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