A
chance de você ter respondido “não” após ler o título é muito alta. Eu mesmo
teria respondido isto, se não tivesse lido o artigo de Silva e colaboradores,
2017, que muito me surpreendeu...
A
equipe de pesquisadores avaliou 15 indivíduos treinados realizando os dois
tipos de agachamento, para 10 repetições máximas, analisando, com isto, a
atividade de músculos da coxa (quadríceps e isquiotibiais), do glúteo máximo e
da panturrilha (sóleo).
E aí
chegamos ao resultado surpreendente: o agachamento parcial gerou as maiores
atividades musculares, com cargas equalizadas, em comparação ao agachamento
completo (glúteos, posteriores de coxa e sóleo. Em relação ao quadríceps, foram
iguais).
Trabalhos
clássicos da área mostravam maior atividade muscular nos agachamentos
completos/profundos, sendo um emblemático o de Cartesiano (2002). Por outro
lado, uma equipe respeitável mostrou que não há diferenças entre os dois
(Contreras, 2016). Juntando todo este contexto, e discutindo de forma
imparcial, baseando-me em ciência, e não em gostos pessoais ou achismos, diria
que o tema é no mínimo discutível e pode nos proporcionar a seguinte reflexão:
se os dois tipos de agachamento parecem ser igualmente bons, recomendo pensar
com muito carinho antes de prescrever um profundo a alguém, uma vez que ele
talvez não seja melhor e, em contrapartida, gera maior sobrecarga na lombar e
nos joelhos, além de dificuldade de estabilização pélvica, podendo ocasionar
lesões cronicamente.
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