CRÔNICAS DA MUSCULAÇÃO - VOLUME 1: A PRINCESINHA DA ACADEMIA

Fala rapaziada!

Inauguro hoje um novo projeto aqui do site, que na verdade é muito antigo: “CRÔNICAS DA MUSCULAÇÃO”.

No ano de 2008, não sei exatamente o porquê, comecei a escrever algumas crônicas de brincadeira, com sátiras, provocações e desabafos relacionados a episódios que presenciei/vivi durante toda a minha “carreira” de treinador e marombeiro.

Foi bastante divertido por um tempo, mas lá por meados de 2009, acabei encerrando as publicações por conta da excessiva carga de trabalho e de estudos na qual me encontrava, sendo que no fim, a coisa acabou morrendo.

Recentemente, tive a ideia de voltar a escrever e de republicar coisas antigas, graças ao duplo artigo que escrevi intitulado “crônicas de uma cirurgia” (clique aqui). Enfim, deixemos a “conversinha” de lado e passemos ao que interessa:


A PRINCESINHA DA ACADEMIA

ATENÇÃO: o foco deste texto não é estimular o machismo, mas sim a boa educação e o respeito ao próximo, independentemente de classe social, sexo ou idade. Se existe algo que não sou é machista. Felizmente, já há algumas décadas, a coisa vem mudando e as mulheres estão sendo tratadas com o respeito que merecem, ou seja, de igual para igual com os homens.

No entanto, algumas delas se aproveitam de uma falsa posição de inferioridade para tirarem algum tipo de benefício próprio dos otários, também conhecidos como “escravos de buceta”. É justamente para este tipo feminino que dedico esta crônica! Boa leitura, princesinhas!



O ano era 2006 e a academia uma verdadeira tranqueira abandonada. O local era famoso pela alta concentração de machos por metro quadrado, sendo a presença do sexo feminino quase que uma lenda. Quem começasse a treinar por ali poderia ter a falsa impressão de que nenhuma mulher no mundo (com exceção de uma tal de “Diana”, que vivia no vestiário masculino) praticasse este conturbado esporte de 24 horas por dia chamado “musculação”.

Pois bem, eis que surge algo que, à primeira vista, poderia ser interpretado como uma miragem: uma menina, ou melhor, uma Barbie Girl. Para deixar a entrada dela ainda mais dramática, só faltou estenderem um tapete vermelho e tocarem aquela porra daquela música maldita da Kelly Key “Sou a Barbie girl, se você quer ser meeeeeuu... na-mo-ra-dú! Fica ligadú!”.

Baba, baby! Baba nesse photoshop!

(Foda, por que o nosso cérebro é tão filho da puta a ponto de memorizar informações totalmente inúteis como essa?! Até hoje eu tenho gravado o refrão desses “barulhos” que ela chamava de música... Agora, pergunta se eu ainda manjo explicar tintim por tintim sobre o ciclo de Krebs?! Melhor mudar de assunto...).

Kelly key, se você estiver lendo este texto, saiba que não é bem-vinda no meu site! Nunca irei perdoá-la pela lavagem cerebral que nos foi feita...

Voltando, a Barbie de 1,65m, loirinha de cabelo bem comprido, olhos cor de mel e pele mais clara do que a neve entrou no recinto. Teve muito Zé Bronha que até parou a série antes do final apenas para admirar. Ela conversou com o “excelente desinstrutor” da academia e resolveu treinar, ou melhor, malhar com a rapaziada.

Aí, dia vai, dia vem, e a notícia se espalhou: baixou aquele bando de urubu para conhecê-la. Com tanto assédio assim, ela botou as manguinhas de fora e fez o que as Barbie girls fazem de melhor: começou a mandar e a esnobar.

Ela já não montava nem desmontava nenhum aparelho sequer, haja vista que havia sempre um panaca à disposição para dar uma forcinha. Aposto que na academia de todos vocês, leitores, existe pelo menos uma garotinha destas: são adoráveis...

Meu primeiro contato com a Barbie foi logo na primeira semana em que ela veio desfilar para nós, pois, inevitavelmente, trombei-a na escada e fui obrigado, por educação, a dar “boa tarde”, coisa que ela arrogantemente ignorou.

Reparei que a coisa não era apenas comigo, mas também com outras pessoas, especialmente com a faxineira da academia: funcionário chave em qualquer tipo de ambiente, sendo, muitas vezes, mais importante do que muitos instrutores que temos por aí, afinal, ela só está lá para ajudar... Ah, e nem preciso dizer que elas treinam mais pesado do que muitos posers de academia...

Outro fato marcante da namorada do Ken é que ela SEMPRE carregava consigo uma pequena toalha, com rendas, acreditem se quiserem, para estender sob os assentos dos aparelhos! O intuito, creio eu, era o de proteger a bundinha contra possíveis germes carregados de testosterona. Aposto que tinha muito filhinho da puta que adoraria enxugar o rostinho com aquela toalha depois do treino, heim?! Que beleza!



Bom, até que um belo dia... Caraio, e QUE dia!! Ela cometeu o maior erro da vida dela e foi pedir ajuda justo para o marombeiro mais filho-da-puta-tomado-no-Jiraya que já treinou naquele pulgueiro: EU.
Lembro que, quando ela me abordou, eu estava sentado num banco de supino, de cabeça baixa, todo encolhido de dor: aguardava o final do último intervalo da minha série de “rosca 21 from hell”.

- Pode ajudar a montar o aparelho? (apontou para o leg press).

Sinceramente, não consigo descrever para vocês o que eu senti naquele momento: era uma mistura de raiva, inconformismo e humilhação. Levantei a cabeça o melhor que pude, já que queria olhar nos olhos dela e, totalmente esbaforido pelo treino de bíceps, respondi:

- ...você vem aqui... todo dia... e chega de nariz... empinado... nunca teve ... a decência de ... dar... boa tarde... sequer para os empregados... você não é a cinderela (wtf?!)... e eu... muito menos... um príncipe (deveria ter falado “Ken”)... eu sou só um filho ... da... puta... que treina pesado... meu intervalo acabou... a conversa... também!

Levantei e finalizei a melhor série de rosca 21, ou melhor, de rosca 30 de todos os tempos - bem lentinha, com força revigorada - tamanha era a minha raiva...




MORAIS DA HISTÓRIA

- Kelly Key: suas playboy músicas ficarão gravadas em nossas memórias para todo o sempre.

- Latino: “Obrigado”!

- Toalhinha de rendinha: quantas boas "histórias" você olhou!

- Fernando Paiotti: percebi que eu não conheço os contos infantis, haja vista que a Cinderela, pelo que soube, era pobre, explorada e humilde, ou seja, totalmente o oposto da protagonista desta história. Além disso, para deixar claro, eu não sou tão cuzão assim. Agi desta maneira escrota porque a Barbie realmente mereceu. Sei lá, não tenho muito o que falar, pensem o que quiserem...

- Barbie: espero que tenha encontrado o seu Ken! Infelizmente, um mês depois deste incidente, você sumiu, sem nem mesmo nos dizer a sua graça! Mas prefiro assim, já que para mim, você sempre será a Barbie Girl, cuja “cor pre-fe-ri-da é ú róóósa”! Aposto que hoje em dia você pratica body-hidro-pump-kombat, dança (?) zumba e joga crossfit para tentar ficar toda paquitona na balada e/ou na praia...

Acreditem se quiserem: as duas idiotas aí de cima são "humanas" de verdade! Fizeram várias plásticas para ficarem parecidas com a Barbie! 

- Escravos de buceta/urubus: aprendam a honrar essa bosta que vocês têm no meio das pernas e tenham um mínimo de autorrespeito! As mulheres não querem os cachorrinhos castrados que mijam agachadinhos feito fêmeas e que trazem o brinquedinho abanando o rabinho... Não, meus amigos! Elas querem os cachorrões: que avançam no pescoço sem prévio aviso, normalmente deixando seqüelas...

- Trema: porra trema, que tristeza! Por que você foi abolido?!? Fui escrever “seqüelas” e me lembrei dos velhos tempos! Tudo porque inventaram de fazer uma reforma ortográfica para tentar nos aproximar de quem mais nos fodeu: os “purtugas”.

- Outros: aprendam a tratar as pessoas no seu ambiente de trabalho/treino com respeito e igualdade (especialmente a turma da faxina), afinal, aquela pessoa do seu lado (gordo, frango, bombado, fitness, fã do zyss (é isso?), não importa), poderá vir a ser de grande ajuda algum dia, ou até, quem sabe, se tornar um amigo.

- Todos: Entendam que não é 100ml de testosterona ou de silicone que tornam você melhor ou pior neste tipo de ambiente, mas sim as suas atitudes! Aproveitando a deixa, a meu ver, os frangos são de espírito, e não de coração ou de shape.



FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP


Para conhecer meus serviços de consultoria online, currículo, fotos de alguns alunos e muito mais, clique AQUI ou envie email para: fernando.paiotti@gmail.com

Comentários

  1. Sensacional !!

    ahahhahahahhahaha

    Pra varia mais um ótimo texto.!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É nóis, Carlos! Tamo junto, parceiro, desde o início!
      Forte abraço!

      Excluir
  2. Massa o texto. Realmente na academia tem muita patricinha que acha que só porque tem um corpo gostosinho o mundo está sob seus pés. O pior é que elas acreditam nisso justamente por causa desses escravos de buceta, que não podem ver uma menina de leg na academia e já para de treinar pra ficar babando ou até indo lá se dispor a babar mais próximos.
    Muitas vezes são esses mesmos escravos de buceta que reclamam na roda de amigos ou na internet que não estão pegando mulher nenhuma porque elas são "nariz empinado", "patricinhas", e por isso não dão moral pra eles. Ou seja, o cara se mata na academia, muitas vezes se submete ao uso de substâncias ergogênicas e gasta uma pequena fortuna com dieta, drogas, roupas etc, pra ficar com uma aparência legal, mas esses mesmos infelizes bronheiros são os responsáveis por permitir que a mulherada se tornem verdadeiros amuletos místicos que transbordam a vida de um homem (ou de outra mulher, por que não?) em prazeres mundanos.

    E só pra deixar uma reflexão no ar: acredito que o advento das redes sociais, mais especificamente a postagem de fotos das Barbies e consequente comentários nessas fotos pelos escravos de buceta - que comentam coisas como, p. ex.: "linda", "perfeita", "gostosa"< "deusa", "maravilhosa", "quero te com..." etc, seja um dos principais fatores de aumento exponencial do ego feminino (desde os tempos de Orkut ou provavelmente até antes) e da certeza de que elas tem de que são criaturas superiores cujo o gênero masculino da espécie humana deve bajular, babar, bancar e idolatrar como a única coisa que importa nesta curta passagem de tempo que chamamos de vida.

    ResponderExcluir
  3. Show de bola, devia continuar a escrever, rachei o bico.
    Sucesso!

    ResponderExcluir

Postar um comentário