Fala rapaziada!
No artigo de hoje, iremos
discutir uma das atividades que você mais realizou em toda sua vida, andar,
dentro do contexto da marcha/caminhada com a finalidade de emagrecimento. Boa
leitura e não se esqueça de curtir e compartilhar este texto para auxiliar na
divulgação do meu trabalho e do site!
1. A BIOMECÂNICA DA CAMINHADA
(MARCHA)
Essa discussão biomecânica é um pouco
complexa, mas acredito que valha a pena ser discutida, para que o leitor tenha
noção de onde tirarei as informações que utilizarei para justificar os assuntos desta série. Sendo assim, tentarei fazê-la da maneira mais indolor possível e
peço para que o leitor leia sem compromisso.
Observem o gráfico abaixo, obtido
por uma análise de forças de reação do solo na marcha, e reparem que nele temos
dois picos e um vale, parecendo as corcovas de um camelo:
O primeiro destes dois picos é
chamado de pico passivo e representa o impacto que levamos quando colocamos o
calcanhar no solo. Posto isto, a força começa a cair, pois estamos dobrando o
joelho e descendo o corpo, de repente, ela sobe novamente, criando o segundo
pico, dessa vez, de propulsão, afinal, como estamos andando, estamos nos lançando para frente. Aí o gráfico acaba quando retiramos o dedão do
solo, pois, como o pé já não está mais no chão, ele não está recebendo forças
de reação.
Tudo isto representou as forças
trocados com o solo por apenas um de nossos pés, durante um tempo, em média, de
700 milissegundos, sendo que o mesmo ocorre com o outro. Como a caminhada é
contínua, tirando e colocando o pé no chão, esse gráfico vai se repetindo
continuamente.
Para encerrarmos, reparem que
coloquei uma linha de peso corporal no gráfico, para nos ajudar a entender
algumas coisas: a primeira é que a porrada que levamos no calcanhar, quando
colocamos o pé no chão, é um pouco maior que nosso peso corporal, ficando em
torno de 1,2 a 1,5 vezes acima. Por outro lado, na fase de propulsão, a força
também é acima do nosso peso, uma vez que queremos empurrar nosso corpo para
frente.
2. QUAL A DIFERENÇA ENTRE CAMINHADA E CORRIDA?
A diferença é o chamado “duplo
apoio”, que só ocorre na caminhada e é representado pelo momento onde estamos
com os dois pés no chão. Na corrida, isto não acontece, pois apenas um de
nossos pés faz contato com o solo de cada vez.
Tenha em mente que a diferença
entre correr e caminhar NÃO É A VELOCIDADE! Caso você caminhe muito rápido ou
corra muito devagar, esses padrões de apenas um ou em algum momento os dois pés
terem contato com o solo continua sendo preservado.
E por que estou insistindo tanto
nisso? Porque faz muita diferença na porrada que damos em nossas estruturas
corporais, como joelhos e tornozelos, quando estamos correndo ou caminhando. Não é à toa que tantas pessoas se lesionam por praticarem corrida com mal
planejamento! Mas isto será assunto de uma próxima série e não desta.
3. O MOMENTO DE DUPLO APOIO E O ACÚMULO DE ENERGIA
Voltando ao momento de duplo
apoio, ele representa a fase onde temos a maior estabilidade, o maior
equilíbrio, pois nosso centro de gravidade se encontra dentro de uma área
grande de apoio, por isso é mais difícil cairmos quando estamos com os dois pés
no chão do que quando com apenas um.
Por curiosidade, no gráfico que
vimos no capítulo 1 eu mostrei que há um vale/depressão, que seria o momento
entre as duas “corcovas do camelo” (picos). Esse intervalo, que representa a
fase de deflexão, onde simplesmente deixamos nosso corpo cair, flexionando os
joelhos, representa o duplo apoio.
Bom, mas por que fazemos isto?
Para acumularmos energia!
Ocorre que este foi um padrão
selecionado pela natureza há milhares e milhares de anos atrás, quando
andávamos dezenas de quilômetros todos os dias em busca de comida. Se gastássemos muita energia para
andar, a menos que tivéssemos fartura de alimentos, o que não era o caso,
estaríamos todos mortos, pois gastaríamos tanta energia que nem a comida daria
conta de repor.
Sendo assim, um padrão de marcha
econômico foi selecionado como ideal, sendo, na prática, mostrado por essa fase
onde deixamos o corpo cair, flexionamos os joelhos, acumulando energia nos
músculos da perna, e a devolvemos na forma de propulsão para andar,
economizando, assim, combustível.
Tenha em mente que tudo isto
acontece muito rápido e você não vai enxergar as pessoas caindo e subindo como
se estivessem dançando reggae por aí! Isto é verificado em laboratório, através
de aparelhos próprios de medição e acontece de maneira muito sutil ao nosso
olhar!
Apenas para encerrarmos este
artigo de hoje, trago mais uma reflexão: a caminhada funciona à base de um
mecanismo de acúmulo e restituição de energia, de modo que você economize
combustíveis internos, como a gordura, sendo assim, repare que como estratégia
de emagrecimento ela já sai em desvantagem, uma vez que precisaremos andar
MUITO, mas MUITO, tanto em tempo quanto em distância, a fim de gastarmos uma
quantidade considerável de energia que nos faça perder peso...
Como contornarmos este problema, além de muitíssimas outras informações, é o que veremos no próximo artigo desta série. Até lá!
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vida no esporte.
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
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