Fala rapaziada!
Conforme combinado, estarei
escrevendo o capítulo 7 da série “DISCUSSÕES SOBRE BIOMECÂNICA MUSCULAR”
(clique AQUI para ler) neste
artigo separado, para dar maior destaque ao assunto e facilitar sua busca pelos
leitores. Fiz o mesmo com o capítulo 6, que
tratou o seguinte tema: “Quanto mais musculoso mais forte?” (clique AQUI para ler). Sendo assim, recomendo que só comece
a leitura após ler estes artigos citados, fechado? Para não ficar totalmente
alienado ao contexto...
7. ALAVANCAS DO CORPO HUMANO
O assunto que discutiremos nesta
série é muito diferenciado, difícil de encontrar por aí e ainda vai lhe ajudar
a entender uma série de situações que você julgava estranhas no universo da
musculação e mesmo de outros esportes. Sendo assim, aproveitem!
A. O QUE SÃO ALAVANCAS?
Alavancas servem para criar
vantagem mecânica, seja de força, seja de velocidade. São compostas,
basicamente, por:
- Ponto fixo/apoio/eixo/fulcro:
ponto a partir do qual o sistema roda.
- Potência: aplicação de força.
- Barra rígida: que forma o braço
de alavanca.
- Resistência: que teremos de
vencer.
O tamanho do braço de alavanca é
que vai determinar qual o tipo dela e que vantagem irá proporcionar.
Primeiramente, temos o braço de potência, que é determinado pela distância
perpendicular do eixo de rotação até onde aplicamos a força.
O braço de resistência, por sua
vez, é a distância perpendicular vai do ponto fixo até a resistência que
queremos vencer, que no caso da musculação, seria a carga de um aparelho ou um
halter, por exemplo.
Reparem bem que fiz questão de
escrever duas vezes que o braço é calculado pela “distância perpendicular” de
um ponto a outro e não simplesmente a distância da barra, caso contrário,
iremos complicar desnecessariamente o cálculo, haja vista que a saída será por
trigonometria.
Para fechar, a variável mecânica
que estudamos nessa brincadeira com alavancas é conhecida como “momento” ou
“torque”, sendo calculada pela multiplicação da Força pelo braço de alavanca.
Acredito que muitos viram isso no colégio, nas "saudosas" aulas de física...
B. CLASSES DE ALAVANCAS
As alavancas são divididas em
três classes, a saber:
I. INTERFIXA (PRIMEIRA CLASSE):
tipo de alavanca em que o elemento fixo se encontra no meio, permitindo que se
crie efeitos diversos.
No caso de uma gangorra, por
exemplo, ocorre uma neutralidade, porém, se deslocamos o ponto fixo em direção
à resistência, aumentamos o torque de potência. O contrário também pode
acontecer, aumentando o braço da carga a ser vencida, favorecendo o torque
resistente.
Sendo assim, é um tipo de
alavanca que dá escolhas, permitindo ou não determinada vantagem, podendo
favorecer força ou velocidade.
II. INTER-RESISTENTE (SEGUNDA
CLASSE): tipo de alavanca em que a resistência fica entre o ponto fixo e o
de potência, de modo que o braço resistente seja muito menor que o potente,
favorecendo, assim, a geração de grande força.
Ao contrário da interfixa, a
inter-resistente promove, necessariamente, essa vantagem citada, não podendo
ser modificada, pois se o for, perderá sua natureza. Na vida prática temos alguns
exemplos como o carrinho de mão, quebra nozes e chave de roda para trocar pneu.
Em nosso corpo, ela é muito rara e será explorada mais adiante.
III. INTERPOTENTE (TERCEIRA
CLASSE): tipo de alavanca em que a potência fica no meio, tornando o braço
de resistência muito superior, desfavorecendo a força, porém, beneficiando a
velocidade.
Isto ocorre uma vez que, quanto
maior o raio (contando o centro como o ponto fixo), maior a velocidade
tangencial. Na prática, vemos o efeito disso quando utilizamos um taco ou uma
raquete para acertar a bola em determinados esportes, por exemplo. Assim como no tópico anterior,
este tipo de alavanca não pode ser mudada e sempre terá esse estilo próprio.
Para finalizar, ela é a mais
comum no corpo humano, haja vista que nossos músculos, normalmente, têm
inserção muito próxima do eixo de rotação. Além disso, nossos membros são
longos, de modo que o braço de resistência seja muitíssimo maior que o de
potência, não favorecendo a geração de força.
C. ESPORTES E ESTATURA
Dependendo da estatura do
indivíduo, ele terá maior ou menor aptidão para esportes que envolvam
velocidade ou força.
Normalmente, pessoas mais baixas
se dão melhor em modalidades de levantamento de peso e ginástica, enquanto que
as mais altas, nas provas que envolvam velocidade ou transferência dela para um
objeto, como num chute ou num saque.
Se formos comparar o braço de
potência que possuíamos, ele é muito parecido de indivíduo para indivíduo, haja
vista que, independentemente da estatura, a inserção do músculo no osso é muito
próxima da articulação, como mencionei acima. Sendo assim, a diferença só pode
residir no braço de resistência.
Quanto maior a estatura do
sujeito, mais longos serão seus membros e, portanto, maior será o braço de
resistência, fato que atrapalha em força, mas ajuda em velocidade.
D. ALAVANCAS E MUSCULAÇÃO
A partir de agora, iremos estudos
alguns casos de alavanca muito interessantes no corpo humano.
- TRÍCEPS: EXTENSÃO POR TRÁS: este seria um exemplo de alavanca
interfixa, haja vista que o ponto fixo é o olécrano (cotovelo), a potência é o
tríceps braquial e a resistência é a barra ou halter que estamos segurando.
Como o braço de potência é
minúsculo, se comparado ao de resistência, que tem o tamanho do se antebraço
todo, este exemplo de alavanca interfixa se comporta, na prática, como
interpotente.
Ficamos por aqui e no próximo
artigo continuaremos a discussão.
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
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