Fala rapaziada!
No último artigo, falamos
bastante sobre a questão da intensidade da corrida, tanto sobre os aspectos da
geometria de colocação de pé, quanto da velocidade. Hoje será a vez de
discutirmos a fadiga e os perigos que ela pode trazer. Boa leitura!
4. POR QUE TANTAS PESSOAS SE LESIONAM PRATICANDO CORRIDA?
B. INTENSIDADE DE TREINAMENTO:
FADIGA
Fadiga é a incapacidade de manter
produção de tensão. Como o melhor amortecedor do nosso corpo são os músculos,
quando estes se encontram em fadiga, não conseguem contrair, fazendo com que os
impactos que recebemos sejam direcionados a outras estruturas do corpo, que não
estão preparadas para isso, como ossos e articulações.
Sendo assim, depois de um tempo
de corrida, quando você já está bem cansado, a porrada que você dá no seu
aparelho locomotor, que em tese seria a mesma, na verdade, aumenta, ou seja, o
ideal é que você pare o treino um pouco antes disso, a fim de reduzir as
chances de lesão no longo prazo.
O grande problema, mais uma vez,
é o aluno teimoso, que quer dar aquele gás final próximo ao término do treino,
fato muito comum em nossa sociedade, uma vez que vivemos a cultura do “no pain, no gain”, onde todo o esforço
físico é valorizado e recompensado no futuro: “Só os fracos desistem. Só os
fracos ficam pelo caminho, mimimi”! O que gostaria de chamar a
atenção de vocês é para não confundir burrice com corpo-mole, frescura,
desinteresse e falta de motivação. Seja inteligente e respeite seus limites!
Só para encerrarmos, além de
planejar bem o treino, a fim de evitar fazê-lo sob efeitos da fadiga, há um
recurso ergogênico, chamado creatina, que segundo evidências ajuda o organismo
a se recuperar do esforço, de modo que seu uso pode evitar situações de fadiga,
ou pelo menos retardá-la, porém, tenha em mente que os efeitos são melhores
para exercícios de alta intensidade, o que não é a realidade da maioria das
pessoas. Há uma série no site apenas sobre este suplemento: clique AQUI para saber mais.
5. COMO AUMENTAMOS A VELOCIDADE DE CORRIDA?
A velocidade com a qual corremos
e andamos é regulada por dois fatores: comprimento
e frequência de passada. O
primeiro deles tem a ver com a distância obtida entre um passo e outro, sendo o
primeiro fator que alteramos quando queremos aumentar a velocidade. A
frequência, por sua vez, diz respeito a quantos passos você dá num determinado
intervalo de tempo, que pode ser de 1 segundo, por exemplo.
Normalmente, temos um comprimento
de passada “oficial”, que utilizamos no dia-a-dia e que tem relação com nossas
características antropométricas (altura, tamanho dos membros, etc.). Quando
queremos aumentar a velocidade, os passos ficam cada vez maiores, até
atingirem um limite máximo que nosso organismo é capaz de suportar, mais uma
vez, limitado ao nosso tamanho.
Depois de explorar esse primeiro
aspecto, é chegada a vez de aumentar a frequência, dando cada vez mais passos
num intervalo de tempo menor.
Agora que vocês já sabem a
teoria, vamos ver o que ocorre na prática: caras habilidosos em comprimento de passada
apelam menos para a frequência, o que é muito bom, pois cada vez que colocamos
o pé no chão, perdemos aceleração e gastamos mais energia para manter a
velocidade, aumentando a fadiga.
A título de curiosidade,
velocistas que participam de provas como a de 100m, têm, em média, comprimentos
de passada em torno de 2 a 2,6 metros, com frequências de 5Hz, ou seja, de 5
passos por segundo!
Bom, passadas estas
informações, quer dizer que para corrermos mais rápido devemos mexer
nesses fatores citados?
Ocorre que o comprimento de
passada, assim como a geometria de colocação de pé, que vimos no último artigo,
são características próprias de nosso corpo, sendo muitíssimo difícil de mexer,
pois são naturalmente orientadas. Quando tentamos interferir, perdemos muito do
caráter autônomo, deixando o movimento muito mais caro, desgastante, cansativo.
Sendo assim, apesar de ser uma
péssima estratégia de intervenção para quem quer correr melhor e mais rápido,
acabamos descobrindo, por acaso, uma forma de nos auxiliar na perda de peso:
correr abaixo ou acima de nossa velocidade normal/padrão.
Conforme mencionei no início
deste capítulo, a primeira coisa que mexemos na corrida é o comprimento de
passada, portanto, caso reduzamos a distância entre os passos, tornando-os mais
curtos do que o habitual, o ato de correr ficará muito mais cansativo, gastando
energia desnecessariamente, o que é ótimo para perda de peso.
Também é possível fazer o mesmo
ao utilizar passadas maiores, porém, isto demandaria um aumento de velocidade,
o que não é nada bom para quem tem está acima do peso, uma vez que, conforme
visto no começo desta série, quanto mais rápido nos deslocamos, maior é a
sobrecarga em nosso aparelho locomotor.
Por fim, antes de encerrarmos,
para não dizer que não há nada que possamos alterar, a fim de aumentarmos nossa
velocidade, foi descoberto que correr ouvindo música aumenta o nosso
comprimento de passada, de forma natural, sem que notemos! Interessante, não?!
O mais curioso é que isto não depende de nenhum estilo musical em especial,
sendo o da preferência da pessoa o mais indicado. Ainda bem, né?! Já pensou se
a recomendação fosse ouvir Justin Bieber? Restart? Xuxa?! Iria preferir correr
menos...
Ficamos por aqui. Caso seja corredor, ou queira se tornar um, e tenha ficado interessado nos assuntos, clique AQUI para conhecer a minha consultoria em corrida, que é um serviço à parte das consultorias em musculação, uma vez que é totalmente voltada para melhorar seu desempenho nessa atividade, com um planejamento minucioso e individual, a fim de evitar lesões, prolongando sua vida no esporte.
No próximo artigo, iremos discutir como utilizar a musculação para fortalecer os músculos mais importantes da corrida. Até lá!
ATENÇÃO: Essa série contém 6 partes. Continue a leitura acessando:
- PARTE 1: A biomecânica da corrida/ Corrida Vs. caminhada/ Corrida e os impressionantes índices de lesão
- PARTE 2: Por que tantas pessoas se lesionam praticando corrida?/ Volume de treinamento
- PARTE 3: Intensidade de treinamento/ Geometria de colocação de pé/ Velocidade
- PARTE 4: Fadiga/ Como aumentar a velocidade de corrida?
-PARTE 5: Quais músculos devemos fortalecer para melhorarmos o desempenho na corrida?
- PARTE 6: Treinando potência para melhorarmos o desempenho na corrida/ Curiosidades/ Conclusão
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
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