A BIOMECÂNICA DA ROSCA DIRETA PARA BÍCEPS

Fala rapaziada!
No artigo de hoje, iremos discutir um dos melhores exercícios que existem para treinar bíceps: a rosca direta! A ideia será expor quais os principais músculos envolvidos, execução, ativação muscular, benefícios e malefícios. Sendo assim, boa leitura e não se esqueça de compartilhar este texto para ajudar na divulgação do meu trabalho e do site!
Boa leitura!


1. DISCUTINDO UM POUCO DE ANATOMIA
Se o leitor pegar algum livro ou site de anatomia, na parte de músculos do braço e do antebraço, facilmente irá encontrar a turma envolvida na flexão do cotovelo: braquial, bíceps braquial e braquiorradial (a discussão não se limita apenas a estes, porém, eles são os mais importantes, que respondem praticamente por todo o movimento).

Dentre as informações que constam no texto de cada um deles, a que mais nos interessa para este artigo é a inserção distal do músculo, ou seja, aonde eles irão se inserir, sendo, normalmente, a extremidade presa ao osso que se desloca (lembrando que temos a inserção proximal também, que diz respeito à origem do músculo, sendo normalmente a extremidade fixa).

A inserção distal do braquial é o processo coronoide e a tuberosidade da ulna; do bíceps braquial, a tuberosidade radial; do braquiorradial, o processo estiloide do rádio. Observe as imagens abaixo:

2. A BIOMECÂNICA DA ROSCA DIRETA
Por análise eletromiográfica, temos que o músculo que mais trabalha na rosca direta é o braquial, seguido pelo bíceps braquial e, por último pelo braquiorradial. O motivo disto é, seja lá qual for a pegada que utilizemos para fazer uma rosca, a ulna permanece sempre no mesmo lugar e quem desloca é o rádio. Se somarmos esta informação com àquela citada no capítulo anterior, de que o braquial é o único que se insere na ulna, entenderemos porque a atuação dele fica sempre em primeiro lugar, não sendo afetado por variações.

O bíceps braquial vem em segundo lugar, pois as mãos estão em supinação, sendo assim, ele leva vantagem sobre o braquiorradial.


3. A EXECUÇÃO DA ROSCA DIRETA
A rosca direta é executada com as mãos em supinação, ou seja, através de uma pegada com as palmas viradas para cima, na largura dos ombros. O movimento deve ser feito de forma controlada, com o tronco estável, sem dar impulsos ou roubos, que são muito comuns no início e no final do movimento e aproveito a deixa para perguntar: você sabe o motivo?

Quando estudamos braços de alavanca nos exercício, as roscas para bíceps chamam nossa atenção, uma vez que têm um comportamento conhecido tecnicamente por ascendente-descendente, ou seja, durante sua execução, temos dificuldade no início e no final do movimento, pois o torque aumenta, deixando o movimento mais difícil nessas fases, ao contrário da metade, que é a parte mais fácil, pelo fato de a carga estar mais próxima do eixo e também por uma melhor contração muscular (melhor interação entre as pontes de actina e miosina).

Foi justamente pensando nisso que aparelhos com polias excêntricas, feito a do banco Scott, que têm aquele formato esquisito, foram desenvolvidas, de modo a nos ajudar nas partes mais difíceis do movimento.

Como no caso da rosca direta isto não é possível, muita gente quer abusar da carga e não consegue, então, acaba compensando com roubos e ritmos para subir a barra, o que não é legal, por sobrecarregar estruturas que atuam pouco ou não deveriam participar do movimento. Sendo assim, uma saída interessante pode ser a de ter um parceiro de treino por perto, garantindo maior intensidade de treino, além de permitir a utilização de cargas que sejam desafiadoras à parte média do movimento.

Para fechar, por respeitar a naturalidade do movimento, sobrecarregando menos as estruturas (punhos e cotovelos, por exemplo), recomendo a utilização de barra W ao invés da reta.


4. CONCLUSÃO
Conhecemos, no artigo de hoje, a rosca direta, um dos melhores exercícios que existem para treinar bíceps. Conforme discutido, o carro-chefe do trabalho é o braquial, por vantagens de inserção anatômica, porém, o trabalho do bíceps é bastante grande. Além disso, é um exercício que permite a utilização de altas cargas, mostrando-se muito intenso.

Discutimos também as questões problemáticas dos roubos, por conta da característica do próprio exercício, e também fiz a recomendação pela barra W ao invés da reta.

Ficamos por aqui! Espero ter ajudado um bocado com este artigo no desenvolvimento do senso crítico de vocês e também tirado dúvidas sobre o exercício rosca direta para treino de bíceps! Até o próximo artigo sobre biomecânica dos exercícios!


FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP


Para conhecer meus serviços de consultoria online, currículo, fotos de alguns alunos e muito mais, clique AQUI ou envie email para: fernando.paiotti@gmail.com

Comentários

Postar um comentário