Fala galera! No presente artigo, iremos começar uma coluna
aqui no site onde irei contrapor dois exercícios, tendo por objetivo o de
inferir se algum deles pode ser considerado melhor que o outro. Para abrirmos
com chave de ouro, o assunto da vez será: agachamento
livre ou na Smith machine – qual é o melhor? Boa leitura e não se esqueçam
de curtir e de compartilhar para ajudar na divulgação do meu trabalho!
AGACHAMENTO LIVRE OU NA SMITH MACHINE: FALANDO SOBRE BIOMECÂNICA
Agachamento Livre Vs. Agachamento na Smith Machine |
AGACHAMENTO LIVRE OU NA SMITH MACHINE: FALANDO SOBRE BIOMECÂNICA
Ambos os exercícios que
aqui iremos discutir são de cadeia cinética fechada: movimentos
multiarticulares com os pés em alguma base de apoio. Além disso, neles temos a
participação de três articulações: tornozelo, joelho e quadril.
Dadas estas semelhanças,
passemos às diferenças: o agachamento livre possui elevada ação tanto de glúteo
máximo, quanto de quadríceps, uma vez que o braço de alavanca de ambos é
grande; em relação ao agachamento na Smith, por sua vez, ele possui um braço
aumentado no quadríceps, haja vista que o do glúteo é muito apagado. Isto
ocorre por conta da trajetória da barra que o aparelho impõe e que não pode ser
alterada.
AGACHAMENTO LIVRE OU NA
SMITH MACHINE: QUAL É O MELHOR?
Um ponto que eu gostaria
de destacar, antes de qualquer coisa, é que é muito difícil de se falar em
exercício melhor ou pior, uma vez que tudo dependerá de um contexto, onde serão
levados em conta os gostos do aluno, estágio atual de desenvolvimento,
experiência com treino, técnica de movimento, lesões e limitações, objetivos,
esportes que pratica, etc.
Sendo assim, tenha em
mente que nem tudo é preto no branco e muitas vezes não é possível dar uma
resposta cristalina acerca de uma pergunta “Qual exercício é melhor: o X ou o
Y?”. Posto isto, meu objetivo com esta nova série do site será o de fornecer
subsídios e expor diversos prós e contras aos leitores, a fim de que eles
possam entender meu raciocínio e o dos pesquisadores que produziram o artigo e,
por fim, tirarem suas próprias conclusões.
Passada a análise teórica,
iniciemos a prática: Schwanbeck e colaboradores (2009) realizaram uma
investigação comparando agachamento livre e na Smith Machine, a fim de mensurar
qual deles seria melhor para ativação de músculos de membros inferiores, assim
como estabilizadores do tronco e das pernas.
Para tanto, 6
participantes de ambos os sexos, com média de idade de 22 anos e experiência
com treino de musculação entre 2 e 5 anos, foram recrutados e instruídos a
realizarem os dois exercícios de agachamento, o livre (back squat) e o na Smith
Machine, por 8 repetições máximas (8RM), sendo cada coleta realizada com três
dias de diferença em cada modalidade.
Para comparar recrutamento
muscular, foi mensurada atividade eletromiográfica dos seguintes músculos: tibial anterior (TA – músculo
que fica na frente da sua canela), gastrocnêmio
(Gastroc – um dos músculos da panturrilha, sendo mais externo e tendo duas cabeças),
vasto lateral (VL –
integrante do quadríceps), vasto
medial (VM – integrante do quadríceps), bíceps femoral (BF – um dos posteriores de
coxa/isquiotibiais), reto abdominal
(RA) e eretores de espinha
(ES – um grupo de estabilizadores da coluna).
Em relação aos resultados,
que seguem na tabela abaixo, foi verificada uma atividade 34% maior de
gastrocnêmio, 26% de bíceps femoral, 49% de vasto medial, 25% de vasto lateral,
tendo, por fim, o agachamento livre apresentado uma média de ativação muscular
geral 43% maior do que o Smith.
O trabalho de posteriores
foi maior uma vez que a carga de flexão do joelho no modo livre foi maior do
que na Smith. Além disso, tivemos maior trabalho de músculos da perna,
gastrocnêmio e tibial anterior, por conta de maior instabilidade, dada a falta
da barra guiada de suporte.
Era esperada uma atividade
maior de estabilizadores do tronco, contudo, não foi verificado neste estudo,
fato estranho uma vez que o agachamento livre impõe uma condição de
instabilidade maior, requerendo, teoricamente, mais atividade abdominal e de
eretores de espinha.
Como crítica a este
estudo, destaco a reduzida amostra utilizada, de apenas 6 participantes, e a
ausência do músculo glúteo máximo na coleta, ambas alterações muito fáceis de
serem aplicadas e que não sei porque não o foram.
Como conclusão do artigo,
temos que a modalidade não guiada parece ser muito superior no quesito
recrutamento muscular, sendo assim, entre agachamento livre e na Smith machine,
o primeiro seria "melhor".
Para encerrar, gostaria de
mostrar alguns contextos que podem nos fazer refletir sobre um exercício ser
melhor que outro: para indivíduos com condromalácia, também chamada de síndrome
patelo femoral, o agachamento na Smith machine normalmente é má escolha, por
aumentar compressão no joelho; por outro lado, indivíduos com quadros agudos de
dor lombar podem se beneficiar do uso da Smith machine no início do treinamento
(cronicamente, não recomendo, uma vez que é importante o uso do livre para
maior solicitação e estabilização da musculatura do core, fato que irá auxiliar
no tratamento da lombalgia).
Com isto, encerramos e
espero que tenham gostado da forma como apresentei o tema. Até o próximo artigo
da série!
BIBLIOGRAFIA
- Schwanbeck S, Chilibeck PD, Binsted G. A comparison of free weight squat to Smith
machine squat using electromyography. J Strength Cond Res. 2009 Dec;23(9):2588-91. doi: 10.1519/JSC.0b013e3181b1b181.
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
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