Fala
galera! No presente artigo, iremos contrapor
dois exercícios para “pernas”, tendo por objetivo o de inferir se algum deles
pode ser considerado mais eficiente que o outro: afundo ou agachamento búlgaro - qual é o melhor? Boa leitura e não se
esqueçam de curtir e de compartilhar para ajudar na divulgação do meu trabalho!
AFUNDO
OU AGACHAMENTO BÚLGARO: QUAL É MELHOR? FALANDO SOBRE BIOMECÂNICA
O afundo já foi intensamente
discutido em outros artigos aqui do site. Apenas para recordar, trata-se de um
exercício de cadeia cinética fechada (CCF), assim como o agachamento, uma vez
que é feito com nossos pés em contato com o solo, além de envolver diversas
articulações.
Pela maneira como é tradicionalmente
executado, influenciando, consequentemente nos braços de alavanca, implica em
baixa sobrecarga para a região lombar e alta para a patelofemoral (joelhos), trazendo,
assim, altíssimo trabalho de quadríceps e baixo de glúteos, semelhante ao que
ocorre no agachamento em Smith Machine.
O agachamento búlgaro, por sua vez,
está mais para um afundo do que para um agachamento, dada a forma como as
articulações trabalham e se relacionam durante a execução tradicional (coluna
ereta, sem inclinar o tronco à frente): alta carga de compressão patelofemoral,
elevada solicitação de quadríceps e baixa sobrecarga lombar.
Num agachamento tradicional, as
sobrecargas podem ser administradas com mudanças de estratégias, porém,
normalmente a carga de compressão patelofemoral é mais baixa que no afundo,
estando bem equilibrada com a da coluna, que é alta. Somando-se isto ao fato de
o exercício ser realizado de modo unipodal, temos que, na verdade, o agachamento
búlgaro é um afundo com o pé de apoio suspenso.
AFUNDO
OU AGACHAMENTO BÚLGARO: QUAL É MELHOR?
Para
respondermos a esta pergunta, trago o artigo de KRAUSE e colaboradores, de
2018, onde o afundo tradicional foi comparado ao agachamento búlgaro com um pé apoiado em TRX, que, infelizmente, não é tão estável quanto um banco, porém, servir-nos-á de base para uma comparação e
posterior discussão.
Trinta
voluntários, sendo 15 homens e 15 mulheres, realizaram os dois exercícios e uma
avaliação eletromiográfica foi realizada a fim de identificar a ação muscular
dos seguintes músculos: reto femoral, adutor longo, glúteos médio e máximo e
isquiotibiais (não foi especificado qual dos três, porém, muito provavelmente
foi o bíceps femoral, que é o mais comumente utilizado).
Segundo
resultados, evidenciados na tabela abaixo, houve maior ativação de
isquiotibiais (hamstrings), glúteos médio e máximo e adutor longo no
agachamento búlgaro em TRX do que no afundo tradicional.
Posto
isto, acredito que temos um bocado que conversar: para começarmos, é fato que o
trabalho de quadril é maior no búlgaro por conta da instabilidade incrementada
por manter a perna de apoio elevada, contudo, o uso do TRX elevou ainda mais a
condição, ficando difícil dissociar exatamente quão mais intenso é o búlgaro
tradicional que o afundo.
Por
ser de difícil execução, alta compressão patelofemoral, especialmente se a
pessoa possui alguma lesão articular no joelho, e por conta de equilíbrio, o
afundo já não é algo simples de ser feito, quem dirá o búlgaro, que conta com
uma perna em suspensão!
Sendo
assim, mesmo que ele tenha gerado uma maior resposta eletromiográfica, não deve
ser aplicado por qualquer pessoa e o custo x benefício deve ser ponderado por
um profissional de educação física capacitado, mesmo porque, poder-se-á fazer
alterações na execução do afundo, como a inclinação do tronco à frente, a fim
de ativar melhor a cadeia posterior, como evidenciado em outro artigo aqui do
site.
Outra
informação interessante que este estudo nos gera, e que pode ser somada à que
escrevi acima, é a possibilidade de pensarmos numa progressão de exercícios
para pernas, por exemplo, agachamento em Smith, afundo, afundo alternado/avanço
(no mesmo lugar), agachamento búlgaro, agachamento búlgaro com TRX. Desse modo,
temos um ganho de equilíbrio, força, estabilização e propriocepção crescentes.
Com
isto, encerramos e espero que tenham gostado da forma como apresentei o tema.
Até o próximo artigo da série!
BIBLIOGRAFIA
- David A Krause, Joshua J Elliott,
Domenic F Fraboni, Taylor J McWilliams, Rachel L Rebhan, John H Hollman. ELECTROMYOGRAPHY OF THE HIP AND THIGH MUSCLES DURING TWO VARIATIONS OF THE LUNGE EXERCISE: A CROSS-SECTIONAL STUDY. The
International Journal of Sports Physical Therapy | Volume 13, Number 2 | April
2018 | Page 137 DOI: 10.26603/ijspt20180137.
FERNANDO PAIOTTI
Personal Trainer e Consultor Online
CREF 151531-G/SP
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